quarta-feira, 12 de junho de 2019


Rodrigo Maia

Sem apoio, capitalização deve ser retirada.
Rodrigo Maia, porém, nega derrota de Guedes e diz que tema pode voltar no segundo semestre.  
Mariana Haubert, Camila Turtelli e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Um dos principais pontos defendidos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o regime de capitalização deverá ser retirado da reforma da Previdência por falta de apoio suficiente na Câmara dos Deputados. Apoiador do novo regime, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a questão voltará a ser discutida pelos deputados no segundo semestre. Ele afirmou que Guedes compreendeu que é mais importante garantir uma economia forte com a aprovação da proposta.
Por reforma da Previdência, PSL lança campanha qu A proposta da reforma enviada pelo governo Bolsonaro prevê a criação, por lei complementar, do regime de capitalização, em que os novos segurados contribuiriam para uma conta individual e seus benefícios, no futuro, seriam calculados com base em suas contribuições. Hoje o sistema previdenciário brasileiro é o de repartição, em que, quem contribui, paga os benefícios de quem já está aposentado.
“Acho que o ministro aprendeu ao longo dos meses que a construção de maioria depende do diálogo e aprovação depende de votos. Ele compreendeu que a capitalização só é viável com uma boa economia”, disse Maia. “Não vou dizer que (Guedes está) satisfeito, mas a democracia é assim”, completou. O deputado destacou que a introdução da capitalização neste momento reduziria a economia prevista de cerca de R$ 1 trilhão. “Algo precisaria ser retirado para compensar”, disse.
Encontro
Maia se reuniu com Guedes na tarde desta quarta-feira, 12, para discutir a questão. De acordo com ele, uma nova proposta de capitalização poderá ser discutida pela Casa no segundo semestre, quando será possível fazer “um debate calmo”.
De acordo com o presidente da Câmara, não há uma rejeição generalizada ao tema no Congresso, mas há insegurança em torno dos termos propostos pelo governo para a criação do novo regime, o que inviabilizou a sua manutenção na reforma da Previdência.
O presidente da Câmara afirmou que uma emenda apresentada pelo deputado licenciado e economista Mauro Benevides (PDT-CE) teria mais apoio dentre os parlamentares. Aliado do candidato à Presidência derrotado Ciro Gomes (PDT), Benevides propõe que o regime de capitalização tenha uma camada do regime de repartição e só passe a prever a poupança individual a partir de um determinado valor.
Nesta quarta, Maia destacou em vários momentos que Guedes é um dos poucos integrantes do governo que dialogam com o Parlamento e defendeu que o ministro não pode ser visto como um derrotado nesta questão. “Tem sido um aliado, tem dialogado com Parlamento. De forma nenhuma queremos deixar uma sinalização de que teve alguma derrota do ministro, pelo contrário, o ministro tem sido um dos poucos membros desse governo que tem dialogado com o Parlamento”, disse.

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