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Movimentação
de talude em mina da Vale em Barão de Cocais atinge 20 cm em alguns pontos
De acordo
com a ANM, deslocamento de paredão que pode se romper a qualquer momento é de
15,5 cm por dia na parte inferior da estrutura.
Por G1 Minas
— B A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou, na manhã
deste domingo (26), que a movimentação do talude
que pode se romper a qualquer momento na mina da Vale, em Barão de
Cocais (MG), chega a 20 cm por dia em pontos isolados. Segundo o órgão, na
parte inferior do paredão, a velocidade de deformação da estrutura é de 15,5 cm
ao dia.
Neste
sábado, o
deslocamento havia atingido 19 cm em alguns pontos. Esse talude é um
paredão que fica acima da cava de mineração na Mina de Gongo Soco, que está
cheia de água. A barragem Sul Superior está a 1,5 quilômetro desta cava.
O rompimento
do talude pode causar uma reação em cadeia por abalos e desencadear o colapso
da barragem. Outro cenário menos grave, mas também preocupante, é que a água da
cava transborde e atinja rios da região da mina.
O chefe da
Divisão de Segurança de Barragens da ANM, Wagner Nascimento, afirmou que não é
possível prever o dia em que ocorrerá a ruptura do talude, mas, segundo ele, a
tendência é que a queda da estrutura aconteça até este fim de semana.
Ainda de
acordo com Nascimento, essa movimentação foi identificada em 2012 e, até os
últimos meses, ela era de 10 cm por ano.
Em
um documento enviado ao Ministério Público de Minas Gerais pela Vale, a
engenheira geotécnica Rafaela Baldi explica por que o talude está se
movimentando. “É comum que parte do talude que fica mais no alto se desprenda.
O talude está 'pelado', foi escavado e está solto, lá em cima. Com as vibrações
típicas da atividade minerária, esta estrutura vai se desestabilizando e pode
cair sobre a cava. Mas, pelo alerta feito, deve ter um problema geológico na
área a ser considerado”, concluiu.
Em nota, a
Vale informou que "adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais,
desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos
moradores da região". A mineradora afirmou também que "tanto o talude
da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24
horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas
diariamente" (Leia a nota da Vale na í Um estudo apresentado pela Vale ao
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com o pior cenário possível para o
caso de a barragem Sul Superior se romper mostra provável “inundação
generalizada de áreas rurais e urbanas” com mortes, especialmente no distrito
de Socorro e nas cidades de Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio
Abaixo.
A
descrição do potencial de inundação caso a barragem se rompa apresenta ainda a
possibilidade de problemas relacionados ao abastecimento de água, impactos em
área de preservação permanente, nas faixas marginais ao leito dos cursos de
água, danos estruturais nos acessos locais de terra, rodovias e fornecimento de
energia elétrica.ntegra no fim desta reportagem). Simulados de emergência
A
população de Barão de Cocais passou por dois treinamentos de simulação de
situação de emergência, caso a barragem se rompa.
No
primeiro treinamento, 60% dos moradores participaram da ação. Já no segundo, a
adesão foi de 26,75%. De acordo com Defesa Civil de Minas Gerais, alguns
moradores alegaram que já tinham participado do primeiro treinamento e que já
conheciam a rota de fuga para justificarem a ausência no segundo simulado.
Os
moradores devem seguir para pontos de encontro seguros, sem correria. As
calçadas da cidade por onde a lama pode passar estão sinalizadas com a cor
laranja. Placas também indicam o caminho do pronto de encontro mais próximo.
Carros de
som estão posicionados em pontos estratégicos da cidade para avisar a população
em caso de rompimento da barragem.
Leia a
nota da Vale na íntegra:
"A
Vale reforça que adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde
o dia 08 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da
região. Além da retirada preventiva dos moradores da Zona de Autossalvamento, a
Vale apoiou as autoridades na realização de simulados e na preparação das
comunidades para todos os possíveis cenários, com equipes de prontidão
permanentemente. Tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul
Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre
deslocamento de parte do talude, revistas diariamente. A Vale reforça que não há
elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do
talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que
todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades
para prestar todo apoio possível".
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