
Temer confirma que desistiu de editar decreto de indulto de
Natal
Decisão teria sido motivada por indefinição do STF sobre o
tema e foi confirmada pelo Planalto BRASÍLIA — Pela primeira vez desde a
redemocratização, o presidente Michel Temer não vai editar o decreto de indulto
de Natal, que concede perdão judicial a presos condenados por crimes não
violentos. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou a decisão
nesta terça-feira.
No ano passado, o decreto editado pelo presidente foi alvo
de críticas, por ser o mais abrangente dos últimos anos e ter sido entendido
como uma tentativa de livrar da cadeia condenados pela Operação Lava-Jato. O
decreto de 2017 reduziu para um quinto da pena o tempo mínimo para que presos
por crimes não violentos pudessem receber o benefício.
A decisão de Temer, segundo integrantes do Planalto, se deu
por conta da indefinição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. O
pedido de vista do ministro Luiz Fux paralisou o julgamento, quando boa parte
dos ministros já havia se posicionado favoráveis ao decreto assinado em 2017, e
o tema só pode voltar a ser discutido depois do recesso, quando Temer já não será
mais presidente da República.
Apesar da decisão do emedebista de não editar decreto este
ano, caso mude de ideia, ele ainda poderá assinar o indulto até o dia 31 de
dezembro.
Na semana passada, O GLOBO revelou que documentos do
Ministério da Justiça, obtidos via Lei de Acesso à Informação, indicam que o
decreto de indulto de 2017 foi alterado no Palácio do Planalto para permitir
que presos condenados por corrupção pudessem ser libertados. O decreto foi
editado ignorando limites propostos pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim.
O ministro não só sugeriu que os crimes de corrupção fossem excluídos do
direito a indulto, como ainda escreveu mensagem a Temer sobre a importância
dessa exclusão para não beneficiar condenados recentes.
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