MST reúne
parlamentares para discutir os desafios políticos do próximo período
Lideranças e
representações do PT, PSOL e PCdoB debateram acerca da oposição ao governo
Bolsonaro23 de novembro de 2018 14h19.
Na manhã
desta sexta-feira (23), dezenas de parlamentares se reuniram na
Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema, região metropolitana
de São Paulo, para discutir a nova formação do Congresso Nacional e
apontar os desafios do próximo período.
Além de integrantes do MST, estiveram presentes lideranças e representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Temas como a construção e fortalecimento de uma frente democrática, a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a defesa dos movimentos populares e das intuições de defesa da classe trabalhadora foram centrais.
“É impossível existir igualdade em um país em que seis pessoas detêm o equivalente à riqueza de 100 milhões de brasileiros”, afirmou João Pedro Sedie da direção nacional do MST.
Segundo sua análise o novo governo já nasce da contradição. “Um ministro da economia [Paulo Guedes], que quer privatizar as 149 estatais do país, representa a entrega do capital brasileiro construído em décadas. Com toda essa privatização o país arrecadaria cerca de 150 bilhões de reais, acontece que só de juros da dívida externa pagamos em 2017 o equivalente a 400 bilhões”, explicou.
Ao falar sobre o papel do povo na luta contra a retirada de direitos e o aumento da desigualdade no país, Stedile citou a solidariedade como uma das principais ferramentas de luta e mobilização.
“Precisamos da hegemonia da classe trabalhadora. A mística do povo é a solidariedade e isso ninguém pode nos tirar. Só a solidariedade poderá resolver os problemas da nossa sociedade e construir novos paradigmas. Esse deverá ser também o papel da esquerda, construir uma nova estratégia de condução política e a via eleitoral já não é suficiente para isso. A Frente Brasil Popular é prova disso e tem sido uma importante ferramenta de luta e aglutinação”.
Ainda sobre as bandeiras do próximo período Stedile citou a liberdade do ex-presidente Lula como objetivo central para a manutenção da democracia.
“Queiramos ou não, Lula é o maior líder popular dos últimos 50 anos. Sua prisão é também o cárcere da classe trabalhadora. Lula é o único capaz de recolocar o povo como protagonista da luta de classes”.
E finaliza: "O MST nasceu no meio da ditadura militar, não vivemos de recursos públicos, de cargos e nem de benesses. Para quem parou é hora de retomar o trabalho de base e, para quem nunca deixou essa importante ferramenta de luta de lado, é o momento de intensificar e aglutinar o povo para que ele, consciente de sua própria realidade, lute".
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