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Por dia,
entre 600 e 800 venezuelanos entram no país por Pacaraima, em Roraima.
Por Emily
Costa, G1 RR — Pacaraima.
25/01/2019
14h55 Atualizado há 21 horas
Enquanto se
agrava a situação política da Venezuela - agora com dois presidentes que não
reconhecem a legalidade um do outro e vários protestos - centenas de
venezuelanos continuam em fuga diária pela fronteira do Brasil, em Pacaraima
(RR).
Segundo as
cifras oficiais, entre 600 e 800 venezuelanos estão ingressando por dia no
país, média que se mantêm estável desde o início do ano. Apesar disso, o clima
na fronteira é de alerta.
“Não temos
como prever como será nos próximos dias, mas se houver aumento temos estrutura
para lidar”, disse nesta sexta-feira (25) o coronel José Rinaldo, que coordena
na fronteira a Desde a
criação do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima, prorrogado
até março, o efetivo das Forças Armadas foi dobrado na fronteira. Há cerca de
300 militares atuando na região, além de homens da Força Nacional, enviados
para patrulhar as ruas do município que enfrenta crise na segurança com número
reduzido de policiais e viaturas.
Entre os
venezuelanos que cruzam a fronteira do Brasil, relatos de expectativa e
apreensão se somam aos depoimentos sobre a escassez de comida, remédios e a
hiperinflação.
“Os
hospitais não têm nada, não se consegue comida. O que se ganha nunca dá nem
para comer”, diz Marbelys Gil, 36, que chegou a Pacaraima nesta manhã ao lado
dos filhos Crismar Diaz, 15, e Jonatan Diaz, 19. “Estamos pedindo a Deus que as
coisas melhorem e possamos voltar”.
operação Acolhida, de atendimento aos
estrangeiros. “Acredito
que haverá uma mudança na Venezuela, mas enquanto isso não acontece vamos ficar
aqui no Brasil” emenda Marco Gomez, 38. “Mas se o governo muda, volto até a
pé”.
É notável
que o fluxo de entrada pela fronteira é maior que o de saída, mas Pacaraima
também é rota dos que estão voltando ao país. Entre esses o clima de apreensão
é ainda maior.
“Estou
preocupado. A situação está mais tensa, mas nós temos que voltar. Nossa casa é
lá”, desabafa Raul Flores, 22, que veio ao Brasil junto com a esposa para que
ela desse à luz, o que aconteceu há oito dias. “Achamos muito mais seguro que o
parto fosse em Boa Vista do que em Maturin [onde vivem]”.
“Sei que
agora a situação está difícil. Há muitas manifestações, mas há apoio
internacional e nossa expectativa é que tudo melhore”, afirma Paola Tarantini,
20, que volta a Venezuela após ir ao Chile. “Estava de férias, e só não fiquei porque
me faltaram documentos”.
Protestos e
presidente interino
A Venezuela
enfrenta manifestações pró e contra o governo do presidente Nicolás Maduro
desde a segunda-feira (21), quando membros da Guarda Nacional Bolivariana se
rebelaram e pediram para que as pessoas protestassem contra Maduro.
Uma grande
mobilização, na quarta (23), levou às ruas manifestantes que pediam a saída de
Maduro. Durante o ato, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan
Guaidó, declarou-se presidente interino. Segundo ele, a iniciativa tem o
objetivo de montar um governo de transição até a organização de novas eleições.
A iniciativa
de Guiadó foi reconhecida por Brasil e Estados Unidos, entre outros países.
Maduro, que não reconhece os atos da Assembleia Nacional rejeita sair do poder
e diz que os EUA lideram complô contra seu governo.
Durante os
protestos, 20 pessoas morreram e mais de 350 pessoas foram presas na Venezuela
nesta semana, informou nesta sexta o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos (ACNUDH).
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