domingo, 31 de março de 2019


Dos cinco presidentes da ditadura militar brasileira, Castello Branco é o que dá nome o maior número de escolas brasileiras, como essa em Mesquita (RJ) — Foto: Reprodução/Google

Número de escolas com nome de presidentes da ditadura militar cai 26% em uma década
Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo 'batizavam' 809 escolas de ensino básico em 2009. O total caiu para 595 em 2018.
Por Ana Carolina Moreno, G1
O Brasil tem cada vez menos escolas que carregam o nome de um dos presidentes do período da ditaduta militar. Um levantamento feito pelo G1 com os microdados do Censo Escolar mostra que, em 2018, 595 escolas brasileiras homenageavam em suas fachadas um dos cinco militares que ocuparam o poder durante o período do regime. O número é 26% menor que as 809 que faziam o mesmo em 2009.
55 anos do golpe militar: G1 reconta o marco inicial da ditadura que durou 21 anos
Os dados consideram as variações na grafia do nome dos presidentes e ainda levam em conta apenas as escolas que, segundo o Censo Escolar divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estavam em atividade e ofereciam o ensino básico reguVeja quais foram os presidentes da ditadura:
Humberto de Alencar Castello Branco (1900-1967): governou entre 1964 a 1967
Arthur da Costa e Silva (1902-1969): governou entre 1967 e 1969, foi o responsável pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5)
Emílio Garrastazu Médici (1905-1985): governou entre 1969 e 1974 e antes foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI)
Ernesto Geisel (1908-1996): governou entre 1974 e 1979
João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918-1999): governou entre 1979 e 1985
Queda ano a ano
A retirada dos nomes dos presidentes militares das escolas tem se mantido desde pelo menos 2013. Castello Branco é o nome mais frequente entre as escolas analisadas. E a retirada do nome de Garrastazu Médici é a mais frequente. Nos últimos 6 anos, o número de escolas batizadas em sua homenagem caiu de 151 para 105, uma redução de 30%.
Propaganda e permanência
Os dados do Censo não informam a data de inauguração da escola ou a alteração de nome no decorrer dos anos, mas um levantamento considerando todas as escolas da base de dados, inclusive as que já estão inativas, mostra que boa parte das escolas que apareciam no Censo Escolar de 2009 hoje não está com atividades paralisadas. Uma grande parte delas fica na zona rural.
Segundo a professora de história Raquel Elisa Cartoce, que pesquisou as estratégias de publicidade do regime militar, a expansão da rede pública de ensino a partir da década de 1970 foi uma das medidas tomadas pelos militares não só para ampliar o número de brasileiros na escola, mas também para aumentar sua influência no interior do Brasil.
Ela diz que foi uma expansão quantitativa, mas que não focava no aumento da qualidade da educação.

"A ideia básica era formar filho de trabalhador para ser também trabalhador", explica Raquel Cartoce. "E era uma possibilidade de espaço para a ditadura ocupar essas comunidades e dar sua identidade."
A pesquisadora lembra que, como não foram eleitos com voto direto, os presidentes militares não tinham a popularidade de outros presidentes. "Esses ditadores buscavam meios artificiais para se destacar", diz ela.
As mortes de Costa e Silva e Médici pouco depois de deixarem a Presidência podem ter contribuído para a escolha de seus nomes na hora de batizar escolas recém-construídas.
Escolas públicas é maioria
Entre as escolas que em 2018 ainda mantinham o nome de um dos cinco ex-presidentes, 96,5% estão na rede pública, sendo que mais de 2/3 se concentra em 495 municípios brasileiros. Metade dessas instituições está no Nordeste.
Escolas públicas x privadas
Em 2018, 96,5% das escolas que homenageavam o regime militar estavam na rede pública.
FEDERAL: 1
ESTADUAIS: 145
MUNICIPAIS: 428
PRIVADAS: 21lar. Em 2018, 181.939 escolas se encaixavam nesses quesitos.

Congresso Nacional, em Brasília, em 1964, quando ocorreu o golpe — Foto: Arquivo/Agência O Globo
55 anos do golpe militar de 1964

Ato que depôs Jango ocorreu em 31 de março daquele ano; ditadura durou até 1985. G1 detalha situação do Brasil pré-1964, os 33 dias que marcaram o golpe e o 'quem é quem' do período.
O golpe de estado que instaurou a ditadura militar no Brasil em 1964 completa 55 anos neste domingo (31). Após o ato, iniciou-se um regime de exceção que durou até 1985. Nesse período, não houve eleição direta para presidente. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.
De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados. Em 2014, a comissão entregou a então presidente Dilma Rousseff um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.
Nos 55 anos do golpe, o G1 recupera o conteúdo de uma reportagem originalmente publicada em 2014, meio século após aquele 31 de março.
Veja, abaixo, os principais momentos envolvidos no golpe de 1964:
O Brasil pré-1964
O golpe em 33 dias
Quem é quem: os personagens do golpe
O BRASIL ANTES DO GOLPE
19 de agosto de 1961
O presidente Jânio Quadros condecora Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, para indignaç O então presidente Jânio Quadros condecora Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, em 19 de agosto de 1961; gesto provocou indignação em setores civis e militares conservadores — Foto: Divulgação.
25 de agosto de 1961
Ão de setores civis e militares conversadores. Eleito 20º presidente do Brasil, Jânio renuncia após sete meses de governo. A renúncia era uma estratégia: Jânio pretendia retornar fortalecido pela aclamação popular. Deu errado. O vice-presidente, João Goulart, estava em viagem oficial à China e à União Soviética, o que foi usado pelos militares como argumento para tentar impedir sua posse. Inicialmente, quem assumiu a Presidência foi o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara. A sucessão de Jânio provocou um racha entre a Campanha da Legalidade – movimento pró-Jango – e a convocação de novas eleições defendida por militares.
Nesse momento, o general Golbery do Couto e Silva começou a organizar o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipês), que se tornaria o principal difusor de propaganda contra Jango. A "solução" encontrada foi instalar o parlamentarismo, diminuindo os poderes de Jango, mas permitindo sua posse.
7 de setembro de 1961 Como condição para a posse de Jango, os militares implantam o parlamentarismo, diminuindo os poderes do presidente, que assume apoiado por forças de esquerda, mas acenando com medidas aos conservadores.
Jango nomeia Tancredo Neves primeiro-ministro. No acordo que instalou o parlamentarismo, ficou acertado que ocorreria um referendo em 1963 para que os eleitores decidissem qual regime queriam. A presença de Tancredo garantia um controle da oposição até o plebiscito previsto para o ano seguinte, que restabeleceria os plenos poderes de Jango com o presidencialismo. É nesse período que o Brasil se abstém de votar com os Estados Unidos pela expulsão de Cuba da OEA (Organização dos Estados Americanos).
Novembro de 1961
Jango defende a reforma agrária sem indenização aos proprietários, provocando as elites, e restabelece laços do Brasil com a União Soviética, em meio à Guerra Fria.
Maio a julho de 1962 O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, acusa Jango de planejar um golpe. O vice-presidente, Tancredo Neves, renuncia. Jango cria o 13º salário, mas uma greve geral deixa centenas de feridos e 42 mortos.
30 de dezembro de 1962
A menos de uma semana do plebiscito que decidiria sobre a volta do presidencialismo, é anunciado o Plano Trienal, proposto pelo ministro do Planejamento, Celso Furtado, para combater a disparada da inflação e administrado por San Tiago Dantas, na pasta da Fazenda.
6 de janeiro de 1963 Plebiscito aprova o retorno do presidencialismo. As divisões entre direita e esquerda se acirraram, e parte dos militares defendeu a tomada do poder pela força. Goulart tentava aprovar as reformas de base, como a reforma agrária, mas a alta da inflação fez com que o governo perdesse apoio popular.
O objetivo das reformas de base era implantar mudanças nas áreas bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária, além de propostas para estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das Forças Armadas, como marinheiros e sargentos. Parte das propostas, como a reforma agrária, sofria resistência de setores conservadores.

A medida de Jango, como a mobilização sindical, redistribuição da renda, reforma agrária, a Lei de Remessa de Lucros e o congelamento de aluguéis, geraram uma forte oposição, deixando o governo frágil.
12 de setembro de 1963
Eclode a Revolta dos Sargentos, rebelião que apoiava as reformas de base e reivindicava que sargentos, suboficiais e cabos pudessem disputar eleições e exercer mandato parlamentar. No dia seguinte, Jango nomearia Castelo Branco para chefia do Estado Maior das Forças Armadas.
4 de outubro de 1963
Jango tenta decretar estado de sítio. Após uma entrevista concedida pelo governador da Guanabara, Carlos Lacerda, criticando Jango, o presidente é impelido por ministros militares a decretar estado de sítio no país e envia o pedido ao Congresso. O projeto é repudiado por líderes sindicais, que fazem pressão para que não seja aprovado. Diante da reprovação da maioria parlamentar, Jango retira a proposta, que também é vista como tentativa de "golpe", aumentando ainda mais as conspirações contra o presidente.
Janeiro a março de 1964
Jango regulamenta a Lei de Remessa de Lucros, limitando transferência de divisas ao exterior. Depois, assina a nacionalização de refinarias particulares de petróleo e desapropria terras.
Com o cenário político cada vez mais polarizado entre os que eram contra e a favor das reformas, especialmente a agrária, Jango dá início a uma campanha por mudanças, com o primeiro comício, na Central do Brasil. Era o estopim para a movimentação que, 33 dias depois, resultaria no Golpe Militar de 1964.
O GOLPE EM 33 DIAS Ao lado da mulher, Maria Thereza, e de Darcy Ribeiro (chefe da Casa Civil), Jango subiu ao palanque da Central do Brasil, no Rio, para o Comício das Reformas. Ele discursou após falas do então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Serra, do governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e do deputado Leonel Brizola.
No evento organizado por entidades sindicais, o presidente, que era fazendeiro, defendeu a necessidade das chamadas reformas de base (agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral), paradas no Congresso. O evento, transmitido ao vivo por rádio e TV para todo o país, reuniu cerca de 200 mil pessoas.

"Reforma agrária com pagamento prévio do latifúndio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária. É negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário, radicalmente oposto aos interesses do povo brasileiro", disse Jango.
A Constituição previa desapropriações mediante indenização prévia de dinheiro. Mas, alegando falta de caixa, o governo propôs pagar com títulos da dívida pública.
Figuras-chave do Comício das Reformas:
João Goulart: Jango foi o 24º presidente brasileiro. Entrou no PTB a convite de Getúlio Vargas, do qual foi ministro do Trabalho. Foi vice-presidente nos governos de Juscelino Kubitscheck e Jânio Quadros, sucedendo a este último após sua renúncia. Foi deposto pelo regime militar em 1964.
Miguel Arraes: governador de Pernambuco, politicamente de esquerda, deu apoio às Ligas Camponesas e à criação de sindicatos. Para "não trair a vontade dos que o elegeram", se recusou a renunciar, como propuseram os militares, e foi preso em 1º de abril. Libertado em 1965, exilou-se na Argélia.
Leonel Brizola: governador do Rio Grande do Sul entre 1959 e 1963, lutou com Jango pelas reformas de base. Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular, formada por CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), União Nacional dos Estudantes (UNE), Frente Parlamentar Nacionalista, oficiais militares, intelectuais e Miguel Arraes.
Darcy Ribeiro: ministro da Educação do governo do presidente Jânio Quadros e chefe da Casa Civil de João Goulart foram um dos membros do governo a tentar organizar a resistência ao golpe. Na ditadura, teve os direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar no Uruguai.
José Serra: presidente da UNE na época, foi orador no Comício das Reformas. Às vésperas do movimento militar, a entidade emitiu um manifesto, denunciando o "golpe reacionário". Após a tomada do poder pelos militares, Serra deixou o País, em julho de 1964, exilando-se na França.
Dante Pellacani: iniciou sua militância sindical em 1948 e foi um dos principais articuladores do movimento Jan-Jan (Jânio e Jango para a Presidência). Tornou-se presidente do CGT, participando ativamente do Comício das Reformas. Foi exilado no Uruguai.
Veja como o Comício das Reformas foi retratado em propaganda feita pelos militares:
13 de março de 1964: Comício da Como resposta ao comício da Central do Brasil e à "ameaça comunista" atribuída à aproximação de Jango com a esquerda, cerca de 300 mil pessoas fizeram uma passeata no centro de São Paulo, no dia de São José. O objetivo era mostrar o descontentamento da sociedade conservadora e de setores ligados aos grandes empresários e latifundiários. A marcha teve apoio do governador de São Paulo, Adhemar de Barros (representado pela esposa, Leonor), do governador do estado de Guanabara (Carlos Lacerda) e de Auro de Moura Andrade, presidente do Senado e do Congresso.
Figuras-chave da Marcha da Família com Deus pela Liberdade:
  • Adhemar de Barros: o governador de São Paulo, que derrotou Jânio nas eleições de 1962, participou ativamente das conspirações do golpe conta a "comunização do País", liderando ainda a Marcha da Família com Deus pela Liberdade contra Jango. Adhemar seria cassado em 1966, após se voltar contra o regime militar.
  • Carlos Lacerda: o governador da Guanabara, que liderava a ala radical da União Democrática Nacional (UDN) carioca, foi por anos defensores da intervenção militar no estado, opinião que publicava em seu jornal, "Tribuna da Imprensa". Foi um dos líderes civis do golpe, mas depois se voltou contra a extensão do mandato de Castelo Branco.
  • Auro de Moura Andrade: na presidência do Senado, fez oposição a Goulart e discursou na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, organizada por entidades contrárias ao governo. Em sessão do Congresso na madrugada de 2 de abril, declarou vaga a Presidência da República, embora Jango estivesse no país.
  • Dom Jaime de Barros Câmara: o cardeal da Arquidiocese do Rio de Janeiro foi um dos organizadores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade e pertencia ao grupo de bispos e arcebispos que se opunha ao “comunismo” e a Goulart, promovendo a “marcha da vitória” após o golpe.
"O povo veio à praça pública para demonstrar sua confiança na democracia. Veio para afirmar perante a nação que os democratas não permitirão que os comunistas sejam os donos da pátria. Democratas do Brasil confiem, não desconfiem das gloriosas Forças Armadas de nossa pátria", afirmou Auro de Moura Andrade durante a marcha, segundo relato do jornal "Folha de S.Paulo" na edição de 20 de março de 1964.
Imagem da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que ocorreu em São Paulo em 19 de março de 1964 — Foto: Folhapress.
Quem apoiou a Marcha da Família com Deus pela Liberdade:
  • Campanha da Mulher pela Democracia (Camde)
  • União Cívica Feminina
  • Fraterna Amizade Urbana e Rural
  • Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP)
  • Parte da Igreja
24 de março de 1964: Revolta dos Marinheiros
Imagem da Revolta dos Marinheiros, que aconteceu em 24 de março de 1964 no Rio — Foto: Folhapress.
Durante festa no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio para comemorar os dois anos da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais (considerada ilegal), 2 mil marinheiros e fuzileiros navais compareceram ao local liderado pelo cabo Anselmo, que fez um discurso inflamado a favor das reformas de base e da entidade, que tivera dirigentes punidos. O ministro da Marinha, Silvio Mota, mandou prender os organizadores, mas os fuzileiros enviados aderiram aos insubordinados. O episódio indicou que uma parte dos chefes militares estava descontente com Jango, que demitiu Silvio Mota logo depois.
"Será subversivo manter cursos para marinheiros e fuzileiros? Será subversivo dar assistência médica e jurídica? Será subversivo visitar a Petrobras? Será subversivo convidar o Presidente da República para dialogar com o povo fardado?", disse Cabo Anselmo durante discurso na AMFNB.
Figuras-chave da Revolta dos Marinheiros:
  • Cabo Anselmo: liderou a Revolta dos Marinheiros, que desencadeou o movimento contra o governo João Goulart. Depois do golpe, teria virado agente duplo, entregando parte dos companheiros de esquerda ao regime militar.
  • Almirante Cândido Aragão: Apoiou a Revolta dos Marinheiros, a favor das reformas de base do governo Goulart, com a adesão dos fuzileiros. Após o golpe, asilou-se no Uruguai.
Imagem da Revolta dos Marinheiros, que aconteceu em 24 de março de 1964 no Rio — Foto: Arquivo/O Globo.
Quem apoiou a Revolta dos Marinheiros:




MP abre inquérito para apurar danos e responsabilidade sobre rompimento de barragens em RO
Mineradora Metalmig informou em nota que os incidentes foram causados pelas chuvas na região e não têm correlação com as barragens da empresa. MP-RO pediu providências aos órgãos ambientais.
O Ministério Público de Rondônia abriu inquérito para apurar a responsabilidade sobre o rompimento de duas barragens no distrito de Oriente Novo, em Machadinho do Oeste, a cerca de 350 quilômetros de Porto Velho. De acordo com o MP-RO, o objetivo é apurar as responsabilidades e mensurar danos ambientais causados pelo incidente na área da mineradora MetalMig, que deixou cerca de 100 famílias isoladas.
Neste sábado (30), a promotora de justiça da região de Machadinho, Marlúcia Chianca, solicitou medidas urgentes à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), IBAMA E Polícia Militar Ambiental, e à Agência Nacional de Mineração (ANM), os relatórios de avaliações de segurança das barragens nos últimos anos.
Representantes dos órgãos ambientais fizeram um sobrevoo na região para avaliar os danos e identificar possíveis áreas de contaminação. O MP orientou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Polícia Militar Ambiental a realizar um levantamento de todas as famílias e áreas prejudicadas.
Em 2018, o Ministério Público vistoriou a área e informou que as licenças ambientais e de operação estavam em dia.
O que diz a Metalmig
À Rede Amazônica, o gestor ambiental da Metalmig Mineração Industria e Comércio S/A, Renato Plautino, confirmou que as barragens estavam na área de responsabilidade da mineradora, mas disse que estavam inativas há décadas.
Em nota, a mineradora informou que está colaborando com as autoridades ambientais e frisou que "os incidentes ocorridos na região não têm correlação com as barragens da empresa que estão em perfeito e intacto estado de preservação e segurança".
A nota também afirma que as barragens de responsabilidade da mineradora encontram-se intactas e seguem um rigoroso padrão de segurança recomendado pela SEDAM e pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
O que se sabe sobre a mineradora responsável pela área da barragem que se rompeu em Rondônia?


Bolsonaro é recebido em Tel Aviv pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu — Foto: REUTERS/Ronen Zvulun

'Retornamos tratamento equilibrado às questões do Oriente Médio', diz Bolsonaro ao chegar a Israel
Presidente brasileiro desembarcou na madrugada deste domingo (31) para visita oficial de 4 dias. Bolsonaro e o premiê Benjamin Netanyahu devem assinar acordos bilaterais e fazer declaração conjunta à imprensa.
Por Felipe Turioni, G1 — São Paulo
31/03/2019 03h59  Atualizado há 13 minutos
O presidente Jair Bolsonaro chegou a Israel na madrugada deste domingo (31) para visita oficial de quatro dias e afirmou que pretende fortalecer a parceria do Brasil com os israelenses. "Felizmente retornamos o tratamento equilibrado às questões do Oriente Médio", discursou Bolsonaro durante cerimônia de boas-vindas, em Tel Aviv, ao lado do premiê Benjamin Netanyahu – um de seus principais aliados externos.
"Meu governo está firmemente decidido a fortalecer a pareceria entre Brasil e Israel. A amizade entre nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz, e vo A cooperação nas áreas de segurança e defesa também interessa muito ao Brasil. Eu e meu amigo Netanyahu pretendemos aproximar nossos povos, nossos militares, nossos estudantes, nossos cientistas, nossos empresários e nossos turistas".
Bolsonaro agradeceu a presença de Netanyahu, a quem também chamou de irmão, na sua cerimônia de posse, no início do ano, e a ajuda do Exército de Israel no resgate às vítimas da tragédia da Vale em Brumadinho.
"Antes de mais nada, quero aproveitar para agradecer a participação do primeiro-ministro Netanyahu por ocasião da minha cerimônia de posse. Foi a primeira visita de um chefe de governo israelense ao meu país. Também quero expressar a gratidão do povo brasileiro pela demonstração inequívoca de solidariedade que nos ofereceu Israel no enfrentamento da tragédia de Brumadinho. Esse gesto jamais será esquecido", disse Bolsonaro.
ltamos", disse o presidente brasileiro. A viagem a Israel é o quarto compromisso oficial de Bolsonaro no exterior desde que assumiu a Presidência. Antes de ir ao Oriente Médio, ele já viajou para a Suíça, os Estados Unidos e o Chile.
A visita de Bolsonaro ao premiê israelense ocorre às vésperas de eleições convocadas para 9 de abril, nas quais é possível que Netanyahu, líder do partido de direita Likud, deixe o poder. O parlamento de Israel aprovou a própria dissolução em dezembro, antecipando para abril as eleições israelenses que deveriam ocorrer até novembro de 2019.
Se for reeleito pela quinta vez na eleição do mês que vem, Bibi, como Netanyahu é conhecido seu país, vai superar o recorde de permanência no cargo do fundador do Estado de Israel, David Ben-Gurion. O governo de Netanyahu permaneceu ativo desde a dissolução do parlamento, mas não pode tomar decisões que exijam o consentimento dos congressistas, como o voto de novas leis.
A ida a Israel é uma retribuição à visita do premiê israelense ao Brasil, em janeiro, para participar da solenidade de posse do presidente brasileiro. Na primeira visita oficial de um primeiro-ministro de Israel ao Brasil, Netanyahu visitou o Pão de Açúcar e chegou a jogar futebol com banhistas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, Bolsonaro e Netanyahu tiveram um encontro no qual reafirmaram a intenção de estreitar os laços entre os dois países e fazer parcerias em diversos setores. O israelense chamou o brasileiro de "grande amigo", "grande aliado" e "grande irmão".
Possível transferência de embaixada
A agenda de Bolsonaro em Israel prevê compromissos em Tel Aviv e em Jerusalém. As duas cidades estão no centro de uma polêmica envolvendo a embaixada brasileira no país. Em Jerusalém, na segunda-feira (1º), ele visitará o Muro das Lamentações, local sagrado para os judeus.
Bolsonaro declarou no ano passado, após vencer a eleição presidencial, que pretendia transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o presidente norte-americano, Donald Trump. Após três meses de governo, a mudança ainda não foi oficializada.
Com a medida, o Brasil reconheceria Jerusalém como capital de Israel, o que suscitou o receio de retaliações comerciais de países árabes, grandes compradores de carne bovina e de frango do Brasil.
Israel considera Jerusalém a "capital eterna e indivisível" do país. Mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino. A comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense de Jerusalém como sua capital indivisível.
Após a polêmica declaração, o governo brasileiro tem adotado um tom de cautela ao falar sobre o assunto. Em diversas ocasiões, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo estuda o assunto, e não deve anunciar nenhuma medida nesse sentido na visita oficial a Israel.
Bolsonaro também deve visitar uma comunidade de brasileiros estabelecida na cidade de Raanana.
A comitiva presidencial é formada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Também viajaram para Israel com o presidente da República os senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – filho mais velho de Jair Bolsonaro –, Chico Rodrigues (DEM-RR) e Soraya Thronicke (PSL-MS), além da deputada Bia Kicis (PSL-DF).
Veja abaixo a programação completa da visita de Jair Bolsonaro a Israel:
Domingo


Queda de árvore deixa quatro bairros sem água em Belém
Moradores de São Brás, Souza, Marco e Curió-Utinga estão sem água neste sábado (30). Previsão da Cosanpa é que serviço seja retomado ainda pela tarde.
Por G1 PA — Belém
As torneiras estão vazias nos bairros de São Brás, Souza, Marco e Curió-Utinga neste sábado (30), em Belém. De acordo com a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) a queda de uma árvores interrompeu o sistema de abastecimento no 6º Setor e fez baixar o nível dos reservatórios.
Ainda de acordo com a Cosanpa, A previsão é que o serviço seja normalizado ainda durante a tarde deste sábado (30).



Fumaça assustou clientes de agência bancária.  — Foto: Reprodução/ TV Liberal

Fumaça em agência bancária assusta moradores de São Miguel do Guamá
Sistema de segurança teria sido acionado durante tentativa de retirar cartão de máquina. Bombeiros e ambulân Uma grande quantidade de fumaça que saiu de uma agência bancária assustou os moradores de São Miguel do Guamá, no nordeste do Pará, neste sábado (30). Diante da possibilidade de ser um incêndio, o Corpo de Bombeiros foi acionado.
Mas, segundo os bombeiros, não era um incêndio e sim o sistema de segurança do banco, que foi acionado e soltou uma cortina de fumaça.
A situação teria ocorrido após o cartão de um cliente ter ficado preso no caixa eletrônico. De acordo com os bombeiros, o idoso usou um alicate para tentar retirar o cartão e foi nesse momento que a máquina reagiu e despejou a fumaça, que tomou conta da agência.
Os clientes saíram correndo do banco. Equipes do Corpo de Bombeiros e até ambulâncias foram até o local verificar o chamado da população. Ninguém ficou ferido.
O G1 solicitou um esclarecimento da Caixa e aguarda uma resposta. cias foram ao local.


Grupo foi recebido por representantes da Hydro Alunorte em Barcarena.  — Foto: Divulgação/ Alunorte

Parlamentares visitam barragem da Hydro Alunorte em Barcarena, no Pará
Comissão Externa da Câmara Federal de Brumadinho e Comissão Externa de Barragens da Alepa estiveram Deputados e representantes da Comissão Externa da Câmara Federal de Brumadinho e da Comissão Externa de Barragens da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) visitaram na manhã deste sábado (30) as instalações da Hydro Alunorte, localizada em Barcarena, no nordeste do Pará. O objetivo é fiscalizar e vistoriar as barragens e reservatórios no estado.
A deputada estadual Marinor Brito, presidente da Comissão Externa da Alepa, acompanhada de outros parlamentares, estiveram nas dependências da Hydro Alunorte, que contêm dois depósitos de resíduos sólidos. Na ocasião, foi apresentado o sistema de segurança dos depósitos de resíduos sólidos da companhia.
Uma das bacias da Hydro, a DRS2 (que não está em atividade neste momento em virtude de embargo judicial), preocupa o geólogo Marcelo Moreno, professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Ele considera essa barragem como uma das mais perigosas. Primeiro pelo material contido, que é altamente tóxico: soda cáustica e arsênio. Segundo, pelo tamanho- superior a 100 hectares- que em caso de rompimento, poderia afetar uma área de grande extensão.
Por sua vez, a Hydro afirma que a empresa utiliza a mais moderna tecnologia mundial para armazenamento de resíduos: o uso de oito filtros prensa que tornam o resíduo com 78% de teor sólido, permitindo o empilhamento a seco do resíduo para compactação nos seus dois depósitos de resíduos sólidos (DRS1 e DRS2). O processo reduz a concentração de soda cáustica.
A empresa diz ainda que diferentes tipos de inspeções são realizados nos depósitos de resíduos sólidos da Alunorte e que os resíduos dispostos nos DRS caracterizam-se de forma geral como resíduo de bauxita/areia do processo e outros materiais previstos na licença ambiental do empreendimento.
A Comissão da Alepa também visitou as barragens de Água Fria e A1, em Oriximiná, oeste do Pará. A Comissão da Câmara Federal acompanha as vistorias, destinadas à análise e fiscalização das barragens existentes no Brasil. Em especial, as investigações relacionadas ao rompimento de Brumadinho (MG).
Nas instalações da empvazamento
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, resíduos de bauxita contaminada vazaram da Hidro Alunorte para o meio ambiente após fortes chuvas em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saía da refinaria e despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a mesma finalidade.
Desde então, Ministério Público, OAB, Ministério do Meio Ambiente, deputados federais e Governo do Estado destacaram equipes para apurar os danos do acidente e dar suporte às comunidades atingidas.

Em nota, a Hidro afirmou que várias inspeções de autoridades, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Defesa Civil e Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Barcarena (Semade) confirmaram que não houve vazamentos ou transbordo dos depósitos de resíduos de bauxita da refinaria. Este fato teria sido confirmado também por análises realizadas pela força-tarefa interna da empresa e por consultores ambientais independentes.

Hydro Alunorte
A Alunorte é a maior refinaria de alumina do mundo, fora da China. O produto é a principal matéria-prima do alumínio e é produzido a partir da bauxita, que é fornecida pela Mineração Paragominas via mineroduto e pela Mineração Rio do Norte (MRN), pelo porto de Vila do Conde. Parte da alumina é exportada e a outra é direcionada para a Albras, produtora de lingotes de alumínio.
Resa na manhã deste sábado (30).

sábado, 30 de março de 2019



Portão de entrada da Escola Diocesa São Francisco, em Santarém — Foto: Enia Hoyos/Arquivo PessoalPortão de entrada da Escola Diocesa São Francisco, em Santarém — Foto: Enia Hoyos/Arquivo PessoalPortão de entrada da Escola Diocesa São Francisco, em Santarém — Foto: Enia Hoyos/Arquivo Pessoal
Cinco escolas de Santarém, no oeste do estado, estão entre as 10 melhores instituições de ensino médio públicas do Pará, de acordo com o Sistema Paraense de Avaliação Educacional (SisPAE). A primeira colocada foi a Escola Diocesana São Francisco.
O SisPAE é uma ação de caráter gerencial implementado pela Secretaria de Educação do estado em 2013, dentro do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica do Estado do Pará, implantado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) tomado por empréstimo pelo Governo do Pará.
Alunos da Escola Diocesana São Francisco durante apresentação em sala de aula — Foto: Enia Hoyos/Arquivo PessoalAlunos da Escola Diocesana São Francisco durante apresentação em sala de aula — Foto: Enia Hoyos/Arquivo PessoalAlunos da Escola Diocesana São Francisco durante apresentação em sala de aula — Foto: Enia Hoyos/Arquivo Pessoal
Além da escola Diocesana São Francisco, também estão no ranking as instituições São Raimundo Nonato, Freio Othmar, Rodrigues dos Santos e Rio Tapajós (veja as pontuações na tabela).
Melhores Escolas do Pará
ColocaçãoInstituiçãoCidadeLíngua PortuguesaMatemática
Esc. Diocesana São FranciscoSantarém304,3304,8
Esc. Isaac NewtonItaituba298,9292,5
Esc. São Raimundo NonatoSantarém291,7292,5
Esc. Frei OthmarSantarém288,6268,8
Esc. São AgostinhoBreves287,2287
Esc. Lucilia NascimentoAltamira278,9263,4
Esc. Rodrigues dos SantosSantarém275,2271
Esc. Rio TapajósSantarém273,1272,4
Esc. Augusto MeiraBelém271,2273,9
10ºEsc. Pedro Amazonas PedrosoBelém270,3263,4
Para fazer o ranking, o SisPAE avalia vários quesitos da educação básica dando pontuações a cada dois anos. A primeira colocada foi a única que obteve mais de 300 pontos nas avaliações de Língua Portuguesa e Matemática.
Aluna da Escola São Raimundo Nonato, em Santarém, durante apresentação de trabalho — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/ReproduçãoAluna da Escola São Raimundo Nonato, em Santarém, durante apresentação de trabalho — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/ReproduçãoAluna da Escola São Raimundo Nonato, em Santarém, durante apresentação de trabalho — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/Reprodução

Família e escola

Esta é a segunda vez que a Escola São Francisco se mantém como 1ª a liderar o ranking. Em 2016 ela conseguiu o primeiro lugar e manteve a colocação. Atualmente, 1.020 alunos fazem parte do corpo estudantil.
Para a diretora da instituição, Enia Hoyos, a integração entre escola e família dribla obstáculos e vence desafios diários impostos à educação pública.
“É acreditar que em educação tudo é possível quando temos boa vontade. Aqui o nosso lema é sempre trabalhar em parceria, chamar a comunidade para trabalhar conosco. A escola sozinha não pode fazer tudo. Tem que ter diálogo aberto”, disse.
O resultado final foi uma surpresa para a direção. Ocupar por dois anos seguidos o mais alto lugar no levantamento não é uma tarefa fácil. É preciso, acima de tudo, dedicação e trabalho duro, avaliou a diretora.
Aula prática em laboratório na Escola São Raimundo Nonato, em Santarém — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/ReproduçãoAula prática em laboratório na Escola São Raimundo Nonato, em Santarém — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/ReproduçãoAula prática em laboratório na Escola São Raimundo Nonato, em Santarém — Foto: Colégio São Raimundo Nonato/Facebook/Reprodução
Para Joelita de Castro, gestora da Escola São Raimundo Nonato, que ficou no terceiro lugar, lidar com educação é um trabalho que tem resultados a médio e longo prazo e precisa ser feito coletivamente.
“Precisamos do apoio das famílias. A gente enquanto escola procura desempenhar o nosso trabalho de maneira satisfatória para oferecer uma educação de qualidade, mas isso depende só de nós. A família tem papel fundamental nessa construção”, enfatizou.
Em 2019, o educandário tem matriculados nos ensinos fundamental e médio 848 alunos. Diariamente, a equipe pedagógica trabalha para que os estudantes sintam que a escola é o ponto base para o crescimento humano.
“Quando vemos um resultado como esse temos certeza de que nosso esforço e sacrifício não são em vão. A função da escola está em dar ensino de qualidade”, pontuou a diretora Joelita.