
BELÉM
Belém e Canaã dos Carajás disputam maior contracheque do
Pará; veja ranking
Maiores massas salariais por mês circulam em Belém,
Parauapebas, Marabá, Ananindeua, Santarém, Barcarena, Castanhal, Canaã dos
Carajás, Paragominas e Altamira. Três dessas praças — Parauapebas, Canaã e
Barcarena — não conseguiriam prosperar sem Vale e Hydro.
Qual município do Pará paga hoje a melhor média salarial
mensal a seu trabalhador? Foi-se o tempo em que Parauapebas — município que
atualmente mais emprega com carteira assinada no estado — dominava o topo do
ranking. De agora por diante, todos os caminhos devem levar à “Terra Prometida”,
ou simplesmente Canaã dos Carajás, a grande estrela da economia paraense.
Na fila da estatística, o município de Canaã dos Carajás
troca “tapas” com a capital do Pará, Belém, pelo posto de pagador de melhor
salário médio ao trabalhador. A informação foi levantada com exclusividade pelo
Blog do Zé Dudu, que mergulhou neste domingo (20) nos dados da Relação Anual de
Informações Sociais (Rais) de 2018, lançados neste final de semana pelo
Ministério da Economia. O Blog fez um levantamento inédito da massa salarial
mensal média apurada em todos os 144 municípios paraenses.
E aqui cabe esclarecer: os números da Rais, que é um dos
cadastrados administrativos do Governo Federal, são mais completos que os do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A razão é porque a Rais
pega todos os trabalhadores formais, tanto da iniciativa privadas quanto do
serviço público com regime próprio de contratação, caracterizando uma operação
mais completa e, por isso, mais complexa. Enquanto isso, o Caged só computa
dados dos empregos com carteira assinada. Daí, os vínculos do Caged são anunciados
mensalmente, enquanto a Rais só consolida dados anualmente.
Capital avança, Terra Prometida estremece
Pelos números finais do ano passado, Belém paga em média R$
3.563, enquanto Canaã dos Carajás vem R$ 50 atrás, com média mensal de R$
3.512. Em 2017, o confronto entre a capital e a “Terra Prometida” trazia Canaã
à frente, com R$ 3.594, e Belém atrás, com R$ 3.224.
De 2017 para 2018, houve melhora considerável nos números
totais de emprego da capital paraense motivada por milhares de admissões no
serviço público, onde a média salarial é maior. Já em Canaã houve piora de
contratações com carteira assinada e os novos empregados que conseguiram se
arranjar no mercado formal ingressaram com salários mais baixos, derrubando a
média. Por isso, de um ano para outro, a média salarial em Belém subiu cerca de
R$ 340, ao passo que em Canaã dos Carajás a média despencou R$ 82.
Hoje, o lugar que paga o menor salário por mês é Bagre, onde
a média não chega a R$ 1.050. E faz tempo que o carente município do Marajó está
em último lugar. Na Rais de 2017, a média não chegava sequer a R$ 1.010. Em
2013, era de apenas R$ 770. Não por acaso, o município é um dos campeões em
taxa de pobreza do país e detém um dos mais baixos indicadores nacionais de
desenvolvimento humano.
Os números antecipados em primeira mão pelo Blog do Zé Dudu
só seriam conhecidos por meio da edição do “Anuário Estatístico do Pará 2020”,
que, quem sabe, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa)
resolva lançar no início do segundo semestre do ano que vem, como fez com a
edição deste ano.
Municípios pagam quase R$ 3 bilhões por mês
Os atuais 1.085.546 trabalhadores formais do Pará movimentam
na praça, por mês, R$ 2.904.634.934,10 em massa salarial, calcula o Blog do Zé
Dudu a partir dos números municipais da Rais. Os salários de um ano inteiro
movimentados pelos trabalhadores do estado seriam suficientes para sustentar
uma cidade como Belém por mais de uma década. Atualmente, a receita líquida
arrecadada pela prefeitura da capital é de R$ 2.806.644.433,94, conforme
levantou o Blog junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Os maiores volumes de salários são despejados mensalmente em
Belém (R$ 1,46 bilhão), Parauapebas (R$ 132,99 milhões), Marabá (R$ 122,78
milhões), Ananindeua (R$ 120,21 milhões), Santarém (R$ 91,39 milhões),
Barcarena (R$ 73,43 milhões), Castanhal (R$ 55,88 milhões), Canaã dos Carajás
(R$ 41,89 milhões), Paragominas (R$ 39,89 milhões) e Altamira (R$ 39,52
milhões).

As menores massas salariais mensais estão em Santa Cruz do
Arari (R$ 313,6 mil) e São João da Ponta (R$ 468,56 mil), que não chegam sequer
a meio milhão. Confira o ranking das médias salariais mais altas e mais baixas
entre os municípios do Pará!
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