quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Augusto Aras está com Covid-19, informa Procuradoria-Geral da República

 


Augusto Aras, procurador-geral da República, está com Covid-19

Augusto Aras, procurador-geral da República, está com Covid-19

O procurador-geral da República, Augusto Aras, está com Covid-19, informou nesta quinta-feira (17) a assessoria da PGR.

O órgão também disse que o procurador-geral "passa bem e está em isolamento, despachando remotamente".

Aras discursa na posse de Fux — Foto: Reprodução/TV JustiçaAras discursa na posse de Fux — Foto: Reprodução/TV Justiça

Aras é mais uma autoridade da República que esteve na posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na semana passada, a contrair Covid-19. Antes dele, tiveram exames que confirmaram a infecção o próprio Fux, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, e os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro.

Em nota divulgada mais cedo nesta quinta, a presidência do STF afirmou que tomou medidas de segurança durante a posse de Fux e seguiu todos os protocolos recomendados. Disse ainda que está “em contato com os convidados que estiveram presentes à solenidade para alertá-los sobre a importância de buscarem serviço médico, caso tenham se exposto de alguma forma também em outros eventos fora do STF”.

“A Secretaria de Serviços Integrados de Saúde (SIS) do Tribunal também está atenta e à disposição dos servidores para orientá-los sobre eventual realização de testes e procedimentos a serem adotados em casos positivos”, completou o STF na nota.


Fonte: https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/17/augusto-aras-esta-com-covid-19-informa-procuradoria-geral-da-republica.ghtml


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

 Aprovação de Bolsonaro supera reprovação pela 1ª vez desde maio/2019

Aprovação de Bolsonaro supera re A aprovação do governo Jair Bolsonaro em setembro superou numericamente a reprovação à administração, pela primeira vez desde maio de 2019. Na pesquisa XP/Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), a avaliação ótima ou boa do governo entre agosto e setembro oscilou de 37% para 39%, e a avaliação ruim ou péssima, de 37% para 36%. A regular passou de 23% para 24%.

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Todas as variações estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Foram feitas 1.000 entrevistas de abrangência nacional entre os dias 8 e 11 de setembro.

É o quinto levantamento consecutivo no qual a aprovação do governo Bolsonaro aparece em alta e a reprovação, em queda. A pesquisa de setembro também captou melhora na expectativa para o restante do mandato, ainda dentro da margem de erro. Agora, 40% esperam que o restante do governo seja bom ou ótimo, ante 37% em agosto. Para 35%, será ruim ou péssimo, ante 36% no mês anterior. A expectativa regular cedeu de 22% para 20%.

Coronavírus

Também melhorou a avaliação acerca da atuação de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus. O porcentual da população que considera seu desempenho ruim ou péssimo cedeu dentro da margem, de 50% em agosto para 49% em setembro. Já a razão dos que veem desempenho ótimo ou bom avançou para 28%, de 24% em agosto, também dentro da margem.

Em setembro, a proporção da população que diz não estar com medo do coronavírus atingiu o maior nível desde fevereiro, com 29%. Em agosto, eram 28%. Outros 40% disseram estar com um pouco de medo, eram 38% em agosto, e 30% disseram estar com muito medo – a menor taxa desde fevereiro, quando eram 21%. Todas as variações ocorreram dentro da margem.

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A proporção dos que consideram que o pior da crise do coronavírus já passou subiu acima da margem, a 60% era 52% em agosto. Os que acreditam que o pior ainda está por vir também caíram à mínima de 32%, ante 41% em agosto, variação superior à margem.

Economia

Apesar da oscilação positiva da aprovação do presidente Jair Bolsonaro, também cresceu na sociedade a avaliação de que a economia do País não vai bem. A pesquisa XP/Ipespe apurou que o porcentual de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado passou de 46% em agosto para 48% em setembro – mas ainda dentro da margem.

 

É a primeira vez desde maio em que aumenta a razão de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado. Na leitura de setembro, a proporção dos que enxergam a economia no caminho certo ficou estável, em 38%.

Também ficou estável a proporção de pessoas que consideram grande ou muito grande a chance de manter o emprego nos próximos seis meses, em 52%. Houve queda na proporção dos que veem chance pequena ou muito pequena, de 40% para 39%, dentro da margem de erro.

As perspectivas em relação às próprias dívidas pioraram pela primeira vez desde abril. A proporção dos que esperam que suas dívidas aumentem ou aumentem muito nos próximos seis meses subiu de 24% em agosto para 28% em setembro, enquanto a razão dos que esperam que os débitos diminuam ou diminuam muito cedeu de 27% para 24%. A proporção dos que acham que as dívidas devem ficar como estão ficou estável em 37%.

Para 44% das pessoas que recebem o auxílio emergencial, a renda não voltará ao que era antes da pandemia mesmo com o fim do isolamento social e a reabertura gradual da economia. Outros 49% disseram esperar retomar o nível de renda anterior.

Considerando a redução das parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, 43% dos beneficiários avaliam que a renda ficará menor do que se o valor fosse mantido em R$ 600. Para 39%, ficará igual e, para 12%, maior. Também entre os beneficiários do auxílio emergencial, 49% acreditam que não serão beneficiados pelo Renda Brasil e 25% esperam ser contemplados pelo programa.

Para 47% da população, a decisão de manter o auxílio emergencial até o fim de 2020 com parcelas de valor reduzido foi ótima ou boa. Consideraram ruim ou péssima a decisão 25%, enquanto 24% a classificaram como regular.

 Todas as variações estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Foram feitas 1.000 entrevistas de abrangência nacional entre os dias 8 e 11 de setembro.

É o quinto levantamento consecutivo no qual a aprovação do governo Bolsonaro aparece em alta e a reprovação, em queda. A pesquisa de setembro também captou melhora na expectativa para o restante do mandato, ainda dentro da margem de erro. Agora, 40% esperam que o restante do governo seja bom ou ótimo, ante 37% em agosto. Para 35%, será ruim ou péssimo, ante 36% no mês anterior. A expectativa regular cedeu de 22% para 20%.

Coronavírus

Também melhorou a avaliação acerca da atuação de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus. O porcentual da população que considera seu desempenho ruim ou péssimo cedeu dentro da margem, de 50% em agosto para 49% em setembro. Já a razão dos que veem desempenho ótimo ou bom avançou para 28%, de 24% em agosto, também dentro da margem. Também melhorou a avaliação acerca da atuação de Bolsonaro no combate ao novo coronavírus. O porcentual da população que considera seu desempenho ruim ou péssimo cedeu dentro da margem, de 50% em agosto para 49% em setembro. Já a razão dos que veem desempenho ótimo ou bom avançou para 28%, de 24% em agosto, também dentro da margem.

Em setembro, a proporção da população que diz não estar com medo do coronavírus atingiu o maior nível desde fevereiro, com 29%. Em agosto, eram 28%. Outros 40% disseram estar com um pouco de medo, eram 38% em agosto, e 30% disseram estar com muito medo – a menor taxa desde fevereiro, quando eram 21%. Todas as variações oco A proporção dos que consideram que o pior da crise do coronavírus já passou subiu acima da margem, a 60% era 52% em agosto. Os que acreditam que o pior ainda está por vir também caíram à mínima de 32%, ante 41% em agosto, variação superior à margem.

Economia

Apesar da oscilação positiva da aprovação do presidente Jair Bolsonaro, também cresceu na sociedade a avaliação de que a economia do País não vai bem. A pesquisa XP/Ipespe apurou que o porcentual de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado passou de 46% em agosto para 48% em setembro – mas ainda dentro da margem.

É a primeira vez desde maio em que aumenta a razão de pessoas que consideram que a economia está no caminho errado. Na leitura de setembro, a proporção dos que enxergam a economia no caminho certo ficou estável, em 38%.

Também ficou estável a proporção de pessoas que consideram grande ou muito grande a chance de manter o emprego nos próximos seis meses, em 52%. Houve queda na proporção dos que veem chance pequena ou muito pequena, de 40% para 39%, dentro da margem de erro.

rreram dentro da margem. As perspectivas em relação às próprias dívidas pioraram pela primeira vez desde abril. A proporção dos que esperam que suas dívidas aumentem ou aumentem muito nos próximos seis meses subiu de 24% em agosto para 28% em setembro, enquanto a razão dos que esperam que os débitos diminuam ou diminuam muito cedeu de 27% para 24%. A proporção dos que acham que as dívidas devem ficar como estão ficou estável em 37%.

Para 44% das pessoas que recebem o auxílio emergencial, a renda não voltará ao que era antes da pandemia mesmo com o fim do isolamento social e a reabertura gradual da economia. Outros 49% disseram esperar retomar o nível de renda anterior.

Considerando a redução das parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, 43% dos beneficiários avaliam que a renda ficará menor do que se o valor fosse mantido em R$ 600. Para 39%, ficará igual e, para 12%, maior. Também entre os beneficiários do auxílio emergencial, 49% acreditam que não serão beneficiados pelo Renda Brasil e 25% esperam ser contemplados pelo programa.

Para 47% da população, a decisão de manter o auxílio emergencial até o fim de 2020 com parcelas de valor reduzido foi ótima ou boa. Consideraram ruim ou péssima a decisão 25%, enquanto 24% a classificaram como regular.

 

 

 

 

 Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato, nesta segunda-feira (14) — Foto: Fabrice Coffrini/AFP

Força-tarefa da Lava Jato denuncia Lula, Palocci e Okamotto por lavagem de dinheiro

Denúncia do MPF indica repasse de propina pela Odebrecht, por doações ao Instituto Lula; defesa do ex-presidente afirmou que doações estão devidamente documentadas; o G1 tenta contato com as defesas dos outros citados.

Por G1 PR e RPC CuritibaA força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

A denúncia de crime por lavagem de dinheiro foi apresentada nesta segunda-feira (14), de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com os procuradores, os três cometeram os crimes em ações envolvendo doações da Odebrecht ao Instituto Lula para disfarçar repasses no total de R$ 4 milhões, entre dezembro de 2013 e março de 2014. A defesa do ex-presidente afirmou que doações estão "devidamente documentadas por meio recibos emitidos pelo Instituto Lula — que não se confunde com a pessoa do ex-presidente — e foram devidamente contabilizadas".

Os advogado de Antônio Palocci informaram que a denúncia está baseada na colaboração dele e que "comprova a efetividade do acordo do ex-ministro".

O G1 aguarda retorno da defesa de Okamotto e tenta contato com os demais citados. Repasses investigados

Segundo o MPF, a denúncia trata de quatro doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula, no valor de R$ 1 milhão cada. A força-tarefa afirma que os repasses tiveram como origem crimes praticados contra a Petrobras.

Ainda conforme os procuradores, Marcelo Odebrecht determinou diretamente que o dinheiro fosse repassado por meio de doação ao instituto, segundo pedido de Lula e de Okamotto, com o objetivo de disfarçar a ação ilegal.

Esta reportagem está em atualização. Repasses investigados

Segundo o MPF, a denúncia trata de quatro doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula, no valor de R$ 1 milhão cada. A força-tarefa afirma que os repasses tiveram como origem crimes praticados contra a Petrobras.

Ainda conforme os procuradores, Marcelo Odebrecht determinou diretamente que o dinheiro fosse repassado por meio de doação ao instituto, segundo pedido de Lula e de Okamotto, com o objetivo de disfarçar a ação ilegal.

 04.abr.2019 - O prefeito de Salvador, ACM Neto  - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

ACM Neto: 'Aliança em Salvador é recado que DEM e PDT querem futuro comum'... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/09/13/acm-neto-alianca-em-salvador-eO prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, disse neste domingo, 13, ao oficializar o nome de Ana Paula Matos, do PDT, como vice na chapa de seu candidato à prefeitura, Bruno Reis (DEM), que a aliança na capital baiana é um "recado para o Brasil" e que os partidos têm a mesma visão de país. Ana Paula Matos é ex-secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza de Salvador. A convenção do DEM-PDT em Salvador será nesta segunda, 14. RELACIONADAS... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/09/13/acm-neto-alianca-em-salvador-e-recado-que-dem-e-pdt-querem-futuro-comum.htm?cmpid=copiaecola-recado-que-dem-e-pdt-querem-futuroNa Bahia, o PDT compõe a base estadual do governador Rui Costa (PT), mas passa agora oficialmente a apoiar o candidato adversário na capital. Apesar de frisar que a aliança nas eleições deste ano não significa um acordo para 2022, quando Ciro Gomes (PDT) deve sair candidato à presidência da República, ACM Neto disse para o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que também participou do evento online, que está interessado em um "namoro futuro" com o PDT. Lupi retribuiu: "A gente também quer namorar!". Neto destacou que a aliança é emblemática na capital, terceiro colégio eleitoral entre as capitais, com mais de 1.897.098 milhão de eleitores (TSE), razão pela qual tem importância... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2020/09/13/acm-neto-alianca-em-salvador-e-recado-que-dem-e-pdt-querem-futuro-comum.htm?cmpid=copiaecola-comum.htm?cmpid=copiaecola

domingo, 13 de setembro de 2020

 Pantanal sofre a maior devastação de sua história enquanto voluntários lutam para salvar os animais Área queimada é equivalente a Israel. Maior risco para a fauna é cair em áreas de fogo de turfas, a combustão de uma camada do subsolo, que queima e amputa as patas de veados, onças e antas JULIANA ARINI

Mato Grosso - 12 SEP 2020 - 16:25 BRT

Os incêndios que assolam o Pantanal há dois meses são os maiores da história. Dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) apontam que 15% do Pantanal foi consumido, uma área equivalente a 2,2 milhões de hectares, ou o território de Israel. Até meados de setembro, os satélites que que vigiam a região para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, já detectaram 12.703 focos ativos de incêndio, que representam dezenas de frentes descontroladas de queimadas. São os maiores números da série histórica da instituição, iniciada em 1998.

Mais do que números, no entanto, os incêndios na maior planície alagada do mundo são uma tragédia devastadora para um dos biomas até então mais preservados do país, abrigo de animais extintos em outras regiões, como a onça-pintada. Importantes refúgios de fauna foram dizimados na ampla zona que fica no extremo oeste do Brasil, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e as fronteiras da Bolívia, Argentina e Paraguai. Estão entre essas áreas o Parque Estadual Encontro das Águas, conhecido por ser morada da maior concentração de onças-pintadas do planeta, e a Terra Indígena Perigara, em Mato Grosso, e parte da Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul. Há cenas nas queimadas que remetem às descrições do poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321) sobre o inferno. Em uma das mais de 120 pontes da rodovia Transpantaneira (MT-060), em Porto Jofre, a 160 quilômetros da capital mato-grossense, as chamas cercam os dois lados da pista de terra. Toda vegetação ao redor queima e forma um rio de brasa e chamas, que some no horizonte. O primeiro impulso é parar o carro, mas o calor e a agressividade do fogo tornam a aventura impossível. Animais domésticos e silvestres correm atordoados na rodovia entre a fumaça, para buscar locais seguros.

O "Paraíso das Águas", como é conhecido o Pantanal, arde sob as chamas de um dos maiores incêndios da história provocado pela seca e por incêndios criminosos. As queimadas na Amazônia também influenciam o regime hidrológico na região, uma vez que a umidade da maior floresta tropical do mundo é canalizada para o Pantanal pelos ventos.

O Pantanal queima e aumenta a pressão sobre a gestão ambiental no Brasil

Fogo contra fogo. Os bombeiros usam na região com sucesso a tática de provocar um fogo que reduza a capacidade do incêndio de continuar se propagando

Devastação da Amazônia prejudica chuvas e ajuda Pantanal a bater recorde de queimadas

Salles anuncia suspensão de operações contra desmatamento por falta de verba e recua horas depois

“Em situações de incêndio a resposta é de fuga. Os animais vão para todo o lado. Se os incêndios são focais é menos problemático para a fauna, mas em áreas multifocais, como o de agora, é mais grave. Quando vemos animais como onças-pintadas reagindo assim é que houve um dano”, diz a pesquisadora Dione Vênega da Conceição, professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). “Caso as áreas fiquem constantemente degradadas, a tendência é que as onças passem a circular cada vez mais por áreas urbanas”, diz.

Cercados pelo fogo

O guia de turismo Abelardo Antônio da Silva, conhecido como Tonny, de 53 anos, conduz a reportagem a uma região de hotéis, na Transpantaneira. Ele integra uma brigada privada dos donos de pousada e agentes de turismo, que se uniram para salvar pontes e garantir que as chamas não cheguem às áreas de construções turísticas e moradias.

O esforço das equipes é sobre-humano. Alguns trabalham por três dias seguidos sem parar, mas é uma luta inglória. São apenas 33 pessoas se revezando nessa brigada. Somado aos esforços nacionais de 122 homens, chega-se a pouco mais de 150 pessoas lutando contra o fogo em Mato Grosso. Um homem para cada área de 350 quilômetros. A logística local dificulta ainda mais o cenário. Para se percorrer os 160 quilômetros da Transpantaneira leva-se até cinco horas. Algumas das regiões têm acesso tão difícil que requerem um dia inteiro de viagem. Entre vinte a dez aeronaves ajudam no combate, mas a grande maioria passa o dia em terra ―a fumaça não permite que haja teto para sobrevoo. Quando conseguem decolar, a imagem dos pequenos aviões despejando água sobre quilômetro de chamas lembra a de um beija-flor que tenta apagar um incêndio na floresta. Poética, mas quase inútil.

O Ministério da Defesa nega que o número de homens seja insuficiente. A assessoria do órgão afirma que existem 400 homens das Forças Armadas atuando no combate a incêndios na região de todo Pantanal. Já no Mato Grosso, um Centro de Coordenação da Operação foi instalado no aeródromo do Sesc Pantanal, em Poconé. Em média, nessa região, estão engajados nas atividades, no ápice da ação, 300 homens, entre militares e agentes de órgãos como o Corpo de Bombeiros e dos órgãos oficiais de preservação e fiscalização, ICMBio e Ibama. A reportagem não cruzou com nenhum desses soldados, apenas agentes do ICMbio e Prevfogo (Ibama) em sua visita ao Pantanal, além da brigada privada. No acesso à pousada Rio Claro, o fogo cerca novamente o carro da reportagem. Tonny pula do veículo e tenta combater as chamas com uma folha de palmeira.

Seguimos até a sede do hotel e avisamos à recepcionista: “O fogo está cercando vocês”. Ela toma um susto e sai correndo. “Por favor, avisem meu marido”, diz, em desespero. Em menos de dez minutos, o fogo cerca o local e começa a queimar tudo no horizonte, levantando uma cortina de fumaça negra no céu, antes azul. O gado se abriga em um ipê-rosa carregado de flores. Werner Luiz de Souza, o gerente da pousada, tenta contatar o proprietário pelo rádio e chamar os vizinhos para ajudar. Um peão, destemido, enfrenta as chamas e arrebenta uma cerca de arame para salvar um grupo de cavalos. Ninguém chega para ajudar. O fogo consome tudo, mas por sorte (dos humanos), o vento leva as chamas para outra direção.

Nem todos têm a mesma sorte. Na semana que passou foi registrada a morte de um homem com 100% do corpo queimado na área da Serra do Facão. Ele era funcionário de uma fazenda, zootecnista e tinha 36 anos. Com outros três funcionários da fazenda, tentava apagar o fogo quando uma rajada de vento mudou a direção das chamas. Ficou preso no meio do incêndio. O jovem foi levado ao hospital de Cáceres, a 220 km da capital, passou por uma hemodiálise, mas não resistiu e faleceu na quarta-feira (9).

 

Fornos fumegantes

O pesquisador Walfrido Moraes Tomas, da Embrapa Pantanal, não sabe indicar na literatura científica registros de algo semelhante ao que tem acontecido. “É inédito, estamos partido do zero”, diz. Ele coordena um projeto de pesquisa que tenta contabilizar quantos animais foram atingidos. O método para estimar a quantidade de animais mortos é basicamente caminhar por áreas recém queimadas e contar as carcaças. Para os animais, o maior risco é cair em áreas de fogo de turfas ―a combustão de uma camada do subsolo―, uma verdadeira armadilha natural.

 

“Na última incursão ficamos muito assustados com o barulho do fogo que vinha do solo e recuamos”, lembra a pesquisadora Christine Strusman, da UFMT. Esse tipo de fogo explica o fato de a maioria dos animais resgatados estarem com as patas queimadas ou amputadas. Dois veados, uma onça, uma anta e uma jaguatirica foram encontrados nessa situação e sacrificados devido à gravidade dos ferimentos. É uma realidade bem diferente do Pantanal que está na memória de Cátia Nunes da Cunha, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisas do Pantanal (CPP) e do Instituto Nacional de Áreas Úmidas (Inau). Natural de Poconé, a 100 quilômetros de Cuiabá, ela cresceu na região a qual dedicou quarenta anos de estudo. “Lembro da minha infância, entre as décadas de 1960 e 1970, quando houve uma longa seca. Tudo era cinza e a terra ficava sempre exposta. A poeira era constante, mas não me recordo de fogo como o que vejo hoje”, diz. “Neste ano vi cenas de horror em minhas visitas à região.”

 

Devastação

Mesmo notícias aparentemente positivas escondem armadilhas. Estima-se que os focos de incêndio concentrados nas regiões de Poconé, Barão de Melgaço e Porto Jofre, em Mato Grosso, já tenham passado por redução superior a 72%, conforme relatório do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. Os focos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, uma das áreas mais afetadas, também diminuíram em 97%. No entanto, há uma realidade triste por trás dessa queda.

 

“O incêndio reduziu mesmo, mas porque tudo foi destruído”, resume Eduardo Falcão, tenso, ao telefone. Ao mesmo tempo em que fala, o pantaneiro e dono da pousada Reserva Ecológica do Jaguar, na rodovia Transpantaneira, dirige mais uma de suas operações de resgate de fauna. Duas onças que antes acasalavam no Parque Estadual Encontro das Águas estão com as patas totalmente queimadas e agonizam. Seu filho João Falcão e dois veterinários voluntários seguem de barco até o córrego Três Rios para salvar esses animais. Eduardo construiu um recinto para abrigar os bichos salvos das chamas. Alguns deles foram enviados para o hospital veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), outros foram levados para áreas seguras.

Os Falcão são descendentes de um grande caçador de onças, que acabou se convertendo em protetor devido ao turismo. Eduardo já resgatou diversos animais, de onças a antas, veados e quatis. Nem todos os resgates são bem-sucedidos. Um exemplo é a onça que o grupo tentou resgatar na região do Corixo Negro: “Ela está muito brava. Ontem tentamos anestesiar para capturar, e ela tirou o dardo e fugiu para o mato. Bicho ferido, muito perigoso”, diz, preocupado com o filho e com os veterinários que estão há mais de vinte dias no local.

A curto prazo, a situação não deverá ter receber nenhum alívio: as previsões dos institutos científicos são de que as chuvas só chegarão ao Pantanal em outubro.

Futuro incerto

O impacto da destruição de refúgios naturais do Pantanal também é uma incógnita para os pesquisadores. “Sabemos que muitos animais fogem e se refugiam. Mas estamos lidando com uma cadeia. As serpentes de água certamente estão entre o grupo mais atingido. E elas servem como controle populacional e alimento de outros animais”, explica pesquisadora Christine Strusman. “Os capões (terras altas) que visitei foram intensamente destruídos. Como as araras-azuis farão ninhos naturais sem as árvores que queimaram e como vão se alimentar sem os frutos de bocaiuva e bacuri ainda não sabemos”, completa a pesquisadora Cátia Nunes.

Mesmo animais aquáticos serão afetados. Os peixes, por exemplo, dependem da relação com a flora. “Pacus estão ligados aos frutos, como o conhecido tradicionalmente por laranjinha e o tucum. Como esses peixes vão lidar com a escassez desses alimentos é algo que pode repercutir em toda bacia do rio Paraguai, indo além das fronteiras do Brasil”, segue Nunes.

Os cientistas tampouco conseguem dizer como ou quando o bioma da região poderá se regenerar um dia. “O Pantanal é, em parte, resiliente ao fogo, pois guarda em sua estrutura algumas manifestações do Cerrado, uma paisagem vegetal adaptada às queimadas. Mas também existem muitas florestas secas e matas alagadas que não têm condição de responder da mesma forma. As áreas com árvores de ipê-rosa, as famosas piúvas pantaneiras, podem se perder por completo.”, explica Nunes.

A pesquisadora do Inau alerta para os sinais falsos de que tudo ficará bem depois do fogo. “Geralmente depois de grandes incêndios a paisagem respondem com uma rápida camada de capim muito verde. Parece que está tudo bem. Mas, se olharmos de perto, vamos ver que não é um capim como mimoso, natural do bioma e muito rico, mas algo mais pobre e com muita menos biodiversidade”, diz Nunes.

Mato Grosso abriga 35% do bioma Pantanal, com 52 milhões de hectares, e o fogo já destruiu quase um quarto disso. É no Estado, em Diamantino, que estão as nascentes do rio Paraguai, o principal formador do bioma, resultado de uma dinâmica de águas dependente dessas terras altas mato-grossenses. “Na porção continental do Pantanal, tudo é o Chaco. Da Bolívia até o Paraguai só há uma região semiárida, quase desértica. Sem essas nascentes (em Mato Grosso) não temos a dimensão de até onde o Chaco poderia se estender. Foram os rios das terras altas, e seu pulso de inundações, que mudaram a paisagem local”, explica a pesquisadora.

Fogo frio

Em uma área cercada de piúvas rosadas, conseguimos avistar um cervo-do-pantanal, macacos-barrigudos, araras-azuis, um grupo de quatis e um tamanduá. O fogo não chegou à pousada de Luiz Vicente da Silva Campos Filho, de 57 anos. O local é um descanso aos olhos de quem só viu destruição ao longo da estrada. Vicente conta que usa métodos próprios para evitar as queimadas, mas se esquiva em revelar suas técnicas. Vicente conta que sua propriedade é mais úmida que as demais. Só depois de uma longa conversa, ele acaba também defendendo o uso do chamado fogo frio. A palavra define como os pantaneiros tradicionais chamam a técnica de se criar pequenas frente de fogo durante as chuvas para reduzir a biomassa vegetal, a maior responsável pelos grandes incêndios que hoje assolam o Pantanal.

Paradoxalmente, é esse uso do fogo que pode salvar o Pantanal do fogo. “Limpeza de campo é a solução”, diz Eduardo Falcão. “Nunca teve fogo dessa magnitude antes porque, no passado, o pantaneiro usava o fogo para evitar o fogo. Agora proibiram e veio esse fogo grande. Agora precisam repensar isso”, diz ele. Pela atual legislação é proibido o uso do fogo em todos os sentidos. Apenas com um complicado processo na Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), mediante acompanhamento técnico e consultoria, é possível lançar mão das chamas. Algo restrito aos grandes proprietários rurais e que exclui todos os pequenos e médios fazendeiros do Pantanal. Os proprietários rurais exigem que as regras de manejo sejam repensadas. O Estado de Mato Grosso abriu uma frente de debate na Assembleia Legislativa do Estado para tentar mudar a legislação.

Segundo perícia divulgada pela Sema-MT, os maiores incêndios do Pantanal de Mato Grosso tiveram como origem a ação humana e também a explosão de cabos de energia elétrica. No entanto, as porções pantaneiras de Argentina, Bolívia e Paraguai também sofrem com grandes 

Biólogo segura um guaxinim, resgatado durante o mês de agosto no Pantanal.

 O penúltimo domingo (13) do inverno deste ano tem tempo estável, sem previsão de chuva, e com calor na marca dos 38°C — Foto: Pilar Olivares/Reuters

Rio volta a ter praias lotadas neste domingo; calor bate 38°C

Cariocas e turistas, que começam a retornar à Cidade Maravilhosa, desrespeitam a proibição de permanência nas areias. Banho de mar está permitido.

As praias do Rio de Janeiro voltaram a ficar lotadas neste domingo (13). O forte calor, na casa dos 38°C, é um convite ao banho de mar. Mas ficar na areia continua proibido.

O decreto da prefeitura em vigor permite as seguintes atividades nas praias:

Banho de mar

Circulação de ambulantes (entre 7h e 18h)

Atividades físicas, com uso obrigatório de máscaras

Além da permanência de banhistas na faixa de areia, seguem proibidos:

Venda de bebida alcoólica

Altinha

Aluguel de cadeiras e barracas

Quem circula em As restrições, no entanto, não têm sido respeitadas por cariocas e turistas. Neste sábado (12), as praias já haviam ficado superlotadas, com banhistas ocupando a faixa de areia com cadeiras e barracas.

via pública sem máscara pode ser multado em R$ 107. Até este sábado, o estado do Rio de Janeiro já somava quase 17 mil mortes por Covid-19. Só na capital, passava de 10 mil o número de mortos pela doença.

Para tentar desestimular a lotação das praias, o governo do estado publicou um decreto na sexta (11) que proíbe moradores de outras regiões de estacionar o carro perto da orla.

 

 André Mendonça, ministro da Justiça e da Segurança Pública — Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Ministro da Justiça, André Mendonça, tem inflamação cardíaca e ficará internado

Quadro é 'desencadeado na maioria das vezes por um processo viral', diz equipe médica. Ministro passou por exames após O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, foi internado para exames médicos neste domingo (13), em Brasília, depois de um mal-estar durante a madrugada.

Em nota divulgada à tarde, o ministério informou que Mendonça foi diagnosticado com "miocardite aguda, inflamação do músculo do coração desencadeada, na maioria das vezes, por um processo viral".

O ministro chegou a passar por um cateterismo, mas a sus mal-estar; rastreio de Covid-19 teve resultado negativo. O ministro chegou a passar por um cateterismo, mas a suspeita de infarto foi descartada. Segundo o governo, Mendonça fez novo "rastreio" para a Covid-19, mas a tomografia e o teste PCR (que indica a presença do vírus naquele momento) deram resultado negativo.

"O ministro André Mendonça foi medicado e está bem. Por orientação médica, continuará internado para observação, pelo menos, pelas próximas 48h", diz a nota (veja íntegra abaixo).

O presidente Jair Bolsonaro compareceu ao hospital por volta das 16h e saiu após 20 minutos, sem dar declarações à imprensa. O presidente Jair Bolsonaro compareceu ao hospital por volta das 16h e saiu após 20 minutos, sem dar declarações à imprensa.

Mendonça assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública no final de abril. Ele substituiu o ex-juiz Sérgio Moro, que justificou sua saída do governo a uma suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Antes do ministério, Mendonça comandou a Advocacia-Geral da União (AGU). Ele também fez parte da equipe de transição de Bolsonaro. Íntegra

Confira a íntegra da nota divulgada pelo Ministério da Justiça na tarde deste domingo:

O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, realizou exames na manhã deste domingo (13) após sentir mal-estar durante a madrugada.

Segundo a equipe de cardiologia do Hospital Brasília foi descartado infarto do coração e diagnosticada miocardite aguda, inflamação do músculo do coração desencadeada, na maioria das vezes, por um processo viral. O ministro realizou novo rastreio para coronavírus e teve PCR e Tomografia com resultados negativos.

O ministro André Mendonça foi medicado e está bem. Por orientação médica, continuará internado para observação, pelo menos, pelas próximas 48h.

Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça e Segurança Pública

 

 brumadinho

Empresa que fiscaliza barragens para o governo é cliente de mineradoras

Ministério Público Federal vai investigar possível conflito de interesse em contratação sem licitação pelo governo federal

Cliente no exterior das mineradoras BHP Billiton, Kinross, Rio Tinto e Anglo American, a empresa americana Aecom foi contratada sem licitação pela Agência Nacional de Mineração (ANM), vinculada ao Ministério de Minas e Energia , para auxiliar os trabalhos de fiscalização e vistoria de barragens pertencentes às suas empregadoras. Ela foi escolhida pela autarquia do governo federal, apesar do projeto básico de contratação prever independência.

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De acordo com o documento a que a Agência Pública teve acesso, a empresa admitida para prestar a assessoria técnica à ANM deve ser independente e não possuir ou ter possuído “relação contratual de subordinação com as companhias proprietárias de estruturas de barragens de mineração objeto da contratação” para “evitar potenciais ou efetivos conflitos de interesse ”.

No entanto, na lista das 336 barragens localizadas em 14 estados que passarão pela perícia da filial brasileira da Aecom , duas são da Mineração Rio do Norte (MRN) — que tem a Rio Tinto como acionista , quatro são da Kinross e da Anglo American e dez são da Samarco — que tem a BHP Billiton como uma de suas controladoras.

A Aecom foi contratada pela ANM com objetivo de fornecer informações sobre as condições de determinadas estruturas de contenção de rejeitos de mineração a fim de subsidiar ações e decisões de competência da autarquia. Dentre as atribuições da Aecom, por exemplo, está previsto o levantamento dos riscos e fatores de segurança das barragens, assim como a capacitação dos servidores da agência.

A contratação de uma assessoria técnica independente para auxiliar o trabalho da ANM está prevista no acordo judicial firmado entre a União e o Ministério Público Federal, em Minas Gerais, em outubro de 2019, dez meses após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.

Providências cabíveis

A pedido da procuradoria, a reportagem encaminhou os documentos que comprovam os vínculos da Aecom com as mineradoras no exterior. Em resposta, o MPF informou que irá apurar a veracidade das informações. “Se confirmado qualquer impedimento ou suspeição por parte da empresa contratada, que afete a sua atuação independente, serão adotadas as providências cabíveis”, ressaltou o órgão.

 

As informações dos projetos que contaram com a participação da Aecom  estão no site da própria empresa. Ela trabalhou, por exemplo,  em três obras da BHP Billiton. Dentre elas, a construção de uma barragem no sul da Austrália. A Aecom prestou serviços para aumentar a produção de uma mina da Rio Tinto, também na Austrália, e de uma mina de ouro da Kinross na Mauritânia. Para a Anglo American, ela fez o relatório de impacto ambiental de expansão de um complexo minerário na Austrália.

Solicitações cumpridas

Por meio de nota, a Aecom garantiu que cumpriu com todas as solicitações de informações a respeito de conflitos de interesse feitas pela ANM durante o processo de seleção e contratação. “Nós temos confiança naquele processo de contratação, bem como no alinhamento das informações divulgadas com os mais altos padrões de ética e de conformidade”, acrescentou.

A empresa ainda argumentou que sua extensa experiência no mercado de barragens é a razão pela qual seu conhecimento nas atividades de monitoramento e auditoria é procurado por clientes ao redor do mundo.

A Pública entrou em contato com ANM e com o Ministério de Minas e Energia mas não obteve retorno até a publicação.

Decreto sob medida

O contrato de R$10,418 milhões entre a ANM e a Aecom do Brasil foi assinado em 31 de dezembro de 2019, com validade de 30 meses. Ele ocorreu por inexigibilidade de licitação sob o argumento de que a Aecom entrega um serviço único, que nenhuma outra empresa oferece.

A assinatura “só foi possível devido a alteração do decreto que viabilizou a terceirização para auxiliar os trabalhos da equipe de fiscalização da ANM”, conforme destacou a então Ministra Interina do Ministério de Minas e Energia (MME), Marisete Pereira, durante a abertura da oficina de capacitação oferecida pela Aecom, em 27 de janeiro.

A alteração do decreto 9.507, de setembro de 2018, citado por Marisete, foi publicada 11 dias antes da admissão da Aecom, em 20 de dezembro de 2019, “permitindo a contratação de serviços de apoio à execução da atividade fim”.

O doutor em política ambiental e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Bruno Milanez, alerta que é arriscado deixar uma empresa privada cuidar da segurança de barragens. Ele avalia que essa contratação foi uma medida emergencial devido ao que chamou de desmonte da ANM, mas ressalta que outras medidas, como um novo concurso para contratar técnicos, deveriam estar sendo tomadas. “O contrato é emergencial, o que acontece quando ele acabar, ou vai virar uma dependência?”, questiona.

Os concursos públicos que selecionaram especialistas e técnicos em recursos minerais do extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNMP), por exemplo, não exigiram experiência prévia em geotecnia, hidráulica, hidrologia e segurança de barragens — especialidade da assessoria contratada.

“A gente não terceiriza fiscal da receita, por exemplo. É uma pessoa que é contratada, concursada, e ela é uma funcionária de carreira e o compromisso dela é com o bem estar da sociedade. A gente está falando de segurança de barragens, eu entendo que o princípio deveria ser o mesmo”, ressaltou Milanez.

"Qual vai ser o critério?"

Ele destaca ainda que quando o contrato com a ANM acabar, corre o risco de a Aecom ser contratada por uma mineradora como consultora de auditoria. “E qual vai ser o critério de hierarquia junto aos técnicos da ANM que ela assessorou?”. Na avaliação dele, “a estrutura que está sendo construída é uma estrutura falha que coloca em risco o sistema de fiscalização de barragens do país”.

Em vez de investir na autarquia para melhorar a fiscalização de barragens, o governo sinalizou um corte de 9,05% no orçamento da Agência em 2021. Conforme mostrou reportagem do jornal O Globo, esse corte pode fazer com que a ANM quebre o acordo firmado com o MPF que prevê verbas adicionais ao orçamento do órgão.

Parceira do MPMG

Além do contrato firmado com a Agência Nacional de Mineração para auxiliar os trabalhos de fiscalização e vistoria de barragens, a Aecom presta serviços de auditoria independente ao Ministério Público de Minas Gerais, desde 2016.

Ela passou a atuar após o rompimento da Barragem em Mariana, em novembro de 2015, que matou 19 pessoas, arrasou comunidades, provocou um estrago imenso na bacia do rio Doce e em seu entorno e levou a lama de rejeitos de minério até o oceano Atlântico.

É a Aecom quem faz o acompanhamento da segurança das estruturas do Complexo Germano, onde estava a barragem de Fundão, que rompeu. Ele pertence à Samarco, que é controlada pela Vale e pela BHP Billiton — cliente da empresa no exterior. Este mesmo complexo será vistoriado pela Aecom por meio do contrato firmado com a ANM.

Ela também audita para o MPMG o plano de manejo de rejeitos que vem sendo implementado pela Fundação Renova na bacia do Rio Doce.

Depois do rompimento das barragens da Vale, em Brumadinho, no ano passado, ela ainda passou a monitorar para a promotoria mineira todas as ações de recuperação socioambiental implementadas pela mineradora na bacia do rio Paraopeba decorrentes do desastre.

Além disso, a Aecom é responsável pela auditoria independente das barragens existentes nas minas da Vale situadas em Itabira, também previstas na lista do seu contrato com a ANM.

O MPMG informou à reportagem que devido ao princípio do “poluidor-pagador” as mineradoras custeiam os serviços prestados pela empresa, mas que ela é escolhida pela promotoria. O mesmo ocorre nos serviços que a Aecom presta ao Ministério Público do Espírito Santo também relacionados ao rompimento da barragem em Mariana, segundo o órgão capixaba.

Fonte: undefined - iG @ https://economia.ig.com.br/2020-09-13/empresa-que-fiscaliza-barragens-para-o-governo-e-cliente-de-mineradoras.html Ao serem questionados sobre possível conflito de interesse pelo fato de a empresa ter vínculo com a BHP Billiton no exterior, o MPMG e o MPES informaram que os contratos são analisados pelos promotores de Justiça responsáveis e “precisam refletir exatamente as previsões de imparcialidade e independência inseridas nos Termos de Compromisso”. “É importante ressaltar que a Aecom vem prestando ao Ministério Público, de forma imparcial e independente, um trabalho de excelente qualidade”, acrescentaram os órgãos.

Na outra ponta, a mesma Aecom foi escolhida pelo juiz Mário de Paula Franco Júnior, da 12ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, como perita judicial em ações que também estão relacionadas ao rompimento da barragem em Mariana. A reportagem entrou em contato com o Tribunal Regional Federal, mas não obteve retorno.

 

 Hamilton Mourão

Incêndios na Amazônia "não são padrão Califórnia", diz Mourão sobre aumento de queimadas na região

Vice-presidente, general Hamilton Mourão, minimizou as queimadas na Amazônia ao afirmar que é preciso dar a "devida proporção" ao problema. "É ilegal, temos que combater, mas não é um incêndio padrão Califór O vice-presidente, general Hamilton Mourão, minimizou as queimadas na Amazônia e comparou os incêndios florestais no Brasil aos que devastam regiões inteiras nos Estados Unidos. Segundo Mourão, os focos de calor apontados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) nem sempre significam incêndios. nia o que está acontecendo na Amazônia”, disse “O que o Inpe acusa é o número de focos de calor, que nem sempre significam um incêndio. Qualquer evento acima de 47 graus sinaliza como foco de calor, como se eu acender uma fogueirinha. Temos que dar a devida proporção. É ilegal, temos que combater [as queimadas criminosas], mas não é um incêndio padrão Califórnia o que está acontecendo na Amazônia”, disse Mourão em entrevista à CNN Brasil, conforme reportagem do jornal O Globo.

Ainda segundo ele, o foco principal é reduzir os níveis do desmatamento ilegal associado ao “incentivo das atividades econômicas” na Amazônia. “Coloco como meta final, até o fim do mandato, em 2022, o retorno aos níveis mínimos históricos dessas ilegalidades. Para isso, trabalhamos o tempo todo também em desenvolvimento, na regularização fundiária e nos incentivos a atividades econômicas dentro da Amazônia”, afirmou.

Entre janeiro e junho deste ano, conforme dados do Inpe, a Amazônia registrou 56.425 queimadas, um aumento de 6% sobre o mesmo período do ano passado. O número é o maior desde 2010.

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Delação indica que esquema de arrecadação ilegal foi usado por Crivella para conseguir apoio de Romário em 2016

Delator afirma que pedido de “ajuda” do prefeito ocorreu em reunião na Igreja Universal

Marco Grillo

12/09/2020 - 14:53 / AtualiRIO - A delação premiada de um empresário do setor de iluminação pública indica que um esquema de arrecadação ilegal de recursos para a campanha do prefeito Marcelo Crivella, em 2016, foi usado para convencer o senador Romário (Pode-RJ) a apoiá-lo ainda no primeiro turno da eleição. O depoimento faz parte da investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) que apura a existência de um esquema de corrupção na Prefeitura do Rio.

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Paulo Roberto de Souza Cruz, então sócio da Compillar Entretenimento Prestadora de Serviço, disse que foi procurado em 2016 por um outro empresário do setor. O objetivo seria marcar um encontro com o tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, que estaria arrecadando R$ 1,5 milhão com empresas interessadas em futuros contratos na RioLuz. A doação empresarial em campanhas já estava proibida em 2016.

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O colaborador reconhece que manifestou interesse em fazer parte do esquema, o que gerou uma segunda reunião, esta com Crivella. O encontro, segundo o depoimento, ocorreu no estacionamento da Igreja Universal de Alcântara, em São Gonçalo – depois de Macedo, Crivella e o empresário assistirem ao culto.

Na delação, Cruz disse que, ao apresentá-lo a Crivella, Macedo disse ao prefeito que o empresário era um dos que estavam “ajudando a gente com a RioLuz”. Em seguida, ainda de acordo com o depoimento, Crivella teria agradecido. “Meu querido, obrigado pela sua ajuda, porque estamos precisando da ajuda de vocês para resolver o apoio do Romário”.

Não há citação no depoimento sobre a data exata em que os encontros teriam ocorrido. O apoio de Romário a Crivella na eleição de 2016 foi tornado público no dia 21 de setembro. O apoio do senador chegou a ser disputado também pelo MDB, que lançou a candidatura do A colaboração premiada de Cruz foi homologada em 2018, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso – como a revista Época revelou no ano passado, os depoimentos citam também a possível participação de deputados federais.

“Dos documentos juntados ao presente pedido é possível constatar que há elementos indicativos de possível envolvimento de autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante esta Corte, a exemplo dos deputados federais Dejorge Patrício, Marcelo Delaroli, Rosângela Gomes e Walney Rocha, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal para homologação do acordo”, escreveu Barroso em despachodeputado federal Pedro Paulo A reportagem está tentando ouvir as versões do prefeito Marcelo Crivella e de Romário sobre o caso.na ocasião. O PSB, partido de Romário na época, apoiava formalmente a candidatura de Indio da Costa (PSD). Romário não é investigado no procedimento do Ministério Público do Rio.

PUBLICIDADEzado em 12/09/2020 - 17:51 

domingo, 6 de setembro de 2020

 

Vale abre novas vagas de EMPREGO pelo país

No total, são 93 vagas disponíveis, distribuídas para diferentes áreas de atuação.

Por Ester Farias ultima at Fale ConoscoRÁDIO NCBaixe Nosso APPGrupos WhatsAppSobre NósAviso LegalEquipe

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Vale abre novas vagas de EMPREGO pelo país

No total, são 93 vagas disponíveis, distribuídas para diferentes áreas de atuação.

Empregos

Por Ester Farias ultima atualização 05/09/2020 às 14:59

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Oportunidade! A Vale, mineradora multinacional brasileira e uma das maiores operadoras de logística do país, oferece diversas vagas de emprego em todo o país. No total, são 93 vagas disponíveis, distribuídas para diferentes áreas de atuação.

 

A empresa é uma das maiores organizações de mineração do mundo e também a maior produtora de minério de ferro, de pelotas e de níquel. A empresa também produz manganês, ferroliga, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio.

 

No setor de energia elétrica, a empresa participa em consórcios e atualmente opera nove usinas hidrelétricas, no Brasil, no Canadá e na Indonésia. 1° lugar na produção mundial de minério de ferro, pelotas e níquel, 348,8 mi de toneladas métricas de minério de ferro produzidas, 311 mi de toneladas métricas de níquel produzidas, 46,2 m de toneladas métricas de pelotas produzidas.

 

Confira abaixo alguns dos  cargos disponíveis.

 

Cargos

Operador de Processo

Assistente Administrativo

Operador de Equipamentos

Mecânico Especializado

Soldador

Técnico de Planejamento

Gerente de Operações

Eletricista

Auxiliar Técnico

Engenheiro

Médico do Trabalho

Analista de Emergência Industrial

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Lembrando que existem diversos cargos disponíveis, e que estes podem ser preenchidos a qualquer momento, assim como também podem aparecer novas vagas para novos cargos.

 

A Vale oferece oportunidades para Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e outros.

 

 

Justiça do Rio manda soltar músico que teria sido preso por engano em Niterói, no RJ

Luiz Carlos Justino, de 23 anos, toca violoncelo e foi preso na quarta (2), acusado de participar de um assalto à mão armada ocorrido em 2017. Parentes e amigos dizem que ele fazia uma apresentação em uma padaria no momento do crime. A Justiça do Rio mandou soltar o músico Luiz Carlos Justino, de 23 anos, que teria sido preso por engano na quarta-feira (2) em uma blitz no Centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Em sua decisão, proferida durante o plantão judiciário no sábado (6), o juiz André Luiz Nicolitt determina ainda que o músico cumpra prisão domiciliar, "devendo a defesa comprovar perante o Juízo de primeiro grau o endereço em que o réu cumprirá a medida e poderá ser localizado".

No sábado (6), parentes e amigos de Luiz Carlos fizeram um protesto em frente ao presídio de Benfica, na Zona Norte. O jovem, acusado de um assalto, foi reconhecido pela vítima por foto, na delegacia, mas a família afirma que, na hora do crime, ele tocava em uma padaria.

"Em termos doutrinários, o reconhecimento fotográfico é colocado em causa em função de sua grande possibilidade de erro. A psicologia aplicada tem se empenhado em investigar fatores psicológicos que comprometem a produção da memória. Neste ramo, encontramos Segundo a polícia, havia contra o músico um mandado de prisão em aberto por assalto à mão armada. O crime pelo qual Luiz Carlos está sendo acusado aconteceu na manhã de 5 de novembro de 2017, um domingo.

No entanto, parentes e pessoas que trabalhavam com o músico contestam a versão de que Luiz Carlos tenha participado do assalto. Argumentam que, na época, ele tinha contrato fixo com uma padaria, onde tocava violoncelo – e as apresentações aconteciam sempre aos domingos pela manhã.

Segundo o processo, o crime aconteceu na Vila Progresso, que fica a 7 km da padaria na qual, segundo as testemunhas, o músico tocava.

Na decisão que decretou a prisão preventiva, a juíza Fernanda Magalhães Freitas Patuzzo afirmou que a prisão era necessária para garantir a tranquilidade da vítima que reconheceu Luiz Carlos na delegacia. Mas não esclarece como foi feito este reconhecimento. Na época, o caso foi investigado pela Delegacia de Jurujuba. O delegado era Cláudio Ascori.

A Polícia Civil foi questionada de que maneira que foi feito o reconhecimento pela vítima, mas a corporação não respondeu. No dia em que foi realizado o registro do crime, Luiz não tinha antecedentes criminais.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) também foi questionado com base em quais provas colhidas no inquérito se baseiam a decisão de denunciar o músico, mas não havia respondido até o final da manhã deste sábado (5).

contribuições que dissecam as variáveis que podem interferir na precisão (accuracy) da A esposa de Luiz Carlos afirma que ele é muito distraído e já perdeu os documentos várias vezes. A família desconfia que o músico possa ter sido vítima de fraude.

“Ele costumava, sim, perder muito os documentos. Perdeu duas ou três vezes. E, como para ele era só ir lá e fazer outro, alguém usou o documento, usou para fazer alguma coisa e ficou gravado lá o nome dele”, declarou Mariana Soares do Nascimento, esposa de Luiz.

As apresentações na padaria

A publicitária Cristina Guerra conta ter sido uma das pessoas que convidaram Luiz Carlos para se apresentar na padaria, chamado Café Musical.

"Todos os domingos, nós também estávamos lá, porque a gente ficava criando conteúdo para veicular nas redes sociais. Então, eu tenho certeza absoluta de que, neste domingo, no dia 5 de novembro de 2017, eles estavam lá tocando, das 8h até o meio-dia”, afirma Guerra.

Nesse projeto musical, Luiz Carlos costumava se apresentar com o tio. "Todo domingo de manhã a gente tinha contrato com uma padaria. Inclusive, a gente tocou lá mais de dois anos", lembra Leandro Justino, que também é músico.

"Até agora, estou tentando entender isso [a prisão]. Porque, para uma pessoa acusar a outra, ela tem que ter a certeza. (...) Como reconheceram, se ele, pelo que sei, não tinha ficha nenhuma?”

Já a mãe de Luiz Carlos diz: “Não consigo nem entrar na minha casa. Estou desde quarta sem comer nada, sem dormir direito. Toda hora acordo, às vezes escuto ele me chamar”.

Músico entrou para orquestra aos seis anos

Luiz Carlos é o segundo filho de uma família de seis irmãos. Tomou gosto pela música aos 6 anos de idade, quando entrou para a Orquestra de Cordas da Grota. O coordenador e antigo maestro o acompanhou desde os primeiros passos.

“Ele sempre estudou e sempre estava tocando lá, e sempre participou, desde as orquestras iniciantes, e hoje ele está na orquestra principal”, explicou o maestro Márcio Paes Selles.

Ainda criança, ele chegou a aparecer em uma reportagem e uma TV da Alemanha, que mostrava as crianças do projeto social.

memória", diz um trecho da decisão.

E acrescenta:

"São muitas as objeções que se pode fazer ao reconhecimento fotográfico. Primeiro, porque não há previsão legal acerca da sua existência, o que violaria o princípio da legalidade. Segundo, porque, na maior parte das vezes, o reconhecimento fotográfico é feito na delegacia, sem que sejam acostadas ao procedimento 'as supostas fotos utilizadas' no catálogo, nem informado se houve comparação com outras imagens, tampouco informação sobre como as fotografias do indiciado foram parar no catálogo, o que viola a ideia de cadeia de custódia da prova", explica.

 

O juiz diz ainda que "não é possível saber se o autor do 'reconhecimento' indicou o indivíduo reconhecido, confirmou uma opinião de terceiros, ou, até mesmo, se existiram dúvidas se o autor da conduta criminosa seria a pessoa da fotografia".

"Precisamente sobre o caso, causa perplexidade como a foto de alguém primário, de bons antecedentes, sem qualquer passagem policial vai integrar álbuns de fotografias em sede policial como suspeito".

 

Caso Flor delis: Polícia Civil investiga bomba jogada em casa de testemunha

Registro da ocorrência foi feito na DelegacUma testemunha da investigação da morte do pastor Anderson de Carmo denunciou à polícia que uma bomba caseira foi jogada em sua casa na madrugada desta sexta-feira (4). A delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) investiga o caso.

Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, a deputada Federal Flordelis, esposa do pastor, é investigada como mandante do assassiFlordelis foi denunciada pelo crime, mas não foi presa por possuir imunidade parlamentar. A polícia só pode cumprir um mandado de prisão em caso de perda de mandato parlamentar.

Conselho de Ética

A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados iniciou um processo de análise do caso que pode terminar com a cassação do seu mandato. O projeto precisa passar pelo plenário, mas os partidos já decidiram que vão aprová-lo.

O caso da deputada agora será encaminhado à corregedoria da Câmara, que fará um relatório e depois o submeterá à análise da Mesa Diretora. Na sequência o caso devera ser encaminhado ao Conselho de Ética. Depois de notificada, a deputada terá 10 dias para apresentar sua defesa por escrito.

Filhos em prisões diferentes

Nesta sexta-feira, a Justiça do Rio determinou que os filhos da deputada federal Flordelis, presos por suspeita de participação na morte do pastor Anderson do Carmo, fiquem em presídios separados.

Na decisão, o juiz destaca que os sete filhos estariam divididos em apenas duas unidades penitenciárias (uma feminina e outra masculina), mas devem ficar separados e longe do irmão Flávio, apontado como executor dos disparos.

“Havendo indícios de tentativa de manipulação de provas, a fim de se resguardar a instrução penal, determino sejam aqueles presos acautelados em unidades prisionais diversas, tão separados quanto possível, e sem nenhum contato com o acusado Flávio”, diz o magistrado.

Investigações

A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MP-RJ) descobriram mensagens de texto em telefones celulares que reforçam a suspeita de que a deputada planejou matar o marido executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019 na porta de casa, em Niterói.

A Justiça já aceitou denúncia contra a parlamentar, que se tornou ré no caso. Seis de seus filhos e uma neta estão presos.

FLORDELIS

 

 

 A pedido do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), a juíza Cristina Feijó, da 33ª vara cível do Tribunal de Justiça do Rio, proibiu a Globo de divulgar informações e documentos sigilosos extraídos da investigação criminal no escândalo da rachadinha, que envolve o senador.

A Globo respeita ordens judiciais mas lamenta este cerceamento da liberdade de informação, uma vez que a investigação em questão é de interesse de toda a sociedade. A Globo recorrerá da decisão assim que for notificada.

Nesta semana, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio divulgou nota informando que concluiu as investigações e encaminhou o caso ao procurador-geral de justiça, Eduardo Gussem.

As investigações foram abertas em julho 2018. Para os investigadores, o ex-assessor Fabrício Queiroz era o operador de um esquema de lavagem de dinheiro, chefiado por Flávio Bolsonaro, com parte dos salários repassados pelos servidores do gabinete do então deputado estadual.

Entidades repudiaram a decisão da juíza. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) afirmou que a censura parece estar se tornando praxe no país, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5, e que se trata de mais um atropelo à liberdade de expressão. Segundo a ABI, é urgente que o Supremo Tribunal Federal restabeleça o império da lei.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou que qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada, e que isso é ainda mais grave quando se trata de informações de evidente interesse público.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que a censura prévia é inaceitável numa democracia, sobretudo quando o alvo da cobertura jornalística é uma pessoa pública, cujo mandato foi outorgado pelo voto, que a decisão dificulta a cobertura das graves denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro, e que impedir veículos e jornalistas de publicar reportagens é prejudicial não apenas ao direito à informação, como também ao papel da imprensa como fiscal das atividades do Estado.

Numa rede social, Flávio Bolsonaro comemorou a decisão e disse que não tem nada a esconder.