Aberta consulta pública para apoio ao plebiscito de divisão do Pará e criação do Tapajós
Projeto de Decreto Legislativo (PDL) prevê a convocação de um novo plebiscito sobre a criação do Estado do Tapajós. A consulta pública está com a votação aberta
O Pará tem 1,2 milhão de quilômetros quadrados e é o segundo maior estado do Brasil. Tem uma população estimada em 8,6 milhões de pessoas, que está concentrada principalmente na Região Metropolitana, e mais duas cidades do interior: Santarém e Marabá.
Marabá é a principal cidade do Sudeste do Pará, e está há 500 quilômetros da capital. Já Santarém é o polo da região Oeste do estado, e está a 800 quilômetros de Belém. A distância seguida da falta de políticas públicas, é sem dúvida, os principais argumentos para a população dessas regiões.
Em 2011, um plebiscito (é quando uma matéria é apresentada para consulta popular antes que o Congresso elabore um projeto de lei) foi convocado para que a população paraense decidisse pela divisão do Pará, e criação de outros dois estados: Carajás, com capital em Marabá e Tapajós, com capital em Santarém. Os paraenses foram às urnas e decidiram pela não divisão do Estado.
Foto: Divulgação/João Ram
Já em 2019, um novo passo em prol da divisão do Pará foi dado. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 508, de 2019, apresentado pelo senador do Tocantins, Siqueira Campos (DEM) prevê a convocação de um novo plebiscito sobre a criação do Estado do Tapajós. A consulta pública está com a votação aberta, e pode ser votado aqui.
Para Jean Carlos Leitão, presidente do Instituto Cidadão Pró-Estado do Tapajós (ICPET), a região Oeste do Pará é esquecida pelo poder público e a divisão traria benefícios.
"Aqueles que defendem a criação do estado justificam pelo tamanho do Pará que é maior que 170 dos 193 países do mundo além de ser duas vezes e meio maior que a região Sul e que a região Sudeste. É uma região esquecida com infraestrutura que mostra o abandono e têm pessoas que viajam dias e noites de barco em barco apenas pra fazer uma tarefa simples como ir a um cartório, e também a emancipação significa desenvolvimento para o novo estado e benefícios para o Pará como um todo", ressalta Jean.
Ainda segundo Jean, no plebiscito de 2011, o Pará ficaria só com 17% de seu território, algo muito pequeno, pois seria dividido em três, agora serão só a criação do Tapajós.
"O PDL 508/2019 convoca plebiscito para todo o Pará, e acreditamos que a consciência dos eleitores da Região Metropolitana de Belém, que tem o maior número de votantes, mudou desde 2011, em relação a criação do Estado do Tapajós, pois na época o Pará ia ficar com o território muito pequeno, e agora não, só desmembraria cerca de 42% do território atual", conta Jean, ressaltando que nessa nova configuração acredita no sucesso do plebiscito.
Uma das pessoas que apoiam a criação do Tapajós é Socorro Paes, moradora de Curuá, Oeste do Pará, que já em 2011 votou a favor da divisão.
"Nossa região há muitos anos está abandonada pelos políticos a nível estadual e federal. A criação do Estado do Tapajós será a saída para sairmos do caos e da falta de vontade política em resolver os graves problemas e as demandas nas áreas de: saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico. A emancipação política é a concretude da viabilidade econômica de nossa região. Nossa região é rica em: minério, pecuária, extrativismo, agricultura, madeira e pescado", pondera Socorro.
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