Procuradoria
pede arquivamento de duas ações do PT contra chapa Bolsonaro-Mourão
PT
apontou abuso de poder econômico de empresas que teriam tentado induzir
funcionários a votar em Bolsonaro. Para procuradoria, não houve prejuízo à
eleição. TSE ainda terá de julgar.
Por
Mariana Oliveira e Rosanne D'Agostino, TV Globo e G1 — Brasília.
A
Procuradoria Geral Eleitoral opinou pelo arquivamento de duas ações
apresentadas pelo PT que pedem a cassação da chapa composta pelo presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e pelo vice-presidente eleito, general Hamilton
Mourão (PRTB).
Os
pareceres, enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apontam abuso de
poder econômico em razão de os donos
das empresas Havana e do Começo terem pedido a funcionários que votassem em
Bolsonaro para presidente.
Ao todo, o
PT, partido do candidato derrotado no segundo turno Fernando Haddad, apresentou
quatro ações contra a chapa vencedora.
As outras
duas ações, ainda em andamento no TSE, apontam suposto abuso de poder econômico
por disparo
em massa de mensagens no Whatsapp e uso de outdoors (proibidos por
lei) em benefício da chapa.
Os outdoors
irregulares, mas ainda não se manifestou a respeito ao tribunal.
No parecer
sobre a Havan, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, destacou
que a coligação do PT apontou abuso de poder porque o dono da Havan, Luciano
Hang, teria constrangido os funcionários a votar em Bolsonaro sob ameaça de
fechamento de lojas e demissões.
Na análise
do caso, o procurador considerou que o fato não apresenta gravidade e que não
provocou prejuízo à normalidade das eleições. Segundo ele, não ficou comprovada
nenhuma coação aos funcionários.
"Conclui-se
pela não comprovação dos ilícitos imputados nem pela existência de eventual
gravidade apta a macular a legitimidade e a normalidade das eleições. Como se
observa do acervo probatório, não se comprovou, ao menos, a alegada coação em
relação a funcionários da rede de lojas Havan, de propriedade do representado
Luciano Hang", afirma o documento.
Em relação
ao caso da Komeko, segundo o procurador, o PT apontou abuso de poder porque o
dono da empresa, Denisson Moura de Freitas, fez um comunicado solicitando que
funcionários usassem adesivos e camisetas de apoio a Bolsonaro. Na avaliação de
Jacques, não se demonstra prejuízo grave ao processo eleitoral. Por isso,
julgou a ação improcedente.
Humberto
Jacques também destacou que Bolsonaro teria solicitado que o empresário não
continuasse com a prática, o que afasta uma possível concordância do candidato
com o ato.
"Há
informação de que, quando soube da intenção ou atuação de empresários em favor
de sua candidatura de forma possivelmente caracterizadora de ilícito eleitoral,
o então candidato Jair Messias Bolsonaro solicitou publicamente que estes não
prosseguissem com a atuação potencialmente ilícita. Diante disso, afasta-se até
mesmo a possível omissão ou anuência do candidato com a prática alegadamente
irregular."
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