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Câmara derruba limite ao poder de auditor fiscal e conclui
votação de MP da reforma administrativa
Mudança estava sendo discutida na medida provisória que
reestruturou o governo do presidente Jair Bolsonaro. Na quarta-feira (22),
deputados já haviam aprovado o texto-base da MP. Após um acordo entre os
partidos, a Câmara dos Deputados derrubou nesta quinta-feira (23) uma emenda
que limitava os poderes dos auditores fiscais da Receita Federal à investigação
de crimes tributários ou relacionados ao controle aduaneiro.
A votação foi simbólica, sem a contagem de votos no painel
eletrônico. Com isso, os deputados concluíram a votação da medida provisória
870, da reforma administrativa, que estruturou o governo do presidente Jair
Bolsonaro. O texto segue agora ao Senado.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou
nesta quinta (23) que a votação da medida provisória será na próxima
terça-feira (28).
"A pauta para apreciarmos a medida provisória 870 fica
transferida para a próxima sessão deliberativa ordinária regimental, na próxima
terça-feira", disse sobre a pauta do plenário do Senado.
O texto rejeitado pelos parlamentares também estabelecia que
os indícios de crimes que não fossem tributários só poderiam ser compartilhados
pelos auditores com as devidas autoridades competentes mediante ordem judicial.
A derrubada desse ponto, considerado polêmico, foi possível
somente após um acordo entre a maior parte dos líderes dos partidos. O que
ficou acertado é que eles vão disciplinar a questão em um projeto de lei a ser
votado nas próximas semanas.
Na última terça-feira (21), auditores fiscais da Receita
Federal protocolaram no Ministério da Economia um manifesto contra a emenda,
que consideram ser uma "mordaça" à atuação da categoria. Acordo
A medida foi uma estratégia para destravar a votação da
medida provisória da reforma administrativa, que estruturou o governo do
presidente Jair Bolsonaro e que precisa ser aprovada pelo Congresso até a
semana que vem para não perder efeito.
O acordo, decidido em uma reunião a portas fechadas no
gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi anunciado no
plenário pelo líder do PP, Arthur Lira (AL).
Ele disse que o objetivo da emenda não era "tolher a
atividade de ninguém", mas apenas "delimitar abusos". "Não
estamos querendo fazer com que nenhum auditor prevarique [ao não comunicar
indício de irregularidade]", afirmou.
Segundo ele, não havia intenção de punir ninguém, mas alegou
haver parcialidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão
que julga recursos contra cobranças da Receita.
"O Carf é um órgão altamente parcial. 98% dos recursos
lá que precisam do voto de minera ninguém tem êxito, porque quem vota é sempre
um fiscal da receita", afirmou Lira.
O texto-base do projeto já havia sido aprovado na
quarta-feira (22), mas ainda faltava análise de alguns destaques (propostas de
alteração do texto).
Em votação simbólica, os deputados também aprovaram retirar
do texto um trecho que estabelecia que o Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações ficariam responsáveis pelas atribuições da
Secretaria-Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FNDCT).
Coaf
Na quarta, os parlamentares já tinham votado outros
destaques, como o que retirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) da alçada do Ministério da Justiça e o devolve para o da Economia (vídeo
abaixo).
Por um placar de 228 votos a 210 (saiba como votou cada
deputado), a transferência do Coaf, responsável pelo combate a fraudes
financeiras e de lavagem de dinheiro, para a Economia representou uma derrota
para o Palácio do Planalto e, em especial, ao titular da Justiça, ministro
Sérgio Moro, que defendia a manutenção do conselho subordinado à pasta.
Nesta quinta-feira, o ministro Sérgio Moro lamentou o
resultado da votação da medida provisória.
"Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o COAF
do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte de a democracia perder
ou ganhar. Como se ganha ou como se perde também tem relevância. Agradeço aos
210 deputados que apoiaram o MJSP e o plano de fortalecimento do COAF",
disse o ministro.
Na votação de quarta, além de rejeitar a manutenção do Coaf
no Ministério da Justiça, os deputados:
Rejeitaram a recriação do Ministério da Cultura
mantiveram a fusão dos antigos ministérios da Integração
Nacional e das Cidades no Ministério do Desenvolvimento Regional
rejeitaram a recriação do Ministério do Trabalho
Funai
Ainda na quarta, os deputados retiraram a demarcação de
terras indígenas do Ministério da Agricultura e a colocaram sob a guarda da
Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
A FUNAI, por sua vez, que hoje está subordinada ao
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos, voltará a ser vinculada ao
Ministério da Justiça.
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