Juiz de SP
determina transferência de 7 membros da cúpula de facção para presídio federal
Presos em
Presidente Venceslau são envolvidos na Operação Echelon que mostrava a atuação
da facção em outros estados e países.
Por Bruno
Tavares, TV Globo.
O juiz Paulo
Sorci, da 5ª Vara das Execuções Criminais de São Paulo determinou a
transferência imediata de sete integrantes da cúpula da facção criminosa PCC
para um presídio federal.
Os sete
são envolvidos na Operação Echelon — investigação iniciada a
partir de bilhetes recolhidos na rede de esgoto da Penitenciária 2 de
Presidente Venceslau que mostrava a atuação da facção em outros estados e
países. Ela foi deflagrada em junho e teve mais de 60 presos em 14 estados.
Em sua
decisão, assinada no último dia 15, o juiz afirma em relação a cada preso:
"O detento estava recolhido em Penitenciária de Segurança Máxima deste
Estado, e ainda assim reitera em práticas delitivas gravíssimas, provocando
nova denúncia por fatos cometidos em benefício da ORCRIM [organização
criminosa] que integra como líder, e nova inclusão em "RDD" [regime
disciplinar diferenciado].”.
"Diante
desse quadro, está suficientemente materializado nestes autos que o requerido
praticou novo crime no ambiente prisional, tanto que foi denunciado e está
sendo processado por integrar organização criminosa."
"Essas
considerações revelam o perfil de alta e incomum periculosidade do detento,
situação peculiar que determina a sua remoção para unidade prisional especial,
já que inviável sua permanência em presídio comum da rede estadual. Em
conclusão, mostra-se imprescindível a inclusão e transferência do requerido
para unidade de segurança máxima federal."
“Determino as
providências necessárias para” a inclusão e transferência do detento para
estabelecimento penal federal de segurança máxima, pelo prazo de 360 (trezentos
e sessenta) dias, no interesse do sistema penitenciário e da segurança pública
do Estado de São Paulo, ambos comprometidos com a PR evença do condena As investigações
começaram a partir de trechos de manuscritos encontrados nos esgotos do
Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo,
por agentes penitenciários. A Polícia Civil identificou sete comandantes da
cúpula e confirmou a existência da célula "sintonia de outros estados e
países".
Os criminosos
teriam assumido as funções da "sintonia" quando os chefes da
organização criminosa ficaram isolados no Regime Disciplinar Diferenciado
(RDD), em 2016, em decorrência da operação Ethos, que revelou esquema envolvendo
advogados da facção.
"A
deflagração da operação também tem por finalidade investigar o envolvimento em
outros homicídios e desaparecimentos de pessoas em todo o país, a partir de um
domínio único dos líderes da organização que engendraram o esquema criminoso.
Durante as investigações, foram apreendidas mais de uma tonelada de drogas e
preso, no aeroporto de Guarulhos, quando retornava da Bahia, em maio, um dos
líderes dessa célula criminosa que autorizava mortes quase que
diariamente", diz a polícia.
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