
Sem apoio,
capitalização deve ser retirada.
Rodrigo
Maia, porém, nega derrota de Guedes e diz que tema pode voltar no segundo semestre.
Mariana
Haubert, Camila Turtelli e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA -
Um dos principais pontos defendidos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o
regime de capitalização deverá ser retirado da reforma da Previdência por falta
de apoio suficiente na Câmara dos Deputados. Apoiador do novo regime, o
presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a questão voltará a ser
discutida pelos deputados no segundo semestre. Ele afirmou que Guedes
compreendeu que é mais importante garantir uma economia forte com a aprovação
da proposta.
Por reforma
da Previdência, PSL lança campanha qu A proposta da reforma enviada pelo governo Bolsonaro prevê a
criação, por lei complementar, do regime de capitalização, em que os novos
segurados contribuiriam para uma conta individual e seus benefícios, no futuro,
seriam calculados com base em suas contribuições. Hoje o sistema previdenciário
brasileiro é o de repartição, em que, quem contribui, paga os benefícios de
quem já está aposentado.
“Acho que o
ministro aprendeu ao longo dos meses que a construção de maioria depende do
diálogo e aprovação depende de votos. Ele compreendeu que a capitalização só é
viável com uma boa economia”, disse Maia. “Não vou dizer que (Guedes está)
satisfeito, mas a democracia é assim”, completou. O deputado destacou que a
introdução da capitalização neste momento reduziria a economia prevista de
cerca de R$ 1 trilhão. “Algo precisaria ser retirado para compensar”, disse.
Encontro
Maia se
reuniu com Guedes na tarde desta quarta-feira, 12, para discutir a questão. De
acordo com ele, uma nova proposta de capitalização poderá ser discutida pela
Casa no segundo semestre, quando será possível fazer “um debate calmo”.
De acordo
com o presidente da Câmara, não há uma rejeição generalizada ao tema no
Congresso, mas há insegurança em torno dos termos propostos pelo governo para a
criação do novo regime, o que inviabilizou a sua manutenção na reforma da
Previdência.
O presidente
da Câmara afirmou que uma emenda apresentada pelo deputado licenciado e
economista Mauro Benevides (PDT-CE) teria mais apoio dentre os parlamentares.
Aliado do candidato à Presidência derrotado Ciro Gomes (PDT), Benevides propõe
que o regime de capitalização tenha uma camada do regime de repartição e só
passe a prever a poupança individual a partir de um determinado valor.
Nesta
quarta, Maia destacou em vários momentos que Guedes é um dos poucos integrantes
do governo que dialogam com o Parlamento e defendeu que o ministro não pode ser
visto como um derrotado nesta questão. “Tem sido um aliado, tem dialogado com
Parlamento. De forma nenhuma queremos deixar uma sinalização de que teve alguma
derrota do ministro, pelo contrário, o ministro tem sido um dos poucos membros
desse governo que tem dialogado com o Parlamento”, disse.
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