MST em Rondônia denuncia prisão de militante Sem Terra
Em No Contra prisão injusta de João Abelhão, militante Sem
Terra, e a criminalização dos movimentos populares, o MST emitiu na tarde desta
quarta-feira (25), uma Nota de Repúdio em denúncia ao ocorrido.
João foi preso durante uma operação da Polícia Federal
realizada na cooperativa do assentamento Margarida Alves, localizado no município
de Nova União, em Rondônia.
Confira a Nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO CONTRA O PROCESSO DE CRIMINALIZAÇÃO DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS
É com veemência que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) em Rondônia, repudia a desnecessária e equivocada prisão do
companheiro João Abelhão.
Na última sexta-feira (20), as famílias do Assentamento
Margarida Alves, foram surpreendidas por uma operação da Polícia Federal, que
segunda consta, tinha como objetivo combater o desmatamento ilegal e uma
suposta venda de lotes dentro da reserva em bloco do referido assentamento, que
resultou na injusta e infundada prisão do companheiro João Abelhão presidente
da cooperativa daquele assentamento.
Ficamos perplexos com operações desta natureza, pois a
Polícia Federal, instituição pública paga pelo dinheiro do povo, com mecanismos
sofisticados de inteligência para os processos investigatórios, não pode errar
seu alvo como errou tal qual nesta operação. Cuja interpretação não pode ser
outra senão um flagrante processo de criminalização da luta e dos Movimentos
Sociais.
As famílias do Assentamento Margarida Alves, por meio de sua
cooperativa que também foi alvo de busca e apreensão, tem um vasto histórico de
denúncias aos órgãos de controle e fiscalização sobre o processo de
desmatamento e grilagem de terras no interior da reserva. O próprio João
Abelhão, na vigência do seu mandato, levou ao conhecimento dos órgãos
ambientais as investidas de grupos invasores e grileiros da reserva. Como forma
de retaliação destas denúncias, tivemos em 2017 a invasão do assentamento por
um grupo fortemente armado que realizou uma ação simultânea, enquanto dez
homens armados aterrorizavam as famílias de um acampamento que ali existe,
outros dez mantiveram quatro companheiros em cárcere privado sobre ameaça e
tortura. Esta ação, resultou na operação “Terra Roxa” da Polícia Civil de Ouro
Preto, que veio a prender parte do grupo, tendo entre eles policiais militares
que estavam, na ocasião, fortemente armados.
Neste sentido, se a Polícia Federal quiser alcançar seu
objetivo e contribuir com o fim do desmatamento e da grilagem de terras no
interior do assentamento Margarida Alves, deve aprofundar e ampliar e realizar
uma competente investigação da Polícia Civil de Ouro Preto simbolizada pela a
operação Terra Roxa, caso contrário, estará configurado o processo de
criminalização dos movimentos sociais, tendo a cooperativa do assentamento na
pessoa de seu presidente, como o “Bode” expiatório da vez.
Exigimos que a justiça federal que decretou o mandado de
prisão do companheiro João Abelhão, corrija seu erro colocando o mesmo em liberdade
o mais rápido possível.
Direção Estadual MST-RO
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