Investigação sobre Flávio Bolsonaro pode ser retomada; saiba.
STF derruba liminar que suspendia apurações com dados
compartilhados pelo antigo Coaf; no entanto, Corte ainda analisará extensão da decisão.
Fábio Grelhe Cento e trinta e cinco dias após ser paralisada
por ordem do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias
Toffoli, a investigação realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro (MP-RJ) sobre o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e seu ex-assessor parlamentar Fabrício
Queiroz pode Isso porque nessa quinta-feira (28) o plenário do STF decidiu, por
9 votos a 2, que informações sigilosas podem ser compartilhadas por órgãos
públicos para fins de investigação, mesmo se não houver autorização judicial.
Ao final do julgamento, o próprio Dias Toffoli revogou sua liminar. No entanto,
a Corte ainda vai analisar a extensão de sua decisão sobre o antigo Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras), agora chamado de Unida A
suspeita de irregularidades surgiu a partir de um relatório do antigo Coaf que
detectou movimentações atípicas na conta bancária do ex-assessor Fabrício
Queiroz. O caso foi revelado pelo Estado em dezembro de 2018.
Quando a investigação foi paralisada, o MP-RJ já tinha em
mãos o resultado da quebra dos sigilos bancário e fiscal do filho do presidente
da República e de outras 85 pessoas e 9 empresas ligadas a ele. Promotores do
Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) trabalhavam no
cruzamento dessas informações, que poderiam resultar em uma denúncia. A quebra
de sigilo havia sido pedida pelo GAECC e foi autorizada em abril pelo juiz
Flávio Itabaiana Nicolau, da 27.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Flávio e Queiroz são investigados sob a suspeita de
peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo o Coaf, Fabrício
Queiroz - que, além de assessor parlamentar, era motorista de Flávio e policial
militar - movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Entraram em sua conta R$ 605 mil e saíram cerca de R$ 600 mil.
As suspeitas dos investigadores surgiram tanto porque a
quantia de dinheiro movimentado é considerada incompatível com o patrimônio de
Queiroz como pelo volume de saques (que chegaram a cinco em um mesmo dia), e
pelo fato de o ex-assessor ter recebido repasses de oito funcionários do
gabinete de Flávio.de de Inteligência Financeira, UIF, órgão do Ministério da
Economia.rá ser retomada. publicidade
O MP-RJ suspeita que Queiroz seja o responsável por
gerenciar o esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Trata-se do recolhimento de parte dos
salários dos assessores para ser entregue ao então deputado estadual. A defesa
nega as acusações: alega que o dinheiro movimentado "por fora" era
destinado à contratação de assessores informais, usados para dar capilaridade
ao mandato de Flávio, apesar de nunca ter sido apresentada uma lista com esses
nomes.
Em entrevista ao SBT ainda em dezembro de 2018, o
ex-assessor afirmou que faz negócios com carros, e que por isso movimentou
valores considerados atípicos para seus rendimentos. A investigação do MP-RJ
também mirou 37 imóveis ligados a Flávio que poderiam fazer parte do esquema de
ilegalidades - sendo usados para lavagem de dinheiro, por exemplo.
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