Mulheres se
organizam contra o feminicídio e a reforma da previdência no Piauí
Em São João
do Piauí, Mulheres Sem Terra entregaram demandas às instituições e fazem
protestos11 de março de 2019 14h44.
Durante a
Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que traz como tema este ano
“Pela vida das Mulheres, somos todas Marielle”, cerca de 400 mulheres
caminharam pelas principais ruas da cidade de São João do Piauí, a 470 km de
Teresina. A caminhada teve como principais objetivos denunciar o feminicídio -
assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher - e a proposta da Reforma
da Previdência que, colocada em prática, irá impactar negativamente as
mulheres.
As
companheiras dos assentamentos do MST Marrecas e Lisboa marcharam juntamente
com as mulheres do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de São João do
Piauí, Coletivo de Mulheres Quilombolas do Saco Curtume e artesãs sanjoanenses.
A caminhada aconteceu no dia 08 de março.
Para Damires
Sousa, do coletivo Regional de Mulheres do MST, é preciso denunciar o
feminicídio e ir contra a proposta da reforma da previdência. “Temos que ocupar
nosso espaço, não queremos perder nossos direitos”. Damires também ressaltou
jornadas de mulheres que já foram tombadas na luta, como Roseli Nunes, e falou
também do atual governo que, segundo ela, representa retrocesso.
No percurso,
foram entregues ofícios a alguns órgãos públicos como forma de reivindicação
dessas companheiras. Na Delegacia de Polícia foram solicitados alguns serviços
como agilidade nos registros de Boletim de Ocorrência; já na Eletrobrás as
mulheres reivindicaram, além de outras coisas, o melhoramento da iluminação
pública na sede dos assentamentos; no INSS, além de manifestar insatisfação com
a discussão de uma nova reforma na previdência, foi reivindicado a realização
de perícia médica no município.
A última
parada foi na Prefeitura Municipal, aonde foram cobradas ações referentes à
aplicação do crédito Fomento Mulher, espaço de venda dos produtos do campo,
biblioteca comunitária, atendimento nos postos de saúde, creches nos
assentamentos, recuperação das estradas de acesso aos assentamentos e
comunidades e academia popular. As falas realizadas durante todo o percurso ressaltaram a
denúncia sobre violência contra as mulheres e as injustiças de gênero
praticadas. Elas como também denunciaram o fechamento de escolas no território
e se manifestaram em relação à reportagem da Rede Record sobre os Sem Terrinha.
Após a
caminhada, um grupo de mulheres do MST prestou solidariedade e acompanharam um
registro de B.O de uma mulher sanjoanense que foi agredida moral e fisicamente
por um policial no dia 7 de março. Outras mulheres foram às rádios municipais
denunciar essa e outras violências praticadas às mulheres na região, como o
feminicídio. Destacaram ainda as conquistas das mulheres do campo e a semana de
mobilização da mul A
programação da semana da mulher iniciou nesse dia 08 e vai até o dia 14, data
em que completa um ano da morte de Marielle Franco, parlamentar negra
assassinada e cujos mandantes do crime continuam impunes. Como uma das
atividades de mobilização das mulheres, será inaugurado dia 14 a placa Marielle
Franco no assentamento Lisboa.
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