Bolívia aprova lei para realizar novas eleições sem Evo
Morales
Idas às urnas devem realizadas dentro de um período máximo
de 120 dias após a configuração do novo TSE e dos tribunais regionais
eleitorais
O Globo, com agências internacionais
24/11/2019 - 13LA PAZ — A presidente interina da Bolívia,
Jeanine Áñez, promulgou neste domingo a lei para convocar novas eleições gerais
e excluir o ex-presidente exilado Evo Morales da próxima disputa, depois de um
mês de protestos com 32 mortos. Em ato na sede do governo, a presidente assinou
o chamado "Regime Excepcional e Transitório para a realização de Eleições
Gerais", após aprovação unânime no Congresso bicameral no sábado.
— Chegamos a este dia com a satisfação do dever cumprido,
porque esse é o principal objetivo do meu governo: novaO acordo alcançado no
Congresso, com mediação da Irega Católica e de oganizações internacionais,
permite que a Bolívia busque uma saída para sua pior emergência política em
duas décadas, desta vez sem Morales como alternativa — algo inédito desde 2002. Exilado no México, o
líder de esquerda tornou-se presidente em 2005 e foi reeleito em 2009 e 2014.
Em 20 de outubro, obteve um novo mandato no processo questionado que
desencadeou a crise.
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Latina. Ao assinar O GLOBO, você tem acesso a todo esse conteúdo.s eleições no
menor tempo possível — disse Áñez durante a cerimônia.
A lei cancela as controversas eleições nas quais Morales foi
reeleito em 20 de outubro — rejeitadas pela oposição sob acusação de fraude,
levando a protestos nas ruas que culminaram com a renúncia do então presidente,
sob pressão dos militares e da polícia. A OEA acabou endossando as suspeitas ao
detectar irregularidades na votação.
As regras aprovadas com o apoio do Movimento ao Socialismo
(MAS), partido de Morales, preveem a renovação do Supremo Tribunal Eleitoral
(TSE), o registro de eleitores e a participação de todas as forças políticas.
No entanto, Morales e seu ex-vice-presidente, Álvaro García Linera, foram
proibidos de ser candidatos. A nova autoridade eleitoral será responsável por
fixar a data das eleições gerais, que devem ser realizadas dentro de um período
máximo de 120 dias após a configuração do novo TSE e dos tribunais regionais
eleitorais, o que deve ocorrer dentro de três semanas.
Morales foi excluído de acordo com um artigo da Constituição
— ratificado pela nova lei — que proíbe a reeleição após do:01 /
Atualizado em 24/11/2019 - 14:46Chegamos a este dia com a satisfação do dever
cumprido, porque esse é o principal objetivo do meu governo: novas eleições no
menor tempo possível — disse Áñez durante a cerimônia.
A lei cancela as controversas eleições nas quais Morales foi
reeleito em 20 de outubro — rejeitadas pela oposição sob acusação de fraude,
levando a protestos nas ruas que culminaram com a renúncia do então presidente,
sob pressão dos militares e da polícia. A OEA acabou endossando as suspeitas ao
detectar irregularidades na votação.
As regras aprovadas com o apoio do Movimento ao Socialismo
(MAS), partido de Morales, preveem a renovação do Supremo Tribunal Eleitoral
(TSE), o registro de eleitores e a participação de todas as forças políticas.
No entanto, Morales e seu ex-vice-presidente, Álvaro García Linera, foram
proibidos de ser candidatos. A nova autoridade eleitoral será responsável por
fixar a data das eleições gerais, que devem ser realizadas dentro de um período
máximo de 120 dias após a configuração do novo TSE e dos tribunais regionais
eleitorais, o que deve ocorrer dentro de três semanas.
Morales foi excluído de acordo com um artigo da Constituição
— ratificado pela nova lei — que proíbe a reeleição após dois mandatos.
Ele tentou modificar essa regra por meio de um referendo, que acabou perdendo, em 2016. Foi a Justiça
que lhe permitiu concorrer nas últimas eleições.
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