Coluna Direto de Brasília #80 – Por Val-André Mutran
Uma coletânea do alanço do ano
Presidentes da Câmara e do Senado avaliaram como positivo o
balanço da agenda do Congresso Nacional neste ano. Maia e Alcolumbre destacaram
a aprovação da Reforma da Previdência e do novo Marco Legal do Saneamento
Básico, em entrevistas coletivas à Imprensa.
Reforma da Previdência
A Reforma da Previdência aprovada pelo Congresso aumenta o
tempo para se aposentar, limita o benefício à média de todos os salários, eleva
as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS e estabelece
regras de transição para os atuais assalariados.
Marco do Saneamento
Já o Marco Legal do Saneamento Básico aprovado pelos
deputados facilita a privatização de estatais do setor, exige licitação para a
contratação desses serviços e prorroga o prazo para o fim dos lixões. A matéria
ainda será votada no Senado em 2020, mas deve passar sem dificuldades.
Orçamento impositivo I
O presidente da Câmara ressaltou ainda a aprovação do
orçamento impositivo que será, segundo ele, um instrumento de fortalecimento e
independência do Legislativo. “Foi um ano de mudança, que nos deu a
oportunidade de fortalecer o papel do parlamento, do orçamento público, com o orçamento
impositivo,” avaliou.
Orçamento impositivo II
O orçamento impositivo, promulgado pelo Congresso em junho e
regulamentado pela Emenda Constitucional 100, determina a execução obrigatória
de emendas parlamentares de bancada. Maia avaliou ainda que a articulação
política do governo melhorou. “É a relação que melhor atende o parlamento, com
bom diálogo e independência”.
Bancada do Pará
Os coordenadores da Bancada do Pará, deputado federal
Delegado Éder Mauro (PSD-PA) na Câmara, e o senador Zequinha Marinho (PSC-PA),
no Senado, também avaliaram como positiva a atuação dos deputados e senadores
paraenses que, em sua maioria, aprovaram as matérias que permitiram as reformas
estruturantes de que o País precisa. Apenas os partidos de esquerda, PSol e PT
e eventualmente o PSB, foram contrários em algumas dessas matérias, mas acabaram
sendo votos vencidos.
Produtividade
Em 2019, a produtividade da Câmara dos Deputados foi a maior
em 24 anos, aprovando 123 propostas no plenário; e 222 projetos em caráter
conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Os
números são da Secretaria-Geral da Mesa.
Em Plenário
No Plenário da Câmara, os deputados aprovaram 25 medidas
provisórias; 54 projetos de lei; 22 projetos de decreto legislativo; 12
projetos de resolução; 4 projetos de lei complementar; e 6 propostas de emenda
à Constituição (PECs). A CCJ aprovou conclusivamente 222 projetos de lei, que
foram remetidos ao Senado Federal ou seguiram para sanção presidencial.
Proteção às mulheres
Em 2019, a Câmara dos Deputados aprovou também diversas
propostas com o intuito de ampliar a rede de proteção às mulheres. Confira a
abaixo alguns dos projetos aprovados.
Debate sobre violência contra a mulher
As disciplinas escolares deverão incluir conteúdos relativos
à prevenção de todas as formas de violência contra a mulher, conforme prevê o
Projeto de Lei 2805/15, da deputada Erika Kokay (PT-DF). Aprovado em caráter
conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos
Deputados, o projeto será votado ainda pelo Senado.
Prioridade em escolas
Convertido na Lei 13.882/19, o Projeto de Lei 8599/17, da
deputada Geovania de Sá (PSDB-SC), dá prioridade de matrícula, na educação
básica, a filhos da mulher que sofre violência doméstica. Segundo o texto,
dependentes da vítima terão prioridade de matrícula ou transferência em
instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio. A comprovação
dessa situação de violência será por meio da apresentação do boletim de
ocorrência ou do processo de violência doméstica e familiar em curso.
Notificação de violência
Serviços de saúde públicos e privados serão obrigados a
notificar a autoridade policial sobre indícios de violência contra a mulher. É
o que prevê a Lei 13.931/19, originária da derrubada do veto total ao Projeto
de Lei 2538/19, da deputada Renata Abreu (Pode-SP).
A legislação atual determina a notificação obrigatória de
casos de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde públicos e
privados (Lei 10.778/03). Agora, deverão ser informados também os indícios.
Pelo texto aprovado, os dados sobre violência deverão ser
enviados pelos serviços de saúde à autoridade policial em, no máximo, 24 horas.
Prioridade em divórcio
Com a publicação da Lei 13.894/19, vítimas de violência
doméstica poderão ter acesso mais facilitado ao processo de divórcio, que
poderá ser conduzido pelo próprio juiz da ação de violência. Oriunda do Projeto
de Lei 510/19, do deputado Luiz Lima (PSL-RJ), a proposta também garante às
vítimas de violência o direito à assistência jurídica, além de prioridade na
tramitação judicial das ações cíveis.
Prioridade em divórcio II
Caso a situação de violência doméstica se inicie
após o pedido de divórcio ou dissolução da união estável, a ação terá
preferência no juízo onde estiver. De acordo com o texto, o Ministério Público
deverá intervir obrigatoriamente nas ações de família em que a parte seja
vítima de violência doméstica. A intenção é resguardar o direito das mul
Nenhum comentário:
Postar um comentário