No fim de 2016 entrou em operação o maior empreendimento
mineral da Vale em solo brasileiro, situado na Serra Sul, o chamado S11D,
localizado no município de Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, vem alegrando a
mineradora Vale desde quando iniciou o seu processo de operação.
O projeto é na verdade um grande complexo que incluí:
mina, usina, logísticas ferroviária e portuária. O valor total investido para
que o promissor projeto se tornasse realidade foi de 14,3 bilhões de dólares. O
desenvolvimento de produção sempre surpreendeu até mesmo os engenheiros que
produziram os mais detalhados prognósticos referentes aos níveis de operação e
continuam a se surpreender positivamente com a velocidade das etapas atingidas
antes do tempo previsto.
Outro detalhe que vem chamando a atenção, e que deixa os
acionistas felizes, é o custo de produção. O valor para se retirar uma tonelada
de minério na Serra Norte, em Carajás, nas minas N4 e N5 é de US$ 13,5; já no
S11D gira em torno de US$ 9,2 com a estimativa que, em 2020, esse valor não
ultrapasse US$ 7,7. Portanto, quase a metade do que se gasta em produção por
tonelada em Carajás, em sua Serra Norte.
Segundo as projeções da Vale, em 2018, a produção
chegaria a 55 milhões de toneladas. Para o ano seguinte, estimasse que possa
chegar a 80 milhões, com o teto estimado de produção de 90 milhões de
toneladas, em 2020, quando atingirá o seu ápice; volume que a produção na Serra
Norte levou quase duas décadas para atingir. Porém, todas essas projeções já
não servem de parâmetro. O S11D a cada relatório mostra e mostrará cada vez
mais a sua força. Não, por acaso, tornou-se o “rei” dentro do tabuleiro de xadrez
da Vale.
Isso é confirmado pela entrevista de Peter Poppinga,
diretor-executivo da Vale, ocasião em que afirmou que a mineradora está
avaliando a expansão do seu projeto na Serra Sul, em Canaã dos Carajás, para
atender o mercado chinês, que voltou a requerer cada vez mais minério de ferro.
E não só isso, os chineses não querem só quantidade, e sim qualidade, minério
de maior e melhor teor, que só é encontrado na região sudeste do Pará. Maior
consumidora global de minério utilizado na produção de aço, a China aumentou
suas compras de minério de ferro de melhor qualidade, sendo menos poluente em
sua transformação industrial, em meio a sua batalha das autoridades chinesas
contra a poluição em suas cidades.
Por isso, para atender a retomada do aumento da demanda
por Ferro, a Vale já estuda a expansão do projeto S11D mesmo sem ainda ter
alcançado a plena capacidade da unidade, inaugurada em dezembro de 2016. Essa
estratégia vai de encontro ao que havia sido definido nos últimos balanços da
mineradora: expansão dos negócios mirando oportunidades de fusões, aquisições e
estratégias para diversificar seu portfólio, buscando
O projeto S11D está sendo o instrumento mais importante para
a recomposição do caixa da mineradora, todavia, pesados investimentos no projeto,
que extrai minério de ferro de elevado teor, aumentaram as dívidas da Vale nos
últimos anos, o que coincidiu ainda com uma forte queda nos preços do minério
de ferro. Poppinga afirmou que a produção de minério de ferro do S11D deve
ficar próxima de 90 milhões de toneladas no próximo ano, ante cerca de 60
milhões de toneladas atualmente, antecipando em um ano o atingimento do pico de
produção, planejado para 2020. Segundo o executivo, a Vale pretende manter sua
produção total em cerca de 400 milhões de toneladas, substituindo minério de
ferro de menor qualidade pelo material de alto teor.
A frase dita em solo chinês pelo citado executivo da Vale,
resume o novo direcionamento da companhia e sua estratégia: “Nós não estamos
atrás de participação no mercado, nós estamos atrás de valor e não de volume”.
Portanto, sem rodeios, está claro que a Vale, a partir de agora, quer aumentar
as suas receitas, não mais tendo como base o volume comercializado (batendo
recordes a cada ano, pelo aumento da produção), e sim em qualidade no volume,
através da comercialização do mais alto teor de minério. A China como maior
compradora de minério do planeta, define as suas estratégias internas e
consequentemente pauta o mercado internacional. A nova estratégia da Vale é um
exemplo disso, e o S11D é a fonte de riqueza de longe com o melhor
custo-benefício. Chegou a hora da pujança gerada pela Serra Sul ser uma
realidade; já a Serra Norte, nas minas em operação, o futuro não é nada
animador, sobretudo, agora, com o direcionamento chinês que a Vale terá que
seguir.
Fonte: Blog do Branco
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