Pesquisadores foram convidados para discutir plano de
vacinação, mas 'sem poder de decisão', diz ministério
Pesquisadores que assessoraram pasta afirmam não terem sido
consultados antes de envio de plano de vacinação ao STF; pasta O Ministério da
Saúde divulgou nota neste domingo (13) na qual afirma que pesquisadores que
tiveram os nomes citados no plano nacional de vacinação do governo contra a
Covid-19 foram convidados a participar, mas “sem poder de decisão na
formalização do plano”.
Um grupo de 36 pesquisadores divulgou neste sábado (12) uma
nota conjunta em que diz não ter sido consultado sobre o plano, mas são
listados como colaboradores. Os pesquisadores dizem que o material não foi
apresentado previamente e não obteve a anuência dos integrantes do grupo.
Segundo o ministério,- os profissionais citados no documento
são técnicos convidados, “envolvidos de alguma forma, técnica e cientificamente
com alguns dos eixos de discussão do plano de vacinação”. “Vale destacar que os
convidados especiais foram indicados Programa Nacional de Imunizações para
participarem de debates, com cunho opinativo e sem qualquer poder de decisão”,
diz o ministério (leia a íntegra ao final).diz que profissionais citados foram
convidados para debates. Os cientistas relatam que haviam solicitado uma
reunião sobre o plano e manifestado preocupação pela retirada do planejamento
"de grupos prioritários" e pela "não inclusão de todas as
vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes".
O grupo de pesquisadores reiterou, também no sábado,
recomendação técnica para que todas as populações vulneráveis, inclusive a
carcerária, sejam inseridas na prioridade de vacinação. Além da ampliação dos
grupos prioritários de forma a abranger todos os trabalhadores de educação e de
áreas essenciais.
A pasta afirma que os grupos prioritários previstos no plano
representam a população mais vulnerável. “Todos os demais poderão ser
imunizados após imunização dos grupos especificados como prioritários, que
merecem maior atenção diante da maior vulnerabilidade à doença e suas
consequências, inclusive de morte”, afirma.
O plano
O "Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19", assinado pelo Ministério da Saúde, tem a data do dia
10 de dezembro. O documento foi anexado na noite desta sexta-feira (11) às
ações – apresentadas por partidos – que tramitam no STF e que cobram o planejamento
da vacinação da população.
O material prevê a disponibilização de 108,3 milhões de
doses para mais de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários, divididos em
quatro fases.
O documento, entretanto, não apresenta uma data para o
início da vacinação dos integrantes desses grupos, que incluem profissionais de
saúde e idosos, entre outros (veja as fases abaixo).
Uma nota técnica, que acompanha o plano encaminhado ao
Supremo, diz que a previsão é vacinar esses grupos prioritários ao longo do
primeiro semestre de 2021.
Leia a íntegra da nota do ministério a seguir:
"O Ministério da Saúde esclarece que os profissionais
citados pelo Executivo no Plano de Imunização contra a Covid-19 são técnicos
escolhidos como convidados. Fazem parte dos convidados representantes do
Conass, Conasems, de segmentos do Poder Público, Autarquias, da Comunidade
Científica e da própria sociedade, oriundos de instituições públicas e
privadas, envolvidos de alguma forma, técnica e cientificamente com alguns dos
eixos de discussão do plano de vacinação.
Vale destacar que os convidados especiais foram indicados
Programa Nacional de Imunizações para participarem de debates, com cunho
opinativo e sem qualquer poder de decisão na formalização do Plano de
Imunização contra a Covid-19, conforme previsto na Portaria Gab 28, de 3 de
setembro de 2020, que Institui a Câmara Técnica Assessora em Imunização e
Doenças Transmissíveis.
O Plano de Imunização contra a Covid-19 traz as diretrizes
básicas frente à pandemia que atinge o Brasil e o mundo e, de fato não
apresenta data exata para vacinação, ante a inexistência no mercado nacional de
um imunobiológico eficaz e seguro, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
O Ministério da Saúde informa que apresentar uma data,
especificar um imunobiológico e apresentar informações sem a devida
identificação de uma vacina aprovada pela Anvisa, não condiz com as práticas de
segurança e eficiência do Programa Nacional de Imunizações da pasta, que não
trabalha com fulcro em especulações desprovidas de confirmações técnicas e
científicas.
Cabe esclarecer ainda, que todo plano de vacinação, não
apenas da Covid-19, mas, de qualquer vacina que combata uma doença, elenca um
grupo de pessoas mais vulneráveis. No caso da vacinação contra a Covid-19, o
PNI contemplou como sendo grupo mais vulnerável na primeira fase de vacinação:
os idosos de 75 anos e mais, profissionais de saúde, idosos de 60 ou mais
institucionalizados e a população indígena; nas demais fases traz as pessoas de
69 a 74 anos, indivíduos com comorbidades, professores, trabalhadores das forças
de segurança e salvamento e os funcionários do sistema prisional, o que
totaliza aproximadamente 3.339.352 possíveis imunizados.
Todos os demais poderão ser imunizados após imunização dos
grupos especificados como prioritários, que merecem maior atenção diante da
maior vulnerabilidade à doença e suas consequências, inclusive de morte.
Vale lembrar que se trata de um plano de vacinação
emergencial que necessariamente precisa acompanhar as especificações da vacina
que venha a ser aprovada pela Anvisa, ainda não disponível no mercado nacional
de imunobiológicos.
Contudo, o Plano de Imunização contra a Covid-19 foi
formalizado pelo Programa Nacional de Imunizações, cuja credibilidade das ações
desenvolvidas são reconhecidas em todo o mundo, muito respeitado pela sociedade
brasileira e por autoridades científicas nacional e internacional, o que sem
dúvida, é um esteio e segurança de que o ora apresentado é o mais eficaz e
pertinente no atual momento de combate à Covid-19 no Brasil."
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