segunda-feira, 25 de março de 2019


Corpo do diretor Domingos Oliveira foi sepultado em cemitério da Zona Sul do Rio no início da tarde deste domingo (24) — Foto: Alba Valéria Mendonça / G1

Corpo de Domingos Oliveira é sepultado no Rio
Amigos, parentes e artistas foram prestar uma última homenagem ao ator artista. Domingos estava em sua casa, quando se sentiu mal e não resistiu.
Por Alba Valéria Mendonça, G1 Rio.
24/03/2019 14h07  Atualizado há um dia
O corpo do ator, autor e diretor Domingos Oliveira, foi sepultado no início da tarde deste domingo (24) no cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Domingos morreu na tarde de sábado (23), aos 82 anos. Ele sofria de Mal de Parkinson. Segundo informações da família, o artista estava em sua casa, no Leblon, quando se sentiu mal e não resistiu.
Além de familiares, estavam presentes na cerimônia de sepultamento Maitê Proença, Caio Blat, Camila Amado, Sophie Charlotte, Letícia Sabatella, Daniel Dantas e Michel Melamed. Entre a noite de sábado e a manhã deste domingo, amigos, parentes e artistas foram prestar uma última homenagem ao ator no velório do diretor.
A viúva Priscilla Rosembaum e a filha Maria Mariana contaram que receberam ontem uma carta que Domingos tinha escrito há 20 anos sobre a morte dele.
“Chorei e ri muitas vezes, a carta é incrível. Ele fez a dramaturgia do próprio enterro. Agora, minha missão é de Priscila contou que até sexta-feira ele estava trabalhando e que representar, contar histórias era a vida dele. “Ele dizia que só a arte salva e sem arte não há salvação”, disse a viúva.
Domingos Oliveira tinha uma relação profunda com este teatro. Ele foi diretor da casa durante oito anos, na década de 90. Vários artistas que contracenaram lá, falaram desse período de riqueza do teatro.
A atriz Fernanda Montenegro fez um discurso emotivo sobre a importância de Domingos Oliveira para a arte e a cultura no Brasil. Ela contou que conheceu o diretor há uns 60 anos.
“É uma época de sonhos que vai com ele. Era um poeta, de uma sensibilidade que a gente não vê todo dia. Arregimentador de cultura, de humanidade, de juventude. Um homem da cidade, com mais de 80 anos, absolutamente jovem trazendo ainda uma esperança daqueles anos que se foram. Nós tínhamos esperanças de um país melhor, uma crença no nosso futuro, na nossa responsabilidade como brasileiros, como o caráter do brasileiro. Hoje não estamos nem na entressafra, estamos numa baixaria absoluta. Ele simbolizava tudo isso para mim”, disse Fernanda Montenegro, muito emocionada.
Domingos se consagrou com filmes como "Todas as mulheres do mundo" e "Barata Ribeiro, 716", em quase 60 anos de carreira no teatro, na televisão e no cinema. Apesar de doente na última década – sofria de Mal de Parkinson – e com dificuldades para andar, o artista nunca parou de produzir.
“Scobrir a criatividade dele dentro de nós”, disse a filha.


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