
Mais votado da lista tríplice para PGR, Mario Bonsaglia é
recebido no Planalto
Subprocurador foi ao Palácio do Planalto para se reunir com
o subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ), Jorge Oliveira BRASÍLIA — Um dia depois
de ser o mais votado na lista tríplice de indicação para o comando da
Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador Mario Bonsaglia foi ao
Palácio do Planalto na noite desta quarta-feira para se reunir com o subchefe
de Assuntos Jurídicos (SAJ), Jorge Oliveira
Auxiliar próximo do presidente Jair Bolsonaro, Oliveira viu
o órgão que comanda ser transferido nesta quarta da Casa Civil para a
Secretaria-Geral da Presidência. Considerado decisivo no processo de escolha
para o Ministério Público Federal (MPF), ele já foi chefe de gabinete do
deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). E ganhou uma sala no terceiro andar do
Planalto, o mesmo em que fica o gabinete presidencial.
LEIA : Veja os perfis dos três candidatos da lista tríplice
para PGR
A Constituição prevê que a nomeação ao cargo de PGR cabe ao
presidente da República e depende de aprovação pelo Senado. Desde 2003, porém,
todos os presidentes têm respeitado, na escolha do PGR, a lista tríplice
organizada pela ANPR, que expressa os nomes escolhidos pela própria categoria
para ocupar o comando máximo da instituição.
Promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da
República (ANPR) desde 2001, a lista tríplice tem Bonsaglia, que obteve 478
votos, seguido pelos procuradores Luiza Frischeisen, com 423, e Blal Dalloul,
com 422. Além dos nomes da lista tríplice, há dois candidatos que correm por
fora: Dodge e o subprocurador Augusto Aras.
LEIA : Forças-tarefas da Lava-Jato defendem indicação de PGR
pela lista tríplice
No fim de semana, Bonsaglia deve ser recebido pelo
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A candidatura com o apoio de integrantes
da SAJ, mais alinhados ao grupo do Ministério Público Federal que rechaça a
eventual recondução da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, ao cargo.
Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que vai escolher o novo
procurador-geral da República "aos 48 do segundo tempo" e disse que
iria estudar a lista e seguir a Constituição. Ele tem até setembro para indicar
um novo PGR. O presidente não é obrigado a escolher um nome da lista, mas a
prática foi adotada nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma
Rousseff, que indicaram o primeiro Já MTemer escolheu a segunda colocada da
lista, Raquel Dodge.
Em evento na manhã de terça, Bolsonaro havia afirmado que
não se comprometeria a indicar alguém da lista tríplice.
— Todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é
possível. Vou seguir a Constituição —
afirmou.
O encontro não constava na agenda de Oliveira até a
publicação deste texto.
Bonsaglia
Nome mais votado desta vez, Mário Bonsaglia esteve nas
listas tríplices de 2015 e 2017, nas posições de segundo e de terceiro mais
votado, respectivamente. Com forte apoio no colégio eleitoral de São Paulo, seu
Estado de origem, Bonsaglia está no MPF desde 1991 e também tem longa
experiência na área criminal, além de ter passado por diversos postos dentro da
instituição, como procurador regional eleitoral, conselheiro do Conselho
Nacional do Ministério Público e integrante do Conselho Superior do MPF.
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Luiza Frischeisen e Blal Dalloul, que aparecem em segundo e
terceiro lugares na lista, são apontados como ligados ao ex-procurador geral
Rodrigo Janot. Ela coordenou a 2ª Câmara Criminal do MPF e teve atuação na
regulamentação dos acordos de leniência do órgão. Já ele foi secretário-geral
durante a gestão de Janot, cuidando da parte administrativa do Ministério
Público.
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