quinta-feira, 13 de abril de 2023

Sob gritos de “fujão”, ministro Flávio Dino deixa reunião na Comissão de Segurança Desde o princípio, deputados da base de governo fizeram provações aos deputados de oposição Publicado em 11/04/2023 às 20:38 Reunião foi marcada por confusão desde o início para ouvir o ministro da Justiça Flávio Dino Brasília – Acabou em confusão e bate-boca entre deputados da base de governo e da oposição nesta terça-feira (11), a reunião que convidou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para prestar esclarecimentos sobre vários assuntos relacionados a pasta. Sem conseguir conter os ânimos alterados dos deputados, o presidente da comissão, deputado Sanderson (PL-RS), decidiu encerrar a reunião e Dino se retirou. No início da reunião, com a sala lotada e com número restrito de assessores e jornalistas com permissão de acesso à sala no corredor das comissões, o presidente do colegiado pediu cortesia aos deputados, que não interrompesse quem estivesse com a palavra e menos “lacração”. O pedido foi em vão e o clima de divergências predominou. Sanderson ameaçou cortar o áudio de microfones e alertou diversas vezes que Dino poderia deixar a sessão ante o bate-boca recorrente. Nada adiantou e a reunião foi encerrada. Dep. Fed. Delegado Éder Mauro exibiu um cartaz com os fuzis que os bandidos compram sem perguntar ao Estado se pode ou não O deputado federal Delegado Éder Mauro (PL-PA) chegou a perguntar ao ministro se ele achava correto as armas serem proibidas de serem portadas por pessoas que cumpriram todos os requisitos legais para obter o porte de arma, uma vez que nos territórios dominados pelo crime organizado o armamento entra ilegalmente e as forças de segurança do Estado não conseguem entrar nessas áreas para tentar apreendê-las, beneficiando a bandidagem. “Deputados de ‘extrema-direita’ querem violência e não um debate sério com o governo”, reclamou Dino aos jornalistas depois da reunião encerrada. O ministro foi chamado de “fujão” por congressistas depois de a reunião na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado ter sido encerrada por causa da discussão entre os deputados. “As pessoas que aqui estão, esses deputados de extrema-direita, não querem debate sério, eles querem apenas violência, agressões. E essa é a razão pela qual o presidente [da comissão, deputado Sanderson,] achou por bem encerrar a sessão”, disse o ministro. Segundo Dino, o “tumulto generalizado” motivou o encerramento da sessão. Foi a segunda vez que ele compareceu em uma audiência na Câmara encerrada de forma abrupta. A primeira foi na Comissão de Constituição e Justiça e também acabou devido aos embates desde o começo. “Retornarei quantas vezes for necessário. Agora, obviamente, para um debate adequado e não esse tipo de agressões que se estabeleceram aqui”, disse Dino. O ministro fez um apelo aos presidentes da Câmara e do Senado para que o regimento e o decoro parlamentar sejam respeitados nas audiências. “Não é possível que uma autoridade do Poder Executivo, sendo membro do Congresso Nacional, não consiga vir a uma comissão e se estabeleça um clima de agressão generalizada por parte de extremistas, que são os mesmos que alimentam o ódio que resultou no 8 de Janeiro […] e em chacinas; os mesmo que descriminam o povo simples e humilde das favelas, dos bairros populares; os mesmo que estão incentivando atos de violência em escolas. É esse comportamento que instiga o crescimento da violência”, disse. Flávio Dino deixou a reunião sem responder aos requerimentos que o convidaram para esclarecer sobre como serão as mudanças na política de controle de armas do governo federal; explicar as ações adotadas no âmbito de seu ministério e do governo após os ataques ocorridos no dia 8 de janeiro; esclarecer a visita que fez ao Complexo da Maré, no último dia 13, e as manifestações de discriminação social e racial e criminalização da pobreza relacionadas ao episódio; além de falar sobre as invasões de terras ocorridas nos últimos meses.

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