Escola
que venceu prêmio internacional abriga mais de 800 alunos carentes no sul do TO
A escola
rural concorria ao prêmio de arquitetura Riba 2018 com outras 20 construções,
de 16 países. Projeto desbancou finalista O
projeto de arquitetura que venceu o Prêmio Internacional Riba 2018, é de
uma escola onde moram mais de 840 alunos. A Fundação Bradesco de Cauanã fica na
zona rural de Formoso do Araguaia, região sul do Tocantins, e foi inaugurada há
45 anos. A unidade tem turmas do 2ª ano do ensino fundamental até a 3ª série do
ensino médio, além de mais um ano de curso profissionalizante de técnico em
agropecuária.
O
complexo, projetado por Marcelo Rosenbaum e pelo grupo Aleph Zero, é chamado de
'Aldeia das Crianças' e foi anunciado vencedor na noite desta terça-feira (20).
Todos os
alunos, professores e funcionários moram na escola. De acordo com o diretor da
unidade, Ricardo Rehder Garcia, a estrutura que ganhou o prêmio é onde ficam as
estadias da escola. As obras iniciaram em setembro de 2015 e terminaram em
dezembro de 2016. "Os alunos passaram a morar nessas novas instalações em
fevereiro de 2017, no início do ano letivo."
Os
estudantes podem voltar para casa todos os fins de semana, desde que os pais os
busquem. Os que ficam na escola durante o sábado e domingo participam de
atividades como trilhas ecológicas e passeios de bicicleta. O diretor afirma
que, durante a semana, alunos também participam de atividades
extracurriculares.
"Nós
temos a base comum curricular e temos atividades diversificadas. Aí vão desde
oficinas esportivas, oficinas de teatro, dança. Várias atividades para
complementar a proposta curricular da escola". Os alunos são
crianças carentes da região e mais 40 estudantes são indígenas da aldeia Cauanã,
que fica a 500 metros da escola, e de outras aldeias do estado. "O nosso
critério de seleção são pessoas, prioritariamente, socioeconomicamente
desfavorecidas. Depois das inscrições nós fazemos um filtro dentro dos nossos
critérios, fazemos visita domiciliar, depois o candidato e família vêm à escola
para uma entrevista. No fim de todo esse processo as crianças classificadas são
comunicadas para realizar a matrícula", explicou o diretor.
Além de
ser totalmente gratuita, a escola oferece assistência médica e odontológica, os
estudantes fazem seis refeições por dia com acompanhamento de uma nutricionista
e recebem também material didático e uniforme. Os alunos que passam pelo
processo seletivo podem continuar na escola até o último ano escolar.
"A
nossa evasão hoje é bem pequena. Desses 840 alunos, eu tenho 18 que evadiram
esse ano. É bem pequeno, mas queremos baixar ainda mais. A gente tem o lema de:
'nenhum aluno a menos", disse Rehder.
Entenda
A escola
rural brasileira concorria ao prêmio internacional com outras 20 construções,
de 16 países e desbancou projetos de Budapeste, Milão e Tóquio, que estavam
entre os quatro finalistas. Ao divulgar o vencedor, o Riba justificou a escolha
pela escola brasileira por "exemplificar a excelência em design e a
ambição arquitetônica e oferecer um impacto social significativo".
No
projeto, localizado na zona rural de Formoso do Araguaia, a 327 km de Palmas,
foi feito um resgate cultural, com incentivo a técnicas de construção local,
valorizando a beleza indígena e introduzindo noções de pertencimento,
necessária para o desenvolvimento das crianças.
O
objetivo era tornar o espaço um ambiente com valor de lar. Por isso, a escola
foi organizada em duas vilas, uma masculina e outra feminina. Os dormitórios
foram transformados em 45 unidades para seis alunos cada. A ideia de redução de
alunos por quarto era melhorar a qualidade de vida das crianças, mantendo a
individualidade.
Na escola
também há espaços de convívio como sala de TV, espaço para leitura, varandas,
pátios e redá rios. Além de abrigar maior número de crianças, o objetivo das
vilas é aumentar a autoestima das crianças.
O Riba
não é o primeiro prêmio internacional conquistado pela 'Aldeia das Crianças'.
Em fevereiro.
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