
Publicado em 25 de outubro de 2019
PARÁ
Municípios do sudeste do Pará lideram uso de agrotóxicos
São Félix do Xingu, Marabá e Itupiranga lideram números
absolutos e Piçarra, Palestina do Pará e Santa Maria do P De cada 100 estabelecimentos
agropecuários constituídos em solo paraense, pelo menos 15 usam agrotóxicos
declaradamente. O número de adeptos a produtos químicos utilizados em lavouras
para garantir a produtividade e evitar doenças e possíveis pragas é ainda maior
nos municípios do sudeste do estado, tanto em números absolutos quanto em dados
relativos. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé
Dudu, que mergulhou nos números do resultado definitivo do Censo Agropecuário
2017 divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
De um total de 281,7 mil produtores paraenses questionados
pelos recenseadores, 43,9 mil declararam usar agrotóxicos. Outros 9.200
alegaram não usar à época do censo, mas confessaram lançar mão — do que muitos
chamam de “veneno” — sempre que necessário. Desse modo, as unidades rurais que
fazem uso de agrotóxico no Pará já são praticamente uma em cada cinco, releva o
IBGE.
O único município sem registro declarado de agrotóxicos é
Soure, na Ilha do Marajó. Lá, nenhum dos 120 proprietários recenseados fez
apologia a produtos químicos e similares, que dão um “up” nas lavouras.
São Félix e Marabá são os “reis”
Sete dos dez municípios com mais estabelecimentos com “apego
sentimental” ao uso de agrotóxicos estão no sudeste paraense, inclusive os três
líderes. São Félix, Marabá e Itupiranga, grandes potências da produção bovina
nacional, encabeçam a lista. Em São Félix do Xingu, detentor do maior rebanho
bovino nacional, dos cerca de 6.400 estabelecimentos agropecuários, 2.495 fazem
uso declarado de agrotóxico. Outros 429 disseram não usar no perído do censo,
mas assumiram a prática em outro momento.
O Blog do Zé Dudu avaliou que, entre todos os municípios
brasileiros, São Félix é o de número 27 em termos de quantidade de
estabelecimentos agropecuários que se valem de agrotóxicos. O campeão nacional
é o município paranaense de Prudentópolis, onde 5.572 dos 6.625 produtores
pesquisados disseram “sim” ao uso de agrotóxicos. E mais: 975 afirmaram usar
também, embora não tenham precisado no período do censo.
Já em Marabá, 1.580 produtores assumiram disseminar produtos
químicos na produção, enquanto o vizinho Itupiranga só ficou atrás por um
produtor: lá, 1.579 afirmam que usam, sim, agrotóxicos. A lista dos dez maiores
adeptos ao insumo da moda ainda traz Tucumã (1.025), Santa Maria das Barreiras
(1.013), Eldorado do Carajás (1.006) e Piçarra (932).
Em termos proporcionais, no entanto, o líder é Piçarra.
Entre as propriedades do município, 69,9% usam agrotóxico assumidamente.
Palestina do Pará vem em seguida, com 68,4%. Dos dez municípios com mais
elevada taxa de estabelecimentos que fazem uso de aditivos químicos, sete
também são do sudeste — além de Piçarra e Palestina, aparecem São Geraldo do
Araguaia (64,3%), São Domingos do Araguaia (63,6%), Curionópolis (62,2%), Rio
Maria (58,1%), Tucumã (54,8%) e Dom Eliseu (52,7%).
Entre os produtores que assumiram usar agrotóxicos, apenas
um em cada três disse ter recebido orientações técnicas acerca da correta
utilização dos produtos, constatou o IBGE.ará detém maiores taxas de
estabelecimentos adeptos a “venenos”.
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