terça-feira, 17 de dezembro de 2019


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Ex-governador da Paraíba é alvo de mandado de prisão preventiva em operação contra fraudes na saúde
O governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), e o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), se tornaram alvos, na manhã desta terça-feira (17), de nova fase da Operação Calvário, da Polícia Federal.
A ação investiga organização criminosa suspeita de desvio de R$134,2 milhões de serviços de saúde e educação. Até por volta de 11h30, nove pessoas haviam sido presas na Paraíba e uma, no Rio de Janeiro.
A investigação identificou fraudes em procedimentos licitatórios e em concurso público, além de corrupção e financiamento de campanhas de agentes políticos e superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
Segundo a "Operação Calvário - Juízo Final", do valor total desviado, mais de R$ 120 milhões foram destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018


Policiais federais cumpriram mandado de busca e apreensão no Palácio da Redenção, durante Operação Calvário, em João Pessoa — Foto: Divulgação/PFPoliciais federais cumpriram mandado de busca e apreensão no Palácio da Redenção, durante Operação Calvário, em João Pessoa — Foto: Divulgação/PFPoliciais federais cumpriram mandado de busca e apreensão no Palácio da Redenção, durante Operação Calvário, em João Pessoa — Foto: Divulgação/PF

Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), um ex-procurador-geral do estado, ex-secretários de Saúde, deputadas estaduais, prefeita e servidores também são investigados. O G1 tenta contato com a defesa dos citados. (veja ao final da reportagem a lista de todos os alvos da operação e o que dizem suas respectivas defesas).

Envolvimento de Ricardo Coutinho

Ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, em foto de 2018 — Foto: Junior Fernandes/Secom-PBEx-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, em foto de 2018 — Foto: Junior Fernandes/Secom-PBEx-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, em foto de 2018 — Foto: Junior Fernandes/Secom-PB

Um mandado de prisão foi expedido contra o ex-governador Ricardo Coutinho. Até por volta de 12h15, no entanto, ele não havia sido preso. A PF informou que foi solicitada a inclusão do nome de Ricardo Coutinho na difusão vermelha da Interpol, já que ele está fora do país. O próprio Ricardo informou, por nota, que está de férias, mas que vai antecipar o retorno para se entregar à polícia.
Coutinho foi eleito governador por dois mandatos, em 2010 e 2014. Conforme a decisão que determinou sua prisão, ele era o responsável direto pela tomada de decisões dentro da organização criminosa e pelos métodos de arrecadação de propina, divisão e aplicação. O esquema era mantido até 2018, último ano do mandato de Coutinho.
A investigação também indica que houve o pagamento de R$ 1,1 milhão para a campanha eleitoral de João Azevêdo em 2018 para o governo do estado, em troca da manutenção dos contratos em vigor das organizações sociais. Segundo a PF, Coutinho, que era do mesmo partido de Azevêdo, liderou esse esquema.

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