quinta-feira, 20 de junho de 2019



Gaby Amarantos faz show gratuito em Belém e diz que está focada na música inspirada no ParáA artista contou ainda que vê em 'Ilha do Marajó (Gira a Saia)' e 'Cachaça de Jambú' um "pop tão forte, que bebe na fonte do internacional, mas que tem a cara da periferia paraense".
Por Gil Sóter Após a divulgação dos clipes de "Ilha do Marajó (Gira a Saia)" e "Cachaça de Jambú", a cantora Gaby Amarantos faz show gratuito nesta sexta-feira (21), em Belém. A apresentação é no bairro de origem da artista, o Jurunas, e teve arte de divulgação inspirada no documentário mais recente da cantora americana Beyoncé, intitulado "Homecoming" (regresso à casa, em inglês).
Em entrevista exclusiva ao G1, Gaby disse que agora quer continuar focando na música inspirada na Amazônia e no Pará. A artista contou ainda que vê nas duas novas músicas um "pop tão forte, que bebe na fonte do internacional, mas que tem a cara da periferia p".
e Taymã CarEntão, a intenção foi dizer que estamos à frente, somos criativos, e mostrar, principalmente, a força da nossa música do Pará e da periferia, porque foi a periferia que construiu esses dois trabalhoConfira a seguir, na íntegra, a entrevista exclusiva concedida por Gaby Amarantos ao G1:
Houve um período longo entre seus últimos lançamentos musicais. Enquanto isso vimos as participações na TV e você ocupando outros espaços, além do cenário musical. O que esse período trouxe para você? Essas experiências influenciaram de que forma em sua música?
A minha alma de artista também pode me levar a outros lugares, eu gravei um filme nesse período, também aproveitei para fazer uma imersão não só na nossa cultura, viajando muito, conhecendo lugares no Pará que eu não conhecia, e até falando também da Amazônia Legal e viajando pelo mundo. Eu fui para a África, que foi uma experiência muito forte de ver como é um lugar que influencia muito em muitas coisas que são parecidas no Brasil, e esse modo de vida colorido, essas imersões me trouxeram bagagem cultural para voltar dessa nova forma, mais aprofundada na cultura paraense, não só do Pará, mas cultura nortista, porque a nossa cultura é muito peculiar. Replicando comentários de algumas pessoas, eu sou a única pessoa no Brasil que pode fazer isso, então, me colocou de volta no meu lugar de artista missionária, fomentadora da cultura paraense, da periferia. Foi uma imersão que me preparou bastante. Agora eu quero focar muito na música, e quero preparar muitas novidades, muitos trabalhos e todos vão ser bebendo na fonte da Amazônia, do Pará.
Fale desse novo trabalho. As músicas, e os vídeos trazem dois grandes símbolos paraenses: cachaça de jambu e o Marajó. Comente como surgiram essas ideias e também as participações do Mestre Curica, Waldo Squash e o Maderito.
Na verdade são dois singles especiais, eles não fazem parte de um álbum. Surgiram da vontade de falar das nossas coisas, e de entender depois de todo esse processo em que fiquei - longe da música, não, pois continuei fazendo shows, sempre em processos criativos - mas de entender essa representatividade que eu tenho para o povo da minha terra, da minha região. Então, começou trocando ideias com o Waldo, que é de muita experiência, uma pessoa que eu gosto muito de mandar música, ideias. Ele já tinha essa música guardada de um projeto. Já "Cachaça de Jambú" é uma parceria com o Waldo e o Maderito e fala desse lugar que sou apaixonada. Marajó é onde desde o início da carreira fiz muitos shows. Em Soure, Salvaterra, Breves, Portel. O Waldo já tinha já essa música só na voz do Mestre Verequete, aí eu falei, que queria colaborar, e acrescentei a parte do "Gira Saia", que no clipe ficou muito bem representado com a nossa Amazônia colorida-neon. Como a gente não tem mais o nosso Mestre Verequete, a gente tem o Mestre Curica que foi um músico parceiro do Verequete, que tem muitas aventuras, então é um contador de histórias. Curica trouxe muita riqueza para esse trabalho. Foi muito bom homenageá-lo em vida, também.
s.neiro, G1 PA — BelemPode encerrar falando um pouco de como foi o processo de criação desses novos trabalhos?
Foi um processo coletivo, e a minha vontade foi criar um grupo de pessoas para que a gente pudesse pensar, discutir as ideias, e que a gente pudesse aproveitar o melhor de cada um. Então a gente tem esse clipe sendo conduzido por mim, junto com Gareth Jones que é cineasta, meu parceiro, que faz toda essa produção, que organiza toda essa galera, que dirige junto com o Luan Rodrigues, que também participou do processo criativo de Xirley, e Lucas Mariano, que é um artista maravilhoso, que trouxe toda essa galera desse coletivo da periferia. Tem toda uma identidade visual no clipe, dá até pra tirar um desfile de moda dali porque foi criada uma estética visual do jeito como a gente se veste, de como a gente vai para a festa de aparelhagem, mas que também é ribeirinho, da floresta. Também não posso deixar de falar no Premier King, um diretor de fotografia incrível, que foi a única pessoa que não era de Belém, um amigo de São Paulo. A gente se conheceu fazendo o clipe de "Pulele", uma parceria com o Monkey Jhayam, artista de São Paulo. E eu tô muito feliz com a união dessas pessoas, eu agradeço muito pelo carinho e por estarem nos ajudando a exaltar cada vez mais a nossa cultura.
Serviço
O "Arraial do Coração Jurunense: Homecoming Gaby Amarantos + convidados especiais" é nesta sexta-feira (19), na Rua Nova II, bairro do Jurunas, em Belém, a partir das 21h. Show aberto ao público.

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