Como foi a primeira entrevista de Lula após a prisão
política
Ex-presidente concedeu duas horas de entrevista aos
jornalistas Mônica Bergamo e Florestan Fernandes
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde
7 de abril de 2018 na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba, concedeu na manhã desta sexta-feira (26) sua primeira entrevista à
imprensa. A jornalista Mônica Bergamo, pela Folha de S. Paulo, e o jornalista
Florestan Fernandes Júnior, pelo El País, entrevistaram a Lula durante duas
horas.
Após a conversa, a jornalista Mônica Bergamo afirmou que “o
presidente estava bem” e que falou sobre como está na prisão e sobre assuntos
da política nacional e internacional. O ex-presidente, ainda segundo Bergamo,
teria feito sua avaliação sobre o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Os
jornalistas também fizeram fotos e vídeos durante a entrevista.
Tanto Bergamo quanto Fernandes Júnior elogiaram o
atendimento na sede da PF. A jornalista da Folha de S. Paulo declarou também
que a possibilidade de entrevistar o ex-presidente Lula na prisão deveria ser
tratada como “algo mais natural”. “Tivemos que ir à justiça para garantir esse
o que já deveria ter sido concedido há bastante tempo, mas finalmente agora
fizemos a entrevista”, argumentou Bergamo.
Na semana passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, suspendeu a decisão do ministro Luiz Fux que proibia Lula
de conceder qualquer entrevista enquanto estivesse detido. Após a decisão, a PF
divulgou um despacho afirmando que permitiria a presença de uma plateia de
jornalistas na entrevista, em número que a sala de entrevistas comportasse com
segurança, alegando querer atender aos inúmeros pedidos de entrevista que
chegaram após a decisão do STF.
Entretanto, ainda na quinta-feira (25), o ministro Ricardo
Lewandowski decidiu que somente o jornal Folha de S. Paulo e o jornalista
Florestan Fernandes Júnior, que haviam tido seus pedidos de entrevista negados
pela justiça ainda em outubro de 2018, durante o período eleitoral, poderiam
entrevistar Lula.
A decisão de Lewandowski, relator do caso, correspondeu
também à vontade dos advogados do ex-presidente que requisitaram que Lula
concedesse às entrevistas de modo reservado e somente aos jornalistas com os
quais desejasse conversar.
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