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Eles atiraram para matar', diz irmã de Cid Gomes sobre tiros
durante ato de PMs em Sobral
A médica Lia Gomes relatou que o irmão resolveu intervir no
ato dos policiais militares por ter se sentido desafiado, ao ver PMs obrigando
comerciantes fecharem as portas.
Por Paulo Martins, G1 C
20/02/2020 06h35
Atualizado em 13 horas
A médica Lia Gomes, irmã do senador licenciado Cid Gomes
afirmou que os tiros disparados contra o parlamentar na tarde desta
quarta-feira (19), em Sobral foram para matá-lo. "Muita revolta porque
eles atiraram para matar, foi um tiro direcionado no coração que atingiu uma
costela e foi essa costela que desviou a bala. Se ela tivesse entrado entre uma
costela e outra, a gente não estaria aqui agora contando essa história",
disse.
Pilotando uma retroescavadeira, Cid Gomes foi baleado quando
tentava furar um bloqueio feito por policiais que reivindicavam aumento
salarial, no 3º Batalhão da Polícia Militar do município. O veículo em que ele
estava ainda teve os vidros quebrados pelos tiros e pelas pedras que foram
jogadas. Segundo a assessoria do político, um projétil bateu na clavícula e
saiu, enquanto o outro se alojou no pulmão esquerdo. Ele passou a noite na UTI
do Hospital do Coração, em Sobral.
Lia Gomes disse que o irmão chegou ao local consciente e
acredita que ele vá para Fortaleza já nesta quinta-feira (20). "Ele chegou
assim, bem consciente, está sedado no momento para remédios de dor e está com
uma sonda para drenar o ar que entrou no pulmão quando a bala transfixou, mas
as perspectivas são boas, está tomando antibiótico para não ter infecção e, se
depender da vontade dele, amaMotivação para intervir
Pelo menos dois motivos fizeram o senador intervir no ato
dos policiais militares da cidade, segundo Lia Gomes. O primeiro deles é o fato
de ele ter se sentido desafiado ao ver os PMs obrigando comerciantes a fechar
as portas do comércio. O segundo, foi a sensação de ter vivido de novo o ano de
2012, quando ele, na condição de governador, enfrentou situação parecida com a
de agora.
"Eu acho que ele reviveu tudo aquilo que aconteceu com
ele em 2012, quando eles [os policiais militares] fizeram esse mesmo tipo de
motim. Esses mesmos policiais marginais que estão armados dentro dos quartéis e
eu acho que foi muito por aí, essa coisa de reviver tudo o que ele passou em
2012 naquela greve quando ele era governador", afirmou.
Ela promete acompanhar de perto as investigações sobre o
caso. "Até agora a gente só se preocupou com ele. A partir de amanhã que a
gente vai ver essa parte ai, mas acho que já têm pessoas cuidando disso",
finalizou.
O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública)
autorizou nesta quarta-feira o envio da Força Nacional para o Ceará por 30
dias, contados a partir desta quinta (20). Antes, o ministério já havia
comunicado que enviou equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia
Federal "para garantir a segurança do senador Cid Gomes".
nhã a gente leva para Fortaleza. Resumo:
Em 5 de dezembro, policiais e bombeiros militares
organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais
militares são proibidos de fazer greve.
Em 31 de janeiro, o governo anunciou um pacote de reajuste
para soldados.
Em 6 de fevereiro, data em que a proposta seria levada à
Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma
manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
Em 13 de fevereiro, o governo elevou a proposta de reajuste
e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto,
ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
Em 14 de fevereiro, o Ministério Público do Ceará (MPCE)
recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de
promover manifestações.
Em 17 de fevereiro, a Justiça manteve a decisão sobre
possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.
Em 18 de fevereiro, três policiais foram presos em Fortaleza
por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam
pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.
Em 19 de fevereiro, batalhões da Polícia Militar do Ceará
foram atacados por grupos de pessoas encapuzadas e mascaradas. Em Sobral,
homens encapuzados em carro da PM ordenaram que comerciantes fechassem as
portas.
Reivindicação salarial
Parte dos policiais do Ceará realiza atos por reivindicação
de aumento salarial. Uma proposta do governo do estado tramita na Assembleia
Legislativa do Ceará é elevar o salário-base de um soldado dos atuais R$ 3,2
mil para R$ 4,5 mil. O aumento de R$ 1,3 mil ocorre de forma progressiva, até
2022.
MANIFESTAÇÃO DE POLICIAIS POR AUMENTO SALARIAL
Policiais protestam por aumento salarial na Assembleia
Governo anuncia pacote de reajuste salarial para militares
Policiais protestam e reivindicam aumento maior que o
proposto
Governo eleva proposta de reajuste salarial de militares
Em meio a risco de greve, MP pede que Justiça barre atos
grevistas
Justiça proíbe atos grevistas e determina prisão de
policiais desobedientes
Policiais são presos por cercarem veículo da PM e secar
pneus
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