Número de mortes de líderes indígenas em 2019 é o maior em 11 anos, diz CPT

Só no último fim de semana, três ativistas indígenas foram assassinados e outros ficaram feridos. No sábado (7), em Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, os indígenas Guajajara Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara foram assassinados quando voltavam de uma reunião com representantes da Eletronorte e da Fundação Nacional do Índio. Nelsi Olímpio Guajajara levou um tiro na perna, mas sobreviveu. O outro indígena ferido não foi identificado.
Também no sábado, em Manaus, no Amazonas, o ativista da etnia Tuyuca Humberto Peixoto Lemos morreu no hospital após ser agredido a pauladas na segunda-feira (2).
Em nota publicada no site da CPT, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma que “tais crimes têm acontecido na esteira de discursos racistas e ações ditadas pelo governo federal [comandado por Jair Bolsonaro], como o incentivo a invasões às terras indígenas”.
O Cimi denuncia e repudia mais este atentado e lembra que, em 1º de novembro, a liderança Paulo Paulino Guajajara foi assassinada dentro da Terra Indígena Araribóia, também no Maranhão, atacado por invasores durante emboscada. A nota lembra ainda que Laércio Souza Silva Guajajara foi alvejado no braço e nas costas, mas sobreviveu.
“Tais crimes, contanto ainda com atentados, ameaças, tortura e agressões ocorridas por todo país contra essas populações têm acontecido na esteira de discursos racistas e ações ditadas pelo governo federal contra os direitos indígenas. O presidente Jair Bolsonaro tem dito e repetido, em vários espaços de repercussão nacional e internacional, que nenhum milímetro de terra indígena será demarcado em seu governo, que os povos indígenas teriam muita terra e que atrapalham o ‘progresso’ no Brasil”, diz trecho da nota do Cimi.
E mais: “Os direitos dos povos indígenas têm sido negociados e entregues à bancada ruralista, que já tem o controle das ações da Funai em Brasília e nas regiões. Nestes últimos dias, o atual presidente da Funai, Marcelo Xavier, determinou que todos os servidores sejam obrigados a solicitar sua autorização para prestar assistência às comunidades indígenas, além de proibir o deslocamento de servidores a terras indígenas não homologadas e registradas”, diz a nota cuja íntegra pode ser lida aqui.
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