sábado, 24 de novembro de 2018


Relatório contra cassação de deputados do RJ tem uma página
Relator Marcos Muller faltou à sessão da Alerj que discutiu o pedido de cassação e que rejeitou o documento.
Por Gabriel Barreira, G1 Rio.
O relator do pedido de cassação contra deputados presos na Lava Jato do Rio, Marcos Muller (PHS), escreveu um relatório de uma página em que pedia a suspensão do processo, apresentado na sexta-feira (23). O documento,  rejeitado na sessão do Conselho de Ética, citava apenas Paulo Melo, Edson Albertassi e Jorge Picciani, todos do MDB, presos na Operação Cadeia Velha, e não mencionava os outros deputados presos na Furna da Onça, que também enfrentarão pedido de cassação.
O documento obtido pelo G1 não era conhecido por nenhum dos deputados até o momento da reunião. O relatório tinha a data escrita à caneta - foi feito 6 de junho e só foi apresentado nesta sexta, mais de quatro meses depois.
Ao G1, na semana passada, Muller disse que não havia concluído o relatório.
Muller foi nomeado relator entre março e abril, segundo o presidente do Conselho de Ética, André Lazaroni (MDB). De lá até julho, quando teria sido concluído, se passaram entre 36 e 66 dias. O documento tem uma página e menos de 180 palavras.
O relator, no entanto, faltou à sessão do Conselho de Ética desta sexta, que rejeitou seu relatório.
O grupo acolheu as duas representações apresentadas pelo PSOL, em que pedem a investigação dos presos com a cassação como possível desfecho.
O pedido diz respeito a deputados presos em operações derivadas da Lava Jato, a Cadeia Velha e a Furna da Onça. São eles:
  • Jorge Picciani (MDB)
  • Paulo Melo (MDB)
  • Edson Albertassi (MDB)
  • André Correa (DEM)
  • Chiquinho da Mangueira (PSC)
  • Coronel Jairo (Solidariedade)
  • Luiz Martins (PDT)
  • Marcelo Simão (PP)
  • Marcos Abrahão (Avante)
  • Marcus Vinícius (PTB)
Comissão acolhe pedidos para a investigação
A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) acolheu, na tarde desta sexta-feira (23), duas representações do PSOL que pedem a investigação, e que podem culminar com a cassação, de deputados presos na versão fluminense da Lava Jato.

O acolhimento da representação é apenas o primeiro passo do processo. Na prática, o processo se inicia a partir de agora, sendo ainda necessária a investigação por parte dos deputados e as votações não só no Conselho de Ética, mas também no plenário.

Apenas quatro deputados estiveram presentes na reunião - a primeira realizada desde a prisão de parlamentares há mais de um ano. A pouco mais de um mês do fim da legislatura, houve consenso entre os presentes de que não haverá tempo hábil para concluir a investigação e votar o caso até o fim do ano.

Segundo o presidente do Conselho, André Lazaroni (MDB) a representação foi acolhida para a abertura da investigação e o caso vai ser redistribuído a um novo relator. Lazaroni destacou que discorda do entendimento e que caberia à corregedoria a investigação, e não ao conselho. O corregedor, Chiquinho da Mangueira (PSC), está preso.

Votaram contra o relatório o presidente André Lazaroni (MDB), Comte Bittencourt (PPS), Osorio (PSDB) e Nivaldo Mulim (PR).

Estiveram ausentes Rosenverg Reis (MDB), Iranildo Campos (Solidariedade), Dica (PR) e Dionísio Lins (PP). Todos esses votaram também pela libertação de deputados do MDB, há um ano, após a Cadeia Velha.

Outros dois membros suplentes do Conselho não compareceram porque estão presos: Coronel Jairo (Solidariedade) e Luiz Martins (PDT). Além deles, outra figura importante das investigações está detida: o corregedor parlamentar Chiquinho da Mangueira (PSC).

"Estão abertos os processos contra os deputados envolvidos no escândalo. Agora será escolhido um novo relator que vai analisar se a representação tem substância e se essa denúncia pode causar a cassação", esclarece Flávio Serafini (PSOL), um dos autores da representação.
O Conselho de Ética é composto por cinco membros titulares e três suplentes, além do presidente. Dos nove, sete — ou 77% — votaram pela soltura de Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi em novembro do ano passado numa sessão que foi derrubada pela Justiça.

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