QUASE A METADE DOS MÉDICOS CUBANOS JÁ DEIXOU O PARA
Na maioria dos municípios paraenses o Programa Saúde da
Família (PSF) já está suspenso por falta de médicos. Levantamento da Federação
das Associações dos Municípios do Pará (Famep) mostra que as prefeituras
municipais já estão sem os médicos cubanos, que foram convocados pelo governo
de Cuba a retornar ao país.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL),
anunciou que haverá mudança nas regras do Programa Mais Médicos, entre elas,
que os médicos estrangeiros terão que se submeter ao Revalida (prova de
reconhecimento do diploma de profissionais formados no exterior).
Nas zonas rurais dos municípios paraenses, nos assentamentos
de trabalhadores rurais e nas reservas indígenas, apenas os médicos cubanos se
dispuseram a atuar. Nenhum brasileiro aceitou o desafio de atender em áreas
consideradas pelo Ministério da Saúde como vulneráveis ou de extrema pobreza.
Vulnerabilidade – O Programa Mais Médico foi
instituído, através da Medida Provisória nº 621/2013, em julho de 2013, para
levar médicos às regiões de maior vulnerabilidade social e da garantia
constitucional do direito à saúde. Os médicos são contratados por um período de
três anos e atuam apenas na atenção básica, no Programa Saúde da Família.
O Estado do Pará faz parte do programa com
direito a 770 médicos. Destes, segundo informações da Famep, 542 eram médicos
cubanos que trabalhavam em 122 municípios paraenses e em Distritos Sanitários
Indígenas (DSEIs). Porém, em 59 municípios paraenses, eram atendidos,
exclusivamente, pelos profissionais cubanos. Segundo a Famep, essa realidade é
“devido ao não interesse de profissionais médicos brasileiros em atuar nestes
locais”.
O presidente da Federação das Associações de Municípios do
Estado do Pará (Famep) e prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, que também é
médico, afirma que recebeu o comunicado do encerramento do convênio com a
Organização Pan Americana de Saúde (Opas) com preocupação e tristeza.
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