quinta-feira, 14 de abril de 2022
Prefeitura de Parauapebas vai asfaltar “ruas dos gringos”; entenda
Parque das Nações 2 vai receber R$ 20,7 milhões em investimento na área de infraestrutura e deixará de ser tido por abandonado pelo poder público. Obras devem gerar 150 oportunidades.
Publicado em 13/04/2022
às 16:18
Inglaterra, Escócia, Irlanda, Bélgica, Dinamarca, Turquia, Irã, Líbia, Nova Zelândia, Tuvalu, Canadá, África do Sul, Guiné-Bissau, Moçambique, Uruguai, Chile, Peru, Equador, Guatemala, El Salvador, Costa Rica e Brasil. Não, essa não é a configuração do mapa-múndi, são nomes de ruas do Bairro Parque das Nações, em Parauapebas, onde a prefeitura quer entrar com toda força, no verão, para realizar o que ela chama de “maior operação especial de infraestrutura da periferia”, levando asfalto e rede de drenagem a cinco mil habitantes em 23 vias públicas, incluindo-se a Rua Aurino Gonçalves, a única “estranha” em meio às “gringas”.
As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que se debruçou nesta quarta-feira (13) sobre as 173 páginas do edital de concorrência lançado pelo governo de Darci Lermen que busca uma empreiteira para pavimentar, com piso intertravado, o Parque das Nações 2, considerado, segundo os próprios moradores, “a periferia da periferia esquecida” de Parauapebas. As propostas comerciais estão previstas para o dia 11 do próximo mês e ganha a empresa que se lançar pelo menor preço.
O governo municipal pretende aplicar R$ 20,736 milhões para dar cara nova à comunidade, onde, embora se proliferem nomes de países ricos e desenvolvidos (para fazer jus à alcunha de Parque das Nações), ainda existe expressiva população carente. Hoje, Parauapebas possui 42 mil habitantes em situação de pobreza extrema, ou seja, vivendo muito abaixo da linha da pobreza, e 90% dessas pessoas vivem nas periferias da cidade, onde 25% das ruas seguem sem calçamento, de acordo com dados de janeiro deste ano do Cadastro Único.
Infraestrutura: calo no sapato
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras (Semob), responsável pela licitação, os moradores do Parque das Nações sentem a necessidade de infraestrutura completa e que lhes traga segurança, conforto e qualidade de vida. Os serviços, acredita a pasta, devem garantir fluidez do trânsito e segurança viária para pedestres e motoristas. No ano passado, o Parque das Nações 1 recebeu serviços de drenagem e pavimentação do governo municipal.
Há expectativa de que até 150 postos de trabalho com carteira assinada sejam criados no decorrer da obra, que deve se arrastar por R$ 12 meses, conforme prevê o edital da licitação. Atualmente, a área de infraestrutura urbana é o maior calo no sapato, do ponto de vista administrativo, do prefeito Darci, que tem sido criticado — inclusive por aliados — pela buraqueira que toma conta de Parauapebas, notadamente nos complexos Cidade Jardim e VS-10, onde a situação é ainda mais caótica.
Por outro lado, processos licitatórios graúdos da Prefeitura de Parauapebas, sobretudo os que passam da cifra do milhão, não raramente têm se tornado questão de justiça, já que muitas empresas concorrentes investem contra o edital e, na briga com outras candidatas do ramo, judicializam as licitações, interrompendo seu curso. Na ponta do fogo cruzado entre as empresas, que se estapeiam por contratos com grandes somas de recursos públicos, resta a população, muitas vezes desprovida de serviços essenciais e frequentemente penalizada pelos excessos de ganância e burocracia.
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