Área
técnica do TSE recomenda aprovação com ressalvas das contas de campanha de
Bolsonaro
Parecer
aponta 'irregularidades e impropriedades' que não comprometem regularidade das
contas. Defesa da campanha afirma que relatório 'está de acordo com o que
esperava'.
Em parecer
disponibilizado neste sábado (24), a área técnica do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) recomendou aos ministros do tribunal a aprovação com ressalvas
das contas de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Na análise
das contas do candidato, a área técnica do tribunal encontrou
23 "inconsistências" na prestação enviada ao TSE. Apesar
disso, recomenda a aprovação das contas por entender que esses pontos não
comprometem a regularidade das contas.
A diplomação
de Bolsonaro está marcada para o dia 10 de dezembro. Para que isso ocorra, o
TSE precisa julgar as contas antes disso. A previsão é de que o caso seja
analisado pelos ministros no próximo dia 4 de dezembro.
"Esta
unidade técnica opina pela aprovação com ressalvas das contas do candidato
eleito à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, [...] em razão da
identificação de irregularidades e impropriedades que, no conjunto, não
comprometem a regularidade das contas", diz o parecer.
O documento
foi enviado ao ministro Luís Roberto Barroso, relator das contas de Bolsonaro,
que deu prazo de três dias para que a defesa do presidente eleito se manifeste
sobre as "irregularidades e/ou impropriedades sobre as quais não tenha se
pronunciado".
Além disso,
enviou o caso para a Procuradoria-Geral Eleitoral e deu dois dias para que o
órgão se manifeste sobre as contas.
Em nota, a
advogada Karina Kufa, responsável pelas contas eleitorais de Bolsonaro que o
parecer final está de acordo com o que esperava.
"Realmente
acredito na aprovação pelos ministros sem ressalvas, dada a suficiente
fundamentação nos três pontos em questão. As receitas e despesas foram acompanhadas
com muito zelo, estando impecável a prestação das contas", diz a nota.
Irregularidades
No parecer, a
área técnica do TSE afirma que não foram apresentados comprovantes para R$ 58,3
mil utilizados pela campanha de Bolsonaro para a produção de vídeos.
Segundo o
relatório, a equipe do tribunal solicitou documentação comprobatória para as
despesas com a empresa Studio Eletrônico.
De acordo com
o TSE, houve uma divergência identificada entre o que foi declarado pela
campanha com o que foi contratado.
O parecer
afirma que a campanha de Bolsonaro apresentou comprovantes para despesas que,
somadas, chegam a R$ 466.666,68. Por outro lado, o valor descrito no contrato é
de R$ 525 mil.
No documento,
a área técnica do tribunal afirma que, instada
a se manifestar, a campanha de Bolsonaro informou que os documentos não
apresentados foram um "lapso" que seria corrigido em um relatório
complementar, o que, segundo o parecer, não ocorreu.
Em outro
trecho do documento, a área técnica do tribunal afirma que a campanha de
Bolsonaro doou R$ 10 mil em sobras de campanha para o PRTB, partido do
vice-presidente eleito, Hamilton Mourão. A legislação veda esse tipo de
transferência e diz que as sobras de campanha eleitoral devem ser transferidas
ao partido do titular da chapa, neste caso o PSL.
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