Mais de 500
pessoas celebram Natal na Vigília Lula Livre
Celebração em
solidariedade ao ex-presidente contou com apresentações culturais, ato
inter-religioso e ceia coletiva.
25 "A
injustiça feita a um é uma ameaça para todos". Lembrando as palavras do
filósofo francês Montesquieu, a catarinense Agda Rezzadori explica o motivo
pelo qual decidiu passar o Natal na Vigília Lula Livre, em Curitiba.
Vinda de
Florianópolis, com esposo e filho, especialmente para o Natal na Vigília, ela
conta que conheceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um comício em
Taubaté (SP), em 1982, e percebeu que “Lula tinha um brilho e falava com o
coração”.
Nesta véspera
de Natal (24), o ex-presidente Lula completa 262 dias preso na Superintendência
da Polícia Federal. Do lado de fora da PF, mais de 500 pessoas vindas de
diferentes estados do Brasil se reuniram para uma celebração natalina em
solidariedade ao ex-presidente, que não pôde receber nenhuma visita no feriado.
“O mundo está
nos olhando graças ao Lula. Se não fosse o Lula, nós estaríamos abandonados.
Nós temos aqui a nossa chama de esperança. Nós não acreditamos nessa Justiça
que está aí, no que foi feito com ele. A gente quer a verdade. A gente não quer
deixar que Lula caia no esquecimento”, afirmou Agda.
A programação
de Natal da Vigília começou cedo, com apresentação de coral da cidade de
Recife. Ao longo do dia, houve várias apresentações culturais, além das
saudações ao ex-presidente Lula. Entre caravanas e viagens individuais,
chegaram pessoas de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro, Brasília, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Pará, entre outras.
Reforço na
luta
Entre as
lideranças presentes no ato estava o militante Flávio Jorge, da Coordenação
Nacional de Entidades Negras (Conen), que saiu em caravana de São Paulo para
passar o Natal na Vigília. Integrante do Movimento Negro há mais de 20 anos,
ele conta que foi a partir dos governos de Lula e Dilma Rousseff que a
população negra brasileira pôde “começar a ter dignidade”. Para Flávio, a
prisão de Lula se compara à qual foi vítima o líder sul-africano Nelson
Mandela, que construiu sua história de vida baseada na dedicação à libertação
de seu povo.
“Não há como
lutar contra o racismo, contra o genocídio da juventude negra, não há como
lutar contra o encarceramento da população negra, no Brasil, sem estar lutando
pela liberdade de Lula neste momento”, disse.
Compareceram
no dia de hoje também o deputado federal Pedro Uczai (SC), Sérgio Nobre,
secretário-geral da CUT; Dr Rosinha, presidente do PT Paraná, a ex-senadora
Ideli Salvatti (ES), entre outros nomes.
Durante todo
o dia, o terreno da Vigília foi revestido de mística pela liberdade de Lula. O
coletivo de juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
produziu uma intervenção artística representando a justiça e a democracia,
cercadas por arames farpados, sob controle do Poder Judiciário. Ao lado, uma
árvore com palavras como “justiça social”, “amor” e “educação”, representava a
esperança de um Brasil democrático. Pela noite, foi celebrado um ato
inter-religioso, seguido por uma ceia, produzida coletivamente com alimentos
doados à Vigília. Os apoiadores presentes gritaram por treze vezes “Feliz Natal
presidente Lula”.
A irmã Inês
Pereira, da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José, de Curitiba,
frequenta a Vigília Lula Livre todos os domingos, quando são celebrados atos
ecumênicos. Neste Natal, participando da celebração na Vigília, irmã Inês disse
ter sentido renovadas as esperanças por um mundo mais fraterno e solidário.
“Renova em
nós esse desejo de que o mundo possa suspirar com esperança, para que a justiça
e a democracia sejam palavras de ordem. Nesse Natal, nosso presente seria a
justiça, a democracia, a solidariedade, a paz, que todos nós sejamos irmãos e
irmãs”, pontuou.
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