Mais Médicos tem poucas inscrições no Baixo Amazonas e Marajó; seis cidades do Pará não têm inscritos
De acordo com a comissão do programa no Pará, o total de inscritos representa cerca de 84% das vagas deixadas pelos profissionais vindo de Cuba.
No Pará, 431 médicos sinalizaram disposição para trabalhar em pelo menos um dos 122 municípios do estado pelo Programa Mais Médicos, até a noite de segunda-feira (26). De acordo com a coordenadora da Comissão Estadual do Programa Mais Médicos, Sônia Bahia, isso representa cerca de 84% das vagas deixadas pelos profissionais vindo de Cuba.
No entanto, segundo a coordenadora, regiões afastadas dos centros urbanos, como o Baixo Amazonas e a ilha do Marajó, tiveram número de inscrições bem abaixo do total de vagas. No Baixo Amazonas, são 70 vagas e 55 inscritos; no Marajó, somente 15 se inscreveram para as 39 vagas.
Nas cidades de Aveiro, Trairão, Curuá, Faro, Santa Cruz do Arari e Curralinho não tiveram preenchimento de vaga alguma, até então. Já as regiões Metropolitana, Carajás e Rio Caeté tiveram 100% de prenchimento.
Atualmente, o Mais Médicos no Pará conta com 537 médicos cubanos, dos 790 profissionais. O Programa está presente em 122 dos 144 municípios do estado, incluindo todos da região do arquipélago do Marajó. Das cidades contempladas com o programa, 69 delas contavam apenas com médicos cubanos, como é o caso de Melgaço, que possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e que tinha as seis vagas destinadas ao município ocupadas por cubanos.
O índice de cubanos trabalhando na saúde pública no estado aumenta quando são observadas as áreas indígenas. Nos quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) no Pará, 99,9% dos médicos que assistiam à população local eram de médicos cubanos. Com o novo edital, apenas quatro médicos se disponibilizaram em trabalhar nos Dseis.
"Nos preocupamos com essa situação, mas temos acompanhado o programa e estamos tentando apoiar os municípios. Pois, existem profissionais recém-formados, que muitas vezes ainda não têm cadastro no Conselho Regional de Medicina. Vamos tentar agilizar esse processo", afirmou Sônia Bahia.
Uma outra preocupação da coordenadoria é o comparecimento dos profissionais para homologação das vagas, que deve ocorrer até 14 de dezembro. "Estamos reorganizando o sistema e as estruturas para garantir a permanência deles. A intenção é que, ao final, todos os municípios tenham as vagas preenchidas. Caso isso não ocorra, deve haver outras chamadas".
Substituição dos médicos cubanos no Pará
Na segunda-feira (26), o Ministério da Saúde informou que foram efetivados 224 profissionais nas Unidades Básicas de Saúde no país. No Pará, foram 14, sendo um em Rurópolis; doze em Santarém; e um em Tracuateua. O prazo para que os médicos cubanos deixem os cargos é 11 de dezembro no estado. No Brasil, o prazo máximo previsto no cronograma é 25 de dezembro.
A coordenadora Sônia Bahia disse que, até segunda, menos da metade dos médicos cubanos haviam deixado o estado rumo ao país de origem. "Alguns deles foram por conta de férias que já estavam programadas, e não voltam mais ao Brasil. Outros tiveram saídas por voos programados devido ao término da cooperação com o Brasil", explicou.
Os candidatos têm até 14 de dezembro para se apresentarem no município escolhido e entregar todos os documentos exigidos no edital. O salário é de R$ 11.800. Podem se candidatar às vagas os médicos brasileiros com CRM brasileiro ou com diploma revalidado.
As inscrições vão até o dia 7 de dezembro pelo site http://maismedicos.gov.br/, que chegou a apresentar instabilidade nos primeiros dias de abertura para cadastramento.
Fonte: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2018/11/27/edital-do-mais-medicos-tem-poucas-inscricoes-nas-regioes-do-baixo-amazonas-e-marajo-no-para-seis-cidades-nao-tem-inscritos.ghtml
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