Alunos e servidores do IFPA Parauapebas irão fazer
paralisação nesta quarta-feira (15)
Confirmado! Alunos e servidores do Instituto Federal
do Pará (IFPA) irão realizar uma paralisação na próxima quarta-feira
(15) em Parauapebas. As informações foram confirmadas à equipe
de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar.
A ação será um manifesto contra o bloqueio de 30% no
orçamento das instituições federais de ensino por parte do Governo Federal.
Pela parte da manhã, por volta das 9h00, os alunos e
servidores do IFPA Parauapebas estão programando uma
manifestação. Eles devem sair em caminhada com cartazes e faixas até o Centro
de Desenvolvimento Cultural de Parauapebas (CDC), onde na oportunidade,
será realizada a apresentação de projetos da Universidade Federal Rural
da Amazônia (UFRA) e também do Instituto F No início do mês, o Campus
Parauapebas do IFPA divulgou uma nota sobre o bloqueio, confira na íntegra:
“O Instituto Federal do Pará (IFPA) informa que o
bloqueio de 30% no orçamento das instituições federais de ensino, anunciado
pelo atual Ministro da Educação, Abraham Weintraub, afeta diretamente as
atividades de ensino, pesquisa e extensão, causando um grande impacto no
funcionamento do Instituto. A decisão atinge não somente a oferta de cursos e a
rotina das aulas, mas também a aquisição de materiais, a retomada de obras
estruturais e o funcionamento da instituição.
Federal do Pará (IFPA). O
IFPA já tem feito muitos esforços no uso rigoroso dos recursos, dessa forma, a
situação, que era preocupante, se tornou insustentável, pois serão afetados os
serviços básicos de limpeza, luz, transporte e apoio a alunos e servidores para
eventos e congressos, dentre outros. O quadro indica que o instituto só teria
condições de se manter até setembro de 2019, caso opere dentro do novo
orçamento. Os cortes ferem a essência do IFPA, que sempre trabalhou pela
educação de qualidade e é responsável pela formação de milhares de
profissionais cidadãos, atuantes no mundo do trabalho.
Membro do Conselho Nacional das Instituições da Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o IFPA vem
se juntar aos demais Institutos que se posicionaram sobre a gravidade das
medidas anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC), reforçando o compromisso
em ofertar educação profissional de qualidade à sociedade paraense.
Para isso, a Rede Federal, por meio do CONIF, vem se
mobilizando no enfrentamento dessa situação. No dia 07 de maio, haverá reunião
com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), o dia 08 de
maio, será dedicado ao diálogo com parlamentares da Frente Parlamentar em
defesa dos Institutos Federais e, no dia 10 de maio, haverá reunião com o
Ministro da Educação. Essas reuniões buscam garantir redimensionamento dos
cortes divulgados pelo governo, na certeza de que a Educação Profissional e
Tecnológica foi e ainda será a melhor estratégia para o desenvolvimento
nacional.
O IFPA é uma das instituições de ensino públicos mais
importantes do Estado do Pará, voltada para formação de profissionais cidadãos,
qualificados para o mundo do trabalho. “Com 18 campi, atende cerca de 20 mil
estudantes por ano, por meio da oferta de 40 cursos Técnicos, 29 Graduações, 22
Especializações, 4 Mestrados e 208 formações complementares”.
Quem também se manifestou através de nota foi o Conif,
confira:
“O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) imprime esforços para
reverter o bloqueio de 30% do orçamento das instituições federais de ensino –
aproximadamente R$ 900 milhões – que representam de 37% a 42% dos recursos de
custeio previstos para o funcionamento das unidades.
Nessa perspectiva, todas as providências possíveis e
necessárias têm sido adotadas pelo colegiado desde o anúncio da medida pelo
Ministério da Educação (MEC), em 30 de abril. Mais de 50% dos municípios
brasileiros são direta ou indiretamente atendidos pelos 647 campi, além dos
nove polos de inovação, implantados em 568 cidades que, aliados às vocações
locais, possibilitam conquistas tecnológicas a partir do acesso às diversas
modalidades da educação profissional – do ensino técnico de nível médio à
pós-graduação, incluindo a formação de professores.
Em muitos casos, essas instituições representam a única
oportunidade de qualificação profissional da comunidade. A Plataforma Nilo
Peçanha (PNP), ambiente virtual que reúne estatísticas oficiais da Rede
Federal, registra cerca de um milhão de matrículas e uma relação de 23,7 alunos
por professor, ultrapassando a meta prevista no Plano Nacional de Educação
(PNE).
Ainda de acordo com a PNP, em 2018, foram 182.671
concluintes, sendo o custo anual por estudante de R$ 15.725,66, investimento
que retorna à sociedade na forma de profissionais qualificados e avanços
científicos. Estão em andamento mais de 11 mil projetos de pesquisa e 6 mil de
extensão tecnológica.
Para, além disso, olimpíadas e premiações nacionais e
internacionais, bem como indicadores de qualidade, realçam a eficiência dos
serviços prestados. É o caso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no qual
os estudantes da Rede Federal superam o rendimento dos demais sistemas
educacionais em todas as edições.
A principal avaliação da educação básica do mundo – o
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), realizado pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2015 –,
aponta que, se fosse um país, a Rede Federal estaria entre os primeiros
colocados nas áreas analisadas. Em Leitura, ficariam na segunda posição entre
os 71 países e territórios participantes, atrás apenas de Singapura. Já em
Ciências, a pontuação seria suficiente para conquistar o 11º lugar, à frente da
Coreia do Sul, Estados Unidos e Alemanha. Em Matemática, a nota ultrapassou a
média geral do Brasil. Com base nesses e outros dados, a agenda construída pelo
Conif prioriza o diálogo para que as atividades sejam continuadas e as unidades
recebam o fomento necessário para a manutenção dos resultados de pesquisa,
inovação e transferência de tecnologia.
Nesse sentido, referências e estatísticas oficiais dos
quatro últimos exercícios registram simultaneamente o aumento das ofertas e a
redução do orçamento.
Portanto, é legítima a afirmação de que as instituições
já adotaram todos os redimensionamentos e adequações factíveis no que se refere
a serviços essenciais como energia elétrica, água, internet, alimentação,
limpeza, manutenção, vigilância e outros.
“Assim sendo, o colegiado acredita na compreensão do
Poder Executivo e defende a reversão do bloqueio de modo a evitar a
possibilidade de judicialização”.
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