Relatório
contra cassação de deputados do RJ tem uma página
Relator
Marcos Muller faltou à sessão da Alerj que discutiu o pedido de cassação e que
rejeitou o documento.
Por
Gabriel Barreira, G1 Rio.
O relator do
pedido de cassação contra deputados presos na Lava Jato do Rio, Marcos Muller
(PHS), escreveu um relatório de uma página em que pedia a suspensão do
processo, apresentado na sexta-feira (23). O documento, rejeitado
na sessão do Conselho de Ética, citava apenas Paulo Melo, Edson
Albertassi e Jorge Picciani, todos do MDB, presos na Operação Cadeia Velha, e
não mencionava os outros deputados presos na Furna da Onça, que também
enfrentarão pedido de cassação.
O documento
obtido pelo G1 não era conhecido por nenhum dos deputados até
o momento da reunião. O relatório tinha a data escrita à caneta - foi feito 6
de junho e só foi apresentado nesta sexta, mais de quatro meses depois.
Ao G1, na
semana passada, Muller disse que não havia concluído o relatório.
Muller foi
nomeado relator entre março e abril, segundo o presidente do Conselho de Ética,
André Lazaroni (MDB). De lá até julho, quando teria sido concluído, se passaram
entre 36 e 66 dias. O documento tem uma página e menos de 180 palavras.
O relator,
no entanto, faltou à sessão do Conselho de Ética desta sexta, que rejeitou seu
relatório.
O grupo
acolheu as duas representações apresentadas pelo PSOL, em que pedem a
investigação dos presos com a cassação como possível desfecho.
O pedido diz
respeito a deputados presos em operações derivadas da Lava Jato, a Cadeia Velha
e a Furna da Onça. São eles:
- Jorge Picciani (MDB)
- Paulo Melo (MDB)
- Edson Albertassi (MDB)
- André Correa (DEM)
- Chiquinho da Mangueira (PSC)
- Coronel Jairo (Solidariedade)
- Luiz Martins (PDT)
- Marcelo Simão (PP)
- Marcos Abrahão (Avante)
- Marcus Vinícius (PTB)
Comissão
acolhe pedidos para a investigação
A Comissão
de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) acolheu, na tarde
desta sexta-feira (23), duas representações do PSOL que pedem a investigação, e
que podem culminar com a cassação, de deputados presos na versão fluminense da
Lava Jato.
O
acolhimento da representação é apenas o primeiro passo do processo. Na prática,
o processo se inicia a partir de agora, sendo ainda necessária a investigação
por parte dos deputados e as votações não só no Conselho de Ética, mas também
no plenário.
Apenas
quatro deputados estiveram presentes na reunião - a primeira realizada desde a
prisão de parlamentares há mais de um ano. A pouco mais de um mês do fim da
legislatura, houve consenso entre os presentes de que não haverá tempo hábil
para concluir a investigação e votar o caso até o fim do ano.
Segundo o
presidente do Conselho, André Lazaroni (MDB) a representação foi acolhida para
a abertura da investigação e o caso vai ser redistribuído a um novo relator.
Lazaroni destacou que discorda do entendimento e que caberia à corregedoria a
investigação, e não ao conselho. O corregedor, Chiquinho da Mangueira (PSC),
está preso.
Votaram
contra o relatório o presidente André Lazaroni (MDB), Comte Bittencourt (PPS),
Osorio (PSDB) e Nivaldo Mulim (PR).
Estiveram
ausentes Rosenverg Reis (MDB), Iranildo Campos (Solidariedade), Dica (PR) e
Dionísio Lins (PP). Todos esses votaram também pela libertação de deputados do
MDB, há um ano, após a Cadeia Velha.
Outros dois
membros suplentes do Conselho não compareceram porque estão presos: Coronel
Jairo (Solidariedade) e Luiz Martins (PDT). Além deles, outra figura importante
das investigações está detida: o corregedor parlamentar Chiquinho da Mangueira
(PSC).
"Estão
abertos os processos contra os deputados envolvidos no escândalo. Agora será
escolhido um novo relator que vai analisar se a representação tem substância e
se essa denúncia pode causar a cassação", esclarece Flávio Serafini
(PSOL), um dos autores da representação.
O Conselho
de Ética é composto por cinco membros titulares e três suplentes, além do
presidente. Dos nove, sete — ou 77% — votaram
pela soltura de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi em novembro do
ano passado numa sessão que foi derrubada pela Justiça.
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