
BRASIL
Procuradoria
em Brasília convo A Procuradoria da República no Distrito Federal quer ouvir o
ex-ministro Antônio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil),
delator da Operação Lava Jato, sobre ‘irregularidades nos fundos de pensão
estatais’. A força-tarefa da Operação Greenfield pediu autorização ao juiz
Danilo Pereira Júnior, da 12, ª Vara Federal de Curitiba – Execução Penal –
para que Palocci se desloque a Brasília nos dias 7, Palocci foi condenado a 9
anos e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em setembro de
2016, ele foi preso na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. Para se
livrar da prisão, ele fechou acordo de delação com a Polícia Federal,
homologado pelo desembargador Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4).
No dia 29 de
novembro, o ex-ministro deixou a prisão dois anos e três meses depois de detido
para cumprir pena provisória em regime prisional semiaberto domiciliar, com
tornozeleira eletrônica.
8 e 9 de
janeirca A investigação da Greenfield mira ilícitos contra fundos de pensão –
principalmente Funcef, Petros e Previ – , o FGTS e fraudes e desvios na Caixa.
A
força-tarefa iniciou sua apuração em 2016, com a elaboração de um plano de
investigação no começo daquele ano e a execução da operação em setembro. Em
agosto de 2018, os procuradores informaram, em relatório à Procuradoria-Geral
da República, que os potenciais prejuízos dos casos alvo da operação chegam a
R$ 54 bilhões.
A
Procuradoria relata ‘a existência de tratativa de se firmar um acordo de
colaboração premiada’ com o ex-ministro.
O que
Palocci disse à Polícia Federal sobre os fundos de pensão
Palocci para delatar fundos de pensão À PF, o
ex-ministro relatou suposta atuação criminosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva para viabilizar o projeto de nacionalizar a indústria naval e
arrecadar recursos para ‘quatro ou cinco’ campanhas do PT – em especial, a
primeira eleição de Dilma Rousseff, em 2010 –, a reboque da descoberta do
pré-sal.
Segundo o
delator, Lula e Dilma teriam determinado indevidamente a cinco ex-dirigentes
dos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), da Caixa Econômica Federal
(Funcef) e da Petrobrás (Petros), indicados aos cargos pelo PT, que
capitalizassem o ‘projeto sondas’. Cinco ex-dirigentes de fundos de pensão
foram citados.
A operação
financeira, que resultou na criação da Sete Brasil, em 2010, buscava viabilizar
a construção no Brasil dos navios-sonda – embarcações que perfuram os poços de
petróleo – para a Petrobrás explorar o pré-sal. A estatal anunciara em 2008 que
precisaria de 40 equipamentos – no mundo, existiam menos de 100. “Dentro desse
investimento, tinha todo ilícito possível”, afirmou o ex-ministro, em
depoimento à PF. Palocci citou ‘reuniões’ de Lula com os representantes dos
fundos, ‘muitas vezes em conjunto’, outras separadamente. A delação forneceu à
PF pistas para confirmação dos encontros, alguns em ‘reuniões oficiais’ com
atas. O ex-ministro afirmou ter alertado Lula sobre os riscos, por não serem
‘atas de reuniões, mas sim relatos de ilícitos’.
O delator disse
ter sido procurado por ex-dirigentes dos fundos, que demonstraram
‘preocupação’. “Eles pediam para que eu ajudasse a tirar a pressão do Lula e da
Dilma para que eles pudessem ter tempo de avaliar o projeto e fazer (os
investimentos) de forma adequada.” Segundo Palocci, ‘o presidente reagia muito
mal’. “Ele (Lula) falava ‘quem foi eleito fui eu, ou eles cumprem o que eu
quero que façam ou eu troco os presidentes’.”
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