
Mobilizações
pela Amazônia e pela preservação ambiental vão acontecer em todas as regiões do
Brasil Em protesto por
ações de combate às mudanças climáticas, cidadãos de todo o mundo irão às ruas
nesta sexta feira (20), data em que acontecerá a Greve Global pelo Clima. Com o
objetivo de dar visibilidade à situação de colapso ambiental que ocorre em
diversas partes do planeta, a Coalizão pelo Clima, uma frente ampla composta
por 70 organizações ambientalistas, coletivos, movimentos sociais, centrais
sindicais e ativistas, está impulsionando manifestações em todas as regiões do
Brasil.
Atos estão
marcados em São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Alagoas, Bahia, Amapá, Ceará,
Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul e em outros estados das cinco
regiões do país. Confira detalhes das manifestações aqui.
Formada por
organizações como Greenpeace, Lute pela Floresta, Famílias pelo Clima, pelas
frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e partidos como Psol, PT e Rede, a
Coalizão é inspirada no movimento Fridays for Future (Sextas-feiras pelo
Futuro), criado por Greta Thunberg, uma jovem ativista sueca de 16 anos.
Desde o ano
passado, todas as sextas-feiras, Greta passou a protestar diante do parlamento
sueco em defesa da “Greve escolar pelo Clima”, movimento que se espalhou
rapidamente entre estudantes de diversos países europeus que passaram a exigir
enfaticamente ações de combate às mudanças climáticas.
Segundo
Ricardo Serra, integrante da Coalizão pelo Clima, há um consenso entre a
comunidade científica e ativistas ambientais de que as drásticas mudanças
climáticas, assim como o aquecimento global, resultam de processos de
destruição ambiental causados pelos seres humanos.
“As mudanças
climáticas estão provocando o aumento da temperatura média em todo o planeta.
Esse é um processo evidente, vem ocorrendo ano após ano e é comprovado por dados
científicos, por medições em todas as localidades, inclusive no Brasil”, afirma
Serra.
Ele explica
que o aquecimento global provoca uma série de desequilíbrios no funcionamento
da vida biológica e humana no planeta que tem como consequência a intensificação
de eventos climáticos extremos – e cita como exemplo os grandes períodos de
seca que ocorreram na cidade de São Paulo e em regiões do nordeste do país
entre 2013 e 2015, que colocaram em risco as condições de abastecimento de água
para a população.
Chuvas
intensas que provocam grandes alagamentos e deslizamentos de terra, como os que
aconteceram no Rio de Janeiro no primeiro semestre deste ano, também são
apontados por Serra como consequência das mudanças climáticas.
Para o
ativista, "as populações mais vulneráveis, mais pobres, do campo e da
cidade, que sem dúvida nenhuma serão as principais vítimas desse processo”.
País em
chamas
A Greve
Global pelo Clima ocorre em um momento em que a atenção mundial está voltada
para o Brasil devido às queimadas na Amazônia, causadas por fazendeiros da
região. A devastação da maior floresta tropical do mundo é acompanhada pelas
políticas e declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que desde o início
de seu governo despreza e critica a pauta ambiental.
Em apenas
nove meses de governo, corte de verbas, flexibilizações e interferências em
órgãos ambientais como o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) e Instituto do Meio Ambiente e Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente (Ibama) também estão entre os feitos do presidente e de Ricardo
Salles, ministro da área.
Para Ricardo
Serra, nesse contexto, a expectativa é de que o ato da próxima sexta-feira
(20), “seja o maior ato de luta pelo clima e pelo ambiente que se tem notícia
no Brasil nos últimos anos”.
Ele ressalta
que a Coalizão é uma frente ampla que reúne diversas forças políticas e sociais
com atuações diferentes, mas que, neste momento, encontram na unidade a
resposta para fazer oposição ao governo na área ambiental.
“A luta pelo
clima e pelo ambiente no Brasil é urgente. Temos um governo que além de
abertamente atacar as políticas ambientais, desmonta as capacidades do Estado
de implementar e conservar o ambiente. De garantir, também, o direito dos povos
originários e indígenas do Brasil”, assinala.
Agenda de
mobilização
Com o
objetivo de dar sequência à mobilização em defesa do meio ambiente, movimentos
populares e ambientais citados pretendem organizar um Fórum Socioambiental para
o início do ano que vem.
Nesta
quinta-feira (19), em São Paulo, o comitê pró-Fórum realizará uma audiência
pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) como forma de preparação
para a greve global.
Participarão
do debate Bela Gil, apresentadora e chef de cozinha, Chirley Pankará,
codeputada estadual indígena, Gilmar
Mauro, da coordenação nacional do MST, Ivanete Araújo, liderança da Frente de
Luta pela Moradia (FLM), a socióloga Sabrina Fernandes e o deputado federal
Alexandre Padilha.
No mesmo dia, às 17h, no Sindicato dos Bancários
de São Paulo, Osasco e Região
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