
Publicado em 19 de outubro de 2019
PARÁ
Pará despenca em ranking de competitividade
Estado é um das lanterninhas em educação e infraestrutura e,
de 2018 para 2019, conseguiu piorar até o que já era ruim. Desempenho medíocre
enxota emprego e renda para a população. Terceiro menos competitivo. Essa é a
condição atribuída ao Pará na edição 2019 do novíssimo “Ranking de
Competitividade dos Estados”, que acaba de ser lançado pelo Centro de Liderança
Pública (CPL), que o produziu em parceria com a consultoria Tendências e a
Economist Intelligence Group. O Blog do Zé Dudu analisou atentamente as 169
páginas do relatório completo do estudo, disponibilizado na tarde de ontem
(18), e concluiu que o mais rico estado da Região Norte, que já não tinha ido
muito bem na edição de 2018, acaba de encostar-se ao fundo do poço.
Fundamentado em 71 indicadores distribuídos em dez pilares
(infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez
fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade
ambiental, potencial de mercado e inovação), o ranking revela que, de um ano
para outro, o Pará regrediu nove posições no tocante à eficiência da máquina e
duas em potencial de mercado. Na prática, a terceira colocação do Pará implica
dizer, grosso modo, que o estado é o terceiro pior quando o assunto é atrair
negócios.
No comparativo com as demais Unidades da Federação, o Pará
também piorou nos quesitos sustentabilidade social (da 25ª colocação para 26ª
posição), segurança pública (da 19ª para 21ª) e sustentabilidade ambiental (da
23ª para 25ª). A nota da educação paraense para composição o ranking, numa
escala de 0 a 100, é de vergonhosos 8,2 pontos, a segunda pior do país. Em
infraestrutura é 13,8, a terceira mais baixa.
Cabe destacar que os indicadores de que as entidades
organizadoras do estudo se valem dizem respeito a uma realidade do Pará
compreendida entre os anos de 2016 e 2018 — os mais recentes disponíveis para
dados estatísticos integrais e consolidados. Praticamente todos eles,
inclusive, já foram explorados pelo Blog do Zé Dudu em diversas reportagens,
não sendo, portanto, novidade a mais “nova” posição vexatória do estado, já
anunciada aqui em verso e prosa.
Pará não toma jeito. Nem rumo.
O Centro de Liderança Pública diz que a competição saudável
faz com que estados e municípios busquem melhorar seus serviços públicos,
atraindo empresas, trabalhadores e estudantes para ali viverem e se
desenvolverem social e economicamente. Mas, no caso do Pará, o atraso que o
condena a ser um dos últimos em quaisquer ranqueamentos que se façam torna o
estado motivo de opróbrio e um dos menos atrativos para investimentos que gerem
emprego e renda à população paraense. Seu principal atrativo no momento — os recursos
minerais, que assanham mineradoras que enriquecem à custa da falência social de
milhões de paraenses — são finitos
O Blog do Zé Dudu vem insistentemente reportando a
necessidade de o estado reinventar-se, prioritariamente em áreas basilares, que
são educação, saúde, saneamento básico e segurança, nas quais o estado se
encontra comprovada e historicamente na lanterna. Essas áreas têm forte impacto
na formação e composição de um capital humano qualificado, saudável e
eficiente, que no médio prazo seja capaz de dar frutos ao Pará, por meio da
dinamização de empregos formais e massa salarial. Se o básico não for
priorizado com investimentos arrojados, o estado estará fadado ao fracasso
social e econômico.
A cada dia, o Pará está mais distante do grau de
desenvolvimento hoje experimentado pelos estados de São Paulo, Santa Catarina e
Paraná, que, juntos com o Distrito Federal, são os primeiros colocados do país
quando o assunto é competitividade e progresso social. Há um constante
revezamento das melhores posições entre as Unidades da Federação do Sudeste, do
Sul e, mais recentemente, do Centro-Oeste. O Pará, no entanto, parece ter
parado no tempo. Está na hora de reagir e encontrar o rumo.
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