Conquista estratégica ou risco para a floresta? Projetos para a bacia do Rio Tapajós geram debate
Setor do agronegócio é um dos que mais crescem no país. Região de Santarém pode concentrar novo polo para exportação de grãos para a China.
Projetos de infraestrutura são criados para exportar a soja na Amazônia
A instalação de hidrelétricas, um complexo de portos e três ferrovias na região da bacia do Tapajós, no Pará, colocam em lados opostos os argumentos daqueles que apostam em conquistas econômicas para o Brasil e de outros que temem que as estruturas sejam vetores de desmatamento na floresta amazônica.
A região é apontada como uma saída para escoar a produção de grãos para a China. Tanto os que chegam das colheitas de outros estados quanto os que são do próprio Pará. O diretor do Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), Sérgio Schwade, explica que a expansão da infraestrutura é necessária para a garantir um aumento da produção local.
“O agronegócio representa 33% do PIB aqui da região" - Sérgio Schwade, diretor do Sindicato Rural de Santarém
Schwade diz que a região deve atingir, no próximo ano, uma produção de soja e milho dentro da média nacional. Por hectare, a previsão é de 80 sacas de soja e de 80 a 100 sacas de milho.
Ele defende que o agricultor que infringir as leis ambientais seja multado, mas que é preciso dar condições para que a produção ocorra dentro das regras e para que a exportação ocorra.
"Os produtos in natura são colhidos hoje e precisam ser consumidos amanhã. Como fazer isso? Manaus não absorve tudo, Macapá não absorve tudo. Aqui nós estamos em um canal de exportação. O produto não é verticalizado para todo o Brasil porque existe uma troca entre países, um intercâmbio. Ele é feito assim: vai o grão e volta outra coisa, volta fertilizante, outros produtos, outros derivados", afirma o diretor do sindicato rural.
O secretário municipal de Agricultura e Pesca de Santarém, Bruno Costa, também não vê um embate entre a abertura de infraestrutura na região e a preservação. Segundo ele, o "município se posiciona, respeita e acompanha dentro da competência todos os estudos de impacto das instalações".
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