quinta-feira, 20 de junho de 2019


Mário Bonsaglia perdeu a disputa em 2017 Foto: Jorge William / Agência O Globo

Mais votado da lista tríplice para PGR, Mario Bonsaglia é recebido no Planalto
Subprocurador foi ao Palácio do Planalto para se reunir com o subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ), Jorge Oliveira BRASÍLIA — Um dia depois de ser o mais votado na lista tríplice de indicação para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), o subprocurador Mario Bonsaglia foi ao Palácio do Planalto na noite desta quarta-feira para se reunir com o subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ), Jorge Oliveira
Auxiliar próximo do presidente Jair Bolsonaro, Oliveira viu o órgão que comanda ser transferido nesta quarta da Casa Civil para a Secretaria-Geral da Presidência. Considerado decisivo no processo de escolha para o Ministério Público Federal (MPF), ele já foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). E ganhou uma sala no terceiro andar do Planalto, o mesmo em que fica o gabinete presidencial.
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A Constituição prevê que a nomeação ao cargo de PGR cabe ao presidente da República e depende de aprovação pelo Senado. Desde 2003, porém, todos os presidentes têm respeitado, na escolha do PGR, a lista tríplice organizada pela ANPR, que expressa os nomes escolhidos pela própria categoria para ocupar o comando máximo da instituição.
Promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) desde 2001, a lista tríplice tem Bonsaglia, que obteve 478 votos, seguido pelos procuradores Luiza Frischeisen, com 423, e Blal Dalloul, com 422. Além dos nomes da lista tríplice, há dois candidatos que correm por fora: Dodge e o subprocurador Augusto Aras.
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No fim de semana, Bonsaglia deve ser recebido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A candidatura com o apoio de integrantes da SAJ, mais alinhados ao grupo do Ministério Público Federal que rechaça a eventual recondução da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, ao cargo.
Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que vai escolher o novo procurador-geral da República "aos 48 do segundo tempo" e disse que iria estudar a lista e seguir a Constituição. Ele tem até setembro para indicar um novo PGR. O presidente não é obrigado a escolher um nome da lista, mas a prática foi adotada nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que indicaram o primeiro Já MTemer escolheu a segunda colocada da lista, Raquel Dodge.
Em evento na manhã de terça, Bolsonaro havia afirmado que não se comprometeria a indicar alguém da lista tríplice.
— Todo mundo, todos que estão dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição  — afirmou.
O encontro não constava na agenda de Oliveira até a publicação deste texto.
Bonsaglia
Nome mais votado desta vez, Mário Bonsaglia esteve nas listas tríplices de 2015 e 2017, nas posições de segundo e de terceiro mais votado, respectivamente. Com forte apoio no colégio eleitoral de São Paulo, seu Estado de origem, Bonsaglia está no MPF desde 1991 e também tem longa experiência na área criminal, além de ter passado por diversos postos dentro da instituição, como procurador regional eleitoral, conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público e integrante do Conselho Superior do MPF.
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Luiza Frischeisen e Blal Dalloul, que aparecem em segundo e terceiro lugares na lista, são apontados como ligados ao ex-procurador geral Rodrigo Janot. Ela coordenou a 2ª Câmara Criminal do MPF e teve atuação na regulamentação dos acordos de leniência do órgão. Já ele foi secretário-geral durante a gestão de Janot, cuidando da parte administrativa do Ministério Público.

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