''Governo sem base sólida 30 anos depois de ser eleito para
a presidência, o atual senador Fernando Collor, 70 anos, faz balanço sobre o
cenário político brasileiro não dura'', diz Collor em É um governo que se nega
a entender os partidos políticos como os canais institucionalmente válidos para
a interlocução entre os interesses da população e não usa a capacidade do
Executivo para atendê-las", diz
(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
No próximo 15 de Novembro, completam-se 30 anos da primeira
eleição direta pós-ditadura de 1964. O país afundado numa crise econômica, o
presidente José Sarney desgastado. Depois de uma longa campanha, com 22
candidatos, e no mano-mano com Lula, Fernando Collor de Mello torna-se o mais
jovem brasileiro a tomar assento no terceiro andar do Planalto. “É claro que,
quando me elegi, eu disse: 'Bom, sou um um super-homem ( …) Essa questão da
eleição em que se ganha com uma disputa muito acirrada, e essa coisa toda, faz
do vitorioso a primeira sensação de que: ‘não, eu posso tudo. Agora, eu sou o
maioral e, agora, todos os outros têm que se submeter à minha vontade, ao meu
desejo’. Isso é um erro, e está acontecendo agora”, avalia o senador Fernando
Collor, 70 anos, nesta entrevista exclusiva ao Correio, 30 anos depois.
Em quase duas horas de conversa, na última quinta-feira, o
ex-presidente repete inúmeras vezes a expressão “já vi esse filme”. “Parece que
está passando novamente na minha frente. Certos episódios e eventos me deixam
muito preocupado, talvez não cheguemos a um bom termo sobre o mandato mal
exercido pelo presidente da República — a começar por essa falta de interesse
em construir uma base sólida de sustentação no Parlamento”, diz, ao avaliar que
errou ao não colocar essa construção como prioridade desde o primeiro dia de
seu governo. O desfecho foi o afastamento, em 29 de setembro de 1992, quando a
Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment. Torce agora para que o
mesmo não aconteça com o atual ocupante do Planalto e alerta inclusive para o
uso das redes sociais, algo que não havia na sua época: “Isso é um perigo. O
presidente incorre num erro grande, na minha avaliação, quando ele delimita a
sua interlocução a um nicho de 15%, 20% da população, que são aqueles
considerados bolsonaristas puros de origem. Eles não representam a nação
brasileira”, afirma.Continua depois da publicidade
Collor menciona, ainda, que não guarda mágoas, porém, não
esquece. Quanto a Lula, ele considera que está preso “imerecidamente” e diz que
se arrepende de ter levado Mirian, a mãe de Lurian, filha mais velha do
petista, ao horário eleitoral gratuito de 1989, acusando o candidato do PT de
lhe propor um aborto. “Me arrependo. Se tivesse visto a gravação, não teria
autorizado que aquilo fosse ao ar. Foi de muito mau gosto”, afirma.
Sua expectativa é que a história lhe julgue como um “homem à
frente do seu tempo”, referindo-se à abertura da economia e de
mentalidade naquele início dos anos 1990, quando ele chamava os carros
brasileiros de “carroça”. “Agora, esse termo serve para qualificar o presidencialismo.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
O senhor foi eleito para a Presidência da República em um
período de muita polarização, como vê o cenário atual?
É um filme que eu já vi, embora haja diferenças entre o
início do governo (do presidente Jair) Bolsonaro e o início do meu governo,
parece que está passando novamente na minha frente. Certos episódios e eventos
me deixam muito preocupado, talvez não cheguemos a um bom termo sobre o mandato
mal exercido pelo presidente da República — a começar por essa falta de
interesse em construir uma base sólida de sustentação no Parlamento.
Partindo-se do princípio de que, sem maioria no Congresso, não se governa —
isso é uma condição sine qua non em um regime presidencialista, mas também no
parlamentarista. O desinteresse em construir essa maioria nos leva a temer um
desenlace diferente do que gostaríamos. E, num clima de ingovernabilidade, tudo
pode acontecer. Foi um descuido de minha parte (referindo-se ao próprio
mandato, entre 1990 e 1992), nesse ponto, eu vejo a semelhança de não ter me
preocupado, não ter dedicado a atenção devida desde o início do meu governo a
um melhor relacionamento com a classe política. O presidente da República
precisa entender que ele é o líder político da nação. Como líder político da
nação, ele tem por dever fazer política, e fazer política pelos caminhos
institucionais, com os partidos políticos e com os políticos. Querer quebrar
uma regra de ouro de um processo democrático, é um nonsense.
O senhor considera que o presidente não tem um interesse
nessa aproximação com o Congresso? Ele não entende essa necessidade?
Não vejo por parte do presidente interesse em uma maior
aproximação com o Congresso Nacional, apesar de ele ter no seu currículo 28
anos de experiência na Câmara dos Deputados — e isso nos remete a 1990, a
primeira eleição dele, que coincide com o meu primeiro ano de governo.
Portanto, ele teve, no decorrer do seu mandato, condições de vivenciar e de
obter a experiência do que significa um relacionamento não fluido entre o Poder
Executivo e o Poder Legislativo. Mas me parece que ele não tirou nenhuma lição
até agora, iludido, que se encontra num momento em que reformas patrocinadas
pelo Executivo tiveram apoio na Câmara e, depois, no Senado Federal. É uma falsa
dedução de que esse apoio dos deputados e dos senadores, especificamente
falando da reforma da Previdência, representa o apoio que ele detém no
Congresso Nacional. Isso não é verdadeiro, porque nós sabemos que as reformas
caminharam até agora graças ao esforço inaudito do presidente (da Câmara dos
Deputados) Rodrigo Maia (DEM-RJ) e também do Davi Alcolumbre (DEM-AP) —
presidente do Senado. Ou seja, são propostas de reforma que o Congresso
Nacional chamou para si e tocou como suas.
Isso está separado? Uma coisa são as reformas econômicas de
que o país precisa, outra, é o apoio ao governo. São estações estanques?
É completamente diferente. O apoio do Congresso ao governo
não se mede por um evento como esse, da aprovação das reformas e do número
elevado de participantes pró-reformas. O apoio ao governo, nós verificamos pela
solidariedade dos parlamentares ao presidente da República, e não me parece que
exista essa solidariedade ao presidente da República. No momento em que ele
precisar dessa solidariedade do Congresso, ela vai lhe faltar, e isso cria um
certo problema institucional para o país.
O senhor é senador desde 2007. Viu os ex-presidentes Lula,
Dilma, Temer e, agora, Bolsonaro ocuparem a presidência. Como avalia cada um
deles? Como Bolsonaro está se portando em comparação aos que já passaram?
É um governo completamente diferente dos outros.
Primordialmente, é um governo que se nega a entender os partidos políticos como
os canais institucionalmente válidos para a interlocução entre os interesses da
população e não usa a capacidade do Executivo para atendê-las. Faltando essa
compreensão, falta um instrumento essencial para o exercício da democracia.
Estamos vivendo um jogo democrático, em que, como disse, sendo líder político
da nação, cabe ao presidente fazer política. Exercitar-se politicamente nas
conversas, nas articulações, nos entendimentos via partidos políticos e
lideranças partidárias para fazer avançar as reformas e tentar fazer com que
elas sejam entendidas pela população. Os outros governos, tirando o governo da
ex-presidente Dilma (Rousseff), que também incorreu nesse mesmo equívoco — de
não dar a atenção devida ao Congresso Nacional —, os outros todos se deram por
satisfeitos com a interlocução que receberam.
Isso inclui também o governo de Fernando Henrique Cardoso?
Sim, sem dúvidas. O Fernando Henrique Cardoso teve uma
relação com o Congresso muito boa. É tanto, que teve a aprovação da reeleição.
O presidente Lula, do mesmo jeito. Teve uma interlocução muito boa com o
Congresso, solidariedade com o Congresso. O presidente Temer, do mesmo modo.
Ele passou por duas provas fortíssimas, dificílimas durante o mandato e
conseguiu superar, graças ao apoio que havia alcançado no Congresso. Tiro a
Dilma da análise, porque ela estava incorrendo no mesmo equívoco.
O desfecho (de Bolsonaro) poderá ser o mesmo? A caminhar
neste ritmo, o fim do filme pode ser o mesmo do seu governo e da presidente
Dilma (o impeachment)?
Olhe, continuando assim, eu não vejo a menor possibilidade
de este governo dar certo. O que acontecerá, eu não saberia dizer. Mas, se
continuar do jeito que está, o governo não tem como levar adiante o período
governamental.
Mesmo com a economia entrando nos eixos? Porque a gente
percebe sinais de recuperação econômica. O dólar está caindo, a Bolsa (de
Valores), subindo, já houve uma pequena recuperação na questão do emprego,
muito pequena ainda, mas os analistas econômicos apontam para uma melhora na
economia. Isso pode ajudar o presidente?
A dificuldade é coordenar esse discurso otimista. É muito
difícil que a população, que hoje está desempregada, passando fome, alijada de
qualquer possibilidade de melhoria da sua qualidade de vida, vivenciando
problemas na segurança pública, na educação, na saúde, no emprego, na sua
renda; é muito difícil que nós, com esse discurso, convençamos a população de
que as coisas estão melhorando. Falar para a população: “Olha, pessoal, tenham
calma. Vocês estão vendo a Bolsa de Valores batendo recorde de pontos, o dólar
baixando, temos 12,5 milhões de desempregados, mas temos 140 mil trabalhadores
com carteira assinada, os juros atingiram o percentual mais baixo da história”;
e a classe média, que tem o seu cartão de crédito e o seu cheque especial, não
vê isso refletido no dia a dia. Quando parcela a conta do cartão, vê que os
juros batem 300%. No cheque especial, são 280%. Aí, a resposta é: “Bom, mas
como é que nós temos hoje os juros ditos aí, que são os mais baixos da história
do país, se eu estou pagando 300% ao ano no parcelamento do meu cartão de
crédito ou no meu limite de cheque especial?”. Então, é necessário que haja
concordância, melhoria real das condições econômicas do país com aquilo que a
população realmente sente. O último exemplo disso foi o que aconteceu no Chile,
que, ao longo dos últimos anos, era tido como o país de maior equilíbrio e maior
estabilidade econômica na América Latina, onde as reformas foram feitas,
segundo propagado, com muito sucesso e muito êxito. Parecia um paraíso aqui no
nosso continente. E, de repente, essa ebulição.
O presidente tem uma base muito forte na internet, nas redes
sociais. Ele está correto em firmar o governo para falar nessa bolha, que são
os eleitores que permaneceram? Não falta um pouco de diálogo, também, com a
sociedade como um todo?
Isso é um perigo. O presidente incorre num erro grande, na
minha avaliação, quando ele delimita a sua interlocução a um nicho de 15%, 20%
da população, que são aqueles considerados bolsonaristas puros de origem. Eles
não representam a nação brasileira. O que representa a nação brasileira é o
conjunto da sociedade na sua diversidade. O presidente precisa entender que os
votos que ele obteve na eleição não representam o apoio a ele enquanto
candidato. Uma grande parcela foi dada a ele em função daqueles que não queriam
a volta do PT ao governo — o chamado antipetismo. entrevista ao Correio Bolsonaro
não entendeu isso ainda?
Não, não entendeu. E também não entendeu uma coisa ainda
mais importante, que é a questão da construção de uma unidade nacional em torno
de um projeto de país. O país saiu muito dividido dessa eleição. As divisões
foram aprofundadas e, naturalmente, quando o presidente é eleito, elas seguem
existindo. É necessário ter um projeto que aglutine a população, que una o
país. E esse projeto não existe. Isso começou sendo levado como a reforma da
Previdência, que tinha a missão de resolver tudo. Nós sabemos que não vai
resolver. Depois, falam da reforma tributária. A reforma tributária sequer está
naqueles cinco pontos abordados pelo ministro da Economia (Paulo Guedes) como
pontos que estariam sendo levados ao Congresso, pelos presidentes das duas
Casas, como prioritários para a continuação das reformas. Vem, agora, uma
reforma administrativa. Depois, uma reforma de mudanças nas chamadas regras de
ouro e, por fim, na questão dos gastos obrigatórios. Falta ao governo a
consciência de que cabe ao presidente da República diminuir essa enorme
distância que divide o país.
A reforma pode ser considerada uma vitória, então? Porque o
que se prometeu, inclusive para o servidor público e até para pessoas que têm
um mandato eletivo, é que teria alguns cortes, algumas mudanças. A reforma foi
feita a contento?
Não. Não acho que a reforma tenha sido feita a contento.
Sobretudo nesse assunto (os servidores públicos), porque a questão dos
privilégios não foi mexida como a dos mais necessitados, as camadas mais
vulneráveis da população. Eles estão pagando a conta da Previdência, não tenho
a menor dúvida. Agora, com essa reforma administrativa, se pretende trazer, dar
alguma resposta em relação aos privilégios que existem no serviço público
federal — onde realmente está uma questão que deve ser analisada e enfrentada.
Mas isso será uma demonstração do interesse também do governo, no sentido de
dizer: “Olha, nós penalizamos muito a classe trabalhadora com a reforma da
Previdência, e, agora, estamos demonstrando que vamos à caça desses marajás do
serviço público federal”. Isso, de alguma maneira, poderá servir. Mas o que
falta é um projeto que inclua a população.
O senhor citou agora a expressão caçador de marajás. À
época, sustentava esta bandeira de hoje, de enxugamento, que não deu
certo. Foi outro erro?
Nós conseguimos, sim. A prova está aí na Constituição.
Porque houve uma coincidência no momento em que eu fui eleito governador de
Alagoas, e tomei posse em 1987. Em 1988, tivemos a promulgação da Constituição
e a Constituinte estava funcionando. Então, o relator da Constituição, (o
deputado federal) Bernardo Cabral (MDB-AM), e eu, enquanto governador,
detectando que estava na Constituição a origem da criação do chamado marajaísmo
— acúmulos de vantagens de anuênio,
biênio, quinquênio, decênio, isso tudo cumulativamente e mais alguns outros
pontos —, estive com o relator conversando para que esses artigos fossem
retirados do projeto. E, isso, nós conseguimos. Graças ao apoio do então
deputado e relator da Constituição. Foi um grande avanço. Mas, de lá para cá,
novos privilégios e novas formas de aumentar os ganhos ao final do mês foram
engendrados.
Quando o senhor estava na Comissão de Infraestrutura, tentou
fazer a meritocracia dos cargos nas agências reguladoras. Isso está valendo?
Como está hoje?
Está valendo e melhorou bastante. Inclusive, essas medidas
passaram a ser regra geral em todas as comissões. Estabelecemos, por exemplo,
para as agências reguladoras, uma série de exigências, demonstrando, com
diplomas e registros, a questão dos títulos, a capacidade realmente funcional
daquele indicado para exercer o mandato para o qual estava sendo cogitado.
Melhorou muito, porque isso foi uma peneira. Não era qualquer nome que podia
chegar lá. Mas é preciso um pouco mais. Me preocupa essa questão da indicação
porque está muito politizada. Apesar de todos esses requisitos que
estabelecemos, ainda existe briga
interna dentro do Congresso para saber quem vai indicar quem para determinada
agência. Precisa ser corrigido. A indicação pode ser, sim, política. Mas é
preciso estabelecer critérios. O “toma lá dá cá” é nefasto quando é feito a
qualquer preço, a qualquer custo. Isso, não pode. No regime parlamentarista,
como é constituída a maioria? É um “toma lá-dá-cá”? Sim, mas dentro dos
critérios. E assim é que se constrói a maioria.
Mas a população gostou quando o presidente escolheu o
governo e os ministros sem ouvir os partidos...
É, porque o que foi vendido foi o seguinte: não vamos ter
“toma lá dá cá”. Então, vou escolher os que achar conveniente. Isso, a
população gosta, acredita e diz: “Poxa vida, esse camarada é um super-homem.
Vai conseguir governar sem ouvir partido político, sem oferecer nada para que
eles possam se sentir representados no governo”. Ele deixa de ser um
super-homem quando chega ao final e a população verifica que tudo aquilo que
foi dito era uma antessala para realizar uma grande administração que não deu
em nada. O que a população deseja é ver um governo que funcione e dê respostas
positivas às expectativas. É fácil de dizer que não quer conversa com classe
política, mas não dá resultado nenhum. Então, é uma questão absolutamente
clara, nítida, cristalina: governo que não compõe, que não constrói a sua
maioria, não governa, não dura.
Existe semelhança entre o PSL e o PRN (partido de Collor
enquanto presidente)?
Sim. O eleitorado deu ao presidente, além da sua eleição, um
grupo de 53 deputados para, a partir desse núcleo, ele construir uma maioria.
Mas ele cria essa confusão enorme, agora entrando na Procuradoria-Geral da
República, pedindo para levantar as contas do partido, colocando uma série de
suspeições em relação ao presidente do partido (o deputado Luciano Bivar,
PSL-PE). Esse filme, repito, eu já vi.
O presidente, nos momentos mais críticos, coloca em xeque a
questão da democracia, de valores constitucionais importantes. Acha que a
democracia do Brasil corre risco?
Eu vejo com uma apreensão certas manifestações que são
claramente dadas pelos filhos. Eventualmente, pelo próprio presidente da República,
em menor intensidade, sobre esse questionamento do regime democrático, de que
não funciona se nao for uma ditadura, se não for um regime forte.
Fala-se até no AI-5 (um dos piores períodos da ditadura
militar) com uma tranquilidade enorme…
Falado dessa forma, isso nos coloca com uma pulga atrás da
orelha. Porque não é qualquer pessoa que está falando. É alguém como um de seus
filhos.Um deles tem a senha do seu Twitter, portanto, uma pessoa da mais
estrita confiança, que, além dos laços familiares, compartilha a mais absoluta
confiança sobre o pensamento político dele. Então, num momento assim, vale
dizer, que é o próprio presidente da República tuitando. Esse tipo de ameaça,
afirmação ou divagação tem que acabar de uma vez por todas. Estamos vivendo num
regime democrático, uma democracia com sobressaltos, mas uma democracia
moderna. Declarações desse tipo, ameaças desse tipo, elucubrações desse tipo,
não cabem realmente no momento atual em que vivemos, nem em momento nenhum.
O senhor acha que o país está preparado para o
parlamentarismo? É uma saída?
O presidencialismo é a carroça do sistema político
brasileiro. O regime parlamentarista, contrariamente ao presidencialista — que
traz no seu bojo o vírus da ingovernabilidade, porque de seis em seis meses
temos uma crise —, traz no seu bojo o germe da governabilidade, da convivência
política, não interferindo na administração do país. A questão da
governabilidade fica muito explícita quando há uma mudança de governo dentro do
sistema parlamentarista. Se um primeiro-ministro perde a maioria, cai o
gabinete. Se cai o gabinete, o país continua funcionando. Demora-se aí... Veja
Israel, tem quase dois meses que estão trabalhando nessa questão, e o país
continua funcionando normalmente. Eu sou parlamentarista porque entendo que
esse sistema evita crises de governabilidade. Continua depois da publicidade
Por que defende a Lei de Abuso de Autoridade? Por que
defende a Lei de Abuso de Autoridade?
Porque eu sou vítima do abuso de autoridade. Quem é vítima
de abuso de autoridade, naturalmente, está vacinado contra isso. É preciso
colocar freios nessa corrida alucinada onde certas instituições estão se
arvorando em direitos que a Constituição não confere, mas que, por um acordo
tácito, as outras instituições ficam aceitando. Então, é necessário dar-se,
sim, um freio ao abuso que certas autoridades cometem no exercício das suas
funções.
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