domingo, 13 de dezembro de 2020

 

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

As famílias do Assentamento Pau Brasil preservam mais de 800 pés da espécie nativa em área de reformaA árvore da espécie pau-brasil é guardada pelas famílias assentadas no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Pau Brasil

No dia 7 de março de 2009, quando as famílias Sem Terra do Assentamento Pau Brasil, no extremo sul da Bahia, receberam a emissão de posse do território, elas assumiram um compromisso: viver em harmonia com a Mata Atlântica, preservando a sua biodiversidade.

Através desse compromisso com a terra, a água e a vida, os trabalhadores sem terra deixaram de ser apenas agricultores para também tornarem-se guardiões da floresta onde vivem, na zona rural do município de Itamaraju, próximos à BR-101.

Famílias do Assentamento assumiram o compromisso de cuidar do patrimônio natural do território

O bioma da Mata Atlântica abrange 17 territórios nacionais e hoje restam apenas 12% da floresta que existia originalmente. Todas as famílias assentadas assumiram o compromisso de cuidar e preservar dessa área ambiental e, principalmente, as espécies nativas e históricas existentes.

Dentre as espécies nativas, uma que merece atenção, por ter sido tão explorada a ponto de se tornar rara – o pau-brasil – é também a árvore-símbolo do Assentamento. Não é por acaso: o Assentamento Pau Brasil é o recordista em população de árvores dessa espécie em todo o país. Em um trabalho de identificação de área, realizado em 2010, foram registradas mais de 800 árvores de pau-brasil.

Entre os indivíduos de pau-brasil residentes do Assentamento, está a Árvore Rei, a maior e mais antiga árvore de pau-brasil do país, com mais de 600 anos e 7,13 metros de circunferência do tronco. Também foram reconhecidas outras espécies centenárias e nativas do território do Assentamento, como pequi, jacarandá, sapucaia e oiti.

Para Cláudia Vicente, agricultora e guardiã, “a conquista deste assentamento traz para nós as responsabilidades de produzir de forma agroecológica e de preservar a Mata Atlântica, de viver em harmonia com a natureza, com as árvores, com a floresta. A sociedade precisa conhecer o papel da Reforma Agrária na preservação e no cuidado do nosso patrimônio histórico. É por isso que, além de agricultores e militantes, viramos guardiões da floresta que cerca nosso assentamento.”

Por se localizar dentro de uma área de preservação de floresta nativa de Mata Atlântica, o território é, oficialmente, um Projeto de Assentamento Sustentável (PDS). Nesse formato, há o compromisso das pessoas em preservar as riquezas vegetais e vitais da área de preservação. As famílias organizam-se economicamente por meio de atividades agroecológicas, como produção de alimentos nos quintais produtivos, venda de cacau cabruca e coleta de sementes.

Coleta de sementes é uma das atividades socioambientais promovidas pelos assentados do PDS Pau Brasil, no extremo sul da Bahia

O grupo de coletores de sementes do assentamento conta com a contribuição do Programa Arboretum, com objetivo de formação dos agricultores para identificação, manejo, coleta e distribuição das sementes.

Para além dos companheiros do Pau Brasil, o Movimento Sem Terra na Bahia também firmou um compromisso: plantar mais de 1 milhão de árvores nos próximos 10 anos. Esse compromisso faz parte da campanha nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, com a proposta de que famílias acampadas e assentadas plantem 100 milhões de árvores em todo Brasil nos próximos 10 anos. No extremo sul da Bahia, o MST plantou, somente em 2020, mais de 200 mil mudas de árvores nativas e frutíferas.

 

*Editado por Ludmilla Balduino

 

Última notícias

Em memória de Orlando e Rodrigo, cultivamos a vida!

MST lamenta falecimento do professor e companheiro Rafael Navas

MST lamenta falecimento do professor e companheiro Rafael Navas

Em semana histórica, MST reafirma a luta por direitos humanos no Brasil

Em semana histórica, MST reafirma a luta por direitos humanos no Brasil

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

Após despejos e ameaças, Sem Terra têm decisão favorável da Justiça pela reforma agrária – e governo não cumpre

Após despejos e ameaças, Sem Terra têm decisão favorável da Justiça pela reforma agrária – e governo não cumpre

Lançada em SP primeira loja on-line de produtos do MST

O bioma da Mata Atlântica abrange 17 territórios nacionais e hoje restam apenas 12% da floresta que existia originalmente. Todas as famílias assentadas assumiram o compromisso de cuidar e preservar dessa área ambiental e, principalmente, as espécies nativas e históricas existentes.

 

Dentre as espécies nativas, uma que merece atenção, por ter sido tão explorada a ponto de se tornar rara – o pau-brasil – é também a árvore-símbolo do Assentamento. Não é por acaso: o Assentamento Pau Brasil é o recordista em população de árvores dessa espécie em todo o país. Em um trabalho de identificação de área, realizado em 2010, foram registradas mais de 800 árvores de pau-brasil.

 

Entre os indivíduos de pau-brasil residentes do Assentamento, está a Árvore Rei, a maior e mais antiga árvore de pau-brasil do país, com mais de 600 anos e 7,13 metros de circunferência do tronco. Também foram reconhecidas outras espécies centenárias e nativas do território do Assentamento, como pequi, jacarandá, sapucaia e oiti.

 

Para Cláudia Vicente, agricultora e guardiã, “a conquista deste assentamento traz para nós as responsabilidades de produzir de forma agroecológica e de preservar a Mata Atlântica, de viver em harmonia com a natureza, com as árvores, com a floresta. A sociedade precisa conhecer o papel da Reforma Agrária na preservação e no cuidado do nosso patrimônio histórico. É por isso que, além de agricultores e militantes, viramos guardiões da floresta que cerca nosso assentamento.”

 

 

Por se localizar dentro de uma área de preservação de floresta nativa de Mata Atlântica, o território é, oficialmente, um Projeto de Assentamento Sustentável (PDS). Nesse formato, há o compromisso das pessoas em preservar as riquezas vegetais e vitais da área de preservação. As famílias organizam-se economicamente por meio de atividades agroecológicas, como produção de alimentos nos quintais produtivos, venda de cacau cabruca e coleta de sementes.

 

 

Coleta de sementes é uma das atividades socioambientais promovidas pelos assentados do PDS Pau Brasil, no extremo sul da Bahia

O grupo de coletores de sementes do assentamento conta com a contribuição do Programa Arboretum, com objetivo de formação dos agricultores para identificação, manejo, coleta e distribuição das sementes.

 

Para além dos companheiros do Pau Brasil, o Movimento Sem Terra na Bahia também firmou um compromisso: plantar mais de 1 milhão de árvores nos próximos 10 anos. Esse compromisso faz parte da campanha nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, com a proposta de que famílias acampadas e assentadas plantem 100 milhões de árvores em todo Brasil nos próximos 10 anos. No extremo sul da Bahia, o MST plantou, somente em 2020, mais de 200 mil mudas de árvores nativas e frutíferas.

 

*Editado por Ludmilla Balduino

 

Última notícias

Em memória de Orlando e Rodrigo, cultivamos a vida!

MST lamenta falecimento do professor e companheiro Rafael Navas

MST lamenta falecimento do professor e companheiro Rafael Navas

Em semana histórica, MST reafirma a luta por direitos humanos no Brasil

Em semana histórica, MST reafirma a luta por direitos humanos no Brasil

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

Após despejos e ameaças, Sem Terra têm decisão favorável da Justiça pela reforma agrária – e governo não cumpre

Após despejos e ameaças, Sem Terra têm decisão favorável da Justiça pela reforma agrária – e governo não cumpre

Lançada em SP primeira loja on-line de produtos do MST

Lançada em SP primeira loja on-line de produtos do MST

Cestas de Natal com produtos da Reforma Agrária são comercializadas em todas as regiões do Brasil

Cestas de Natal com produtos da Reforma Agrária são comercializadas em todas as regiões do Brasil

Agrotóxicos e Violação de Direitos Humanos: comunidades rurais pulverizadas em MT

Agrotóxicos e Violação de Direitos Humanos: comunidades rurais pulverizadas em MT

2020: o ano do fim do mundo… como o conhecemos

2020: o ano do fim do mundo… como o conhecemos

MST denuncia despejos no campo durante a pandemia na Comissão de Direitos Humanos da OEA

MST denuncia despejos no campo durante a pandemia na Comissão de Direitos Humanos da OEA

Em memória de Orlando e Rodrigo, cultivamos a vida!

Em memória de Orlando e Rodrigo, cultivamos a vida!

MST lamenta falecimento do professor e companheiro Rafael Navas

Em semana histórica, MST reafirma a luta por direitos humanos no Brasil

Pau-brasil com mais de 600 anos é preservado por famílias Sem Terra em assentamento no extremo sul da Bahia

PreviousNext

RELACIONADAS

Terra Vista: produção de chocolate orgânico e gourmet do MST na Bahia é fruto de inovação produtiva

23 de novembro de 2020

MST faz mutirão de plantio de 300 árvores nativas da Mata Atlântica em Pernambuco

13 de novembro de 2020

Criação de cabras é setor em desenvolvimento no sertão e semiárido nordestino

5 de novembro de 2020

Em parceria com movimentos populares, MST doa 5 mil toneladas de alimento na Paraíba

17 de outubro de 2020

Com a pandemia, MST no Nordeste adota comércio online de cestas agroecológicas



 Assim como em outras cidades do Estado do Pará, como Marabá, Canaã dos Carajás e a capital, Belém, o município de Parauapebas também ficará sem a sua tradicional festa de réveillon que acontece tradicionalmente na Praça de Eventos, no Bairro Cidade Nova, onde os munícipes se despedem do ano atual e recebem o ano novo com shows de artistas locais e nacionais também a queima de fogos.

Durante a tarde desta quinta-feira (10), a equipe de reportagens do Portal Pebinha de Açúcar conversou com o atual secretário municipal de Cultura de Parauapebas, Sadisvan dos Santos Pereira, que foi questionado sobre a realização das festas de fim de ano deste ano e ele afirmou: “Até o momento, está cancelado, devido à pandemia”.

 

Justiça bloqueia R$ 268 milhões de investigados por garimpo ilegal no Pará

Ação é resultado da Operação Ouro Frio, da PF e A Justiça Federal ordenou o arresto e bloqueio de cerca de R$ 268 milhões em bens do espólio de investigado que faleceu no curso das investigações, proprietário de empresa Piquiatuba Táxi Aéreo, de Santarém no Oeste do Pará, para garantir o ressarcimento por crimes ambientais pelos quais o empresário era investigado.

A medida cautelar (instrumento processual utilizado para preservar o resultado útil do processo, no caso, o ressarcimento de danos à coletividade) é decorrência da Operação Ouro Frio, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), que buscava desmontar esquema de extração ilegal de ouro de área de preservação ambiental. Durante a operação foram encontrados 14 quilos de ouro e mais de U$ 20 mil sem comprovação de origem ou declaração para a Receita Federal.

A Justiça Federal entendeu que há elementos substanciais de que o investigado promovia extração irregular de ouro fazendo uso sistemático da empresa, razão pela qual ela também é alvo das medidas. As investigações calculam que pelo menos 100 quilos de ouro foram comercializados pelo esquema entre 2015 e 2018.

PUBLICIDADE

NotíciasRelacionadas

PF combate desvio em contrato de R$103 milhões para hospital de campanha mineiro

Moraes mantém inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF

Além do bloqueio, foi determinada a suspensão das atividades da Piquiatuba Táxi Aéreo especificamente para o local de onde era extraído o ouro, conhecido como Garimpo do Limão (Fazenda do Limão). Também foram suspensas as Permissões de Lavra Garimpeiras (PLGs) que eram utilizadas para dar aparência de legalidade às transações.

Os valores bloqueados deverão assegurar a recuperação dos danos ambientais causados pela extração de cada quilo de ouro comercializado ilegalmente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Processo 1007952-78.2020.4.01.3902. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MPF no Pará)

Compartilhe:

Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)Clique para compartilhar no Pinterest(abre em nova janela)

Tags: garimpo ilegaljustiça federalMPFOperação Ouro FrioPFPiquiatuba Táxi Aéreo

 


Bolsonaro desautoriza Mourão e tem relação de adversário com o vice

Com uma série de vetos ao vice, Jair Bolsonaro desautoriza Hamilton Mourão em diversas ocasiões e está irritado com uma possível ideia do general se apresentar como uma alternativa de poder

13 de deze 247 - Jair Bolsonaro anda cada vez mais irritado com Hamilton Mourão e promove boicotes ao vice-presidente. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, no comando do Conselho da Amazônia, o general pretendia solicitar a Jair Bolsonaro que o escalasse para liderar a representação brasileira na COP-26, conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas) que será promovida em novembro, no Reino Unido.mbro de 2020, 08:46 h Atualizado em 13 de dezembro de 2020, 08:46 Segundo a reportagem, Bolsonaro tem evitado consultar Mourão sobre questões estratégicas, desautorizado de forma indireta declarações públicas do general e criticado em reservado a disposição do vice-presidente em responder a perguntas da imprensa sobre assuntos diversos, muitos sem relação com as suas atribuições no governo.

Mourão, entretanto, estaria tentando apaziguar a relação conturbada, com a expectativa de ser o representante na conferência do clima.


 

Pesquisadores foram convidados para discutir plano de vacinação, mas 'sem poder de decisão', diz ministério

Pesquisadores que assessoraram pasta afirmam não terem sido consultados antes de envio de plano de vacinação ao STF; pasta O Ministério da Saúde divulgou nota neste domingo (13) na qual afirma que pesquisadores que tiveram os nomes citados no plano nacional de vacinação do governo contra a Covid-19 foram convidados a participar, mas “sem poder de decisão na formalização do plano”.

Um grupo de 36 pesquisadores divulgou neste sábado (12) uma nota conjunta em que diz não ter sido consultado sobre o plano, mas são listados como colaboradores. Os pesquisadores dizem que o material não foi apresentado previamente e não obteve a anuência dos integrantes do grupo.

Segundo o ministério,- os profissionais citados no documento são técnicos convidados, “envolvidos de alguma forma, técnica e cientificamente com alguns dos eixos de discussão do plano de vacinação”. “Vale destacar que os convidados especiais foram indicados Programa Nacional de Imunizações para participarem de debates, com cunho opinativo e sem qualquer poder de decisão”, diz o ministério (leia a íntegra ao final).diz que profissionais citados foram convidados para debates. Os cientistas relatam que haviam solicitado uma reunião sobre o plano e manifestado preocupação pela retirada do planejamento "de grupos prioritários" e pela "não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes".

O grupo de pesquisadores reiterou, também no sábado, recomendação técnica para que todas as populações vulneráveis, inclusive a carcerária, sejam inseridas na prioridade de vacinação. Além da ampliação dos grupos prioritários de forma a abranger todos os trabalhadores de educação e de áreas essenciais.

A pasta afirma que os grupos prioritários previstos no plano representam a população mais vulnerável. “Todos os demais poderão ser imunizados após imunização dos grupos especificados como prioritários, que merecem maior atenção diante da maior vulnerabilidade à doença e suas consequências, inclusive de morte”, afirma.

O plano

O "Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", assinado pelo Ministério da Saúde, tem a data do dia 10 de dezembro. O documento foi anexado na noite desta sexta-feira (11) às ações – apresentadas por partidos – que tramitam no STF e que cobram o planejamento da vacinação da população.

O material prevê a disponibilização de 108,3 milhões de doses para mais de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários, divididos em quatro fases.

O documento, entretanto, não apresenta uma data para o início da vacinação dos integrantes desses grupos, que incluem profissionais de saúde e idosos, entre outros (veja as fases abaixo).

Uma nota técnica, que acompanha o plano encaminhado ao Supremo, diz que a previsão é vacinar esses grupos prioritários ao longo do primeiro semestre de 2021.

Leia a íntegra da nota do ministério a seguir:

"O Ministério da Saúde esclarece que os profissionais citados pelo Executivo no Plano de Imunização contra a Covid-19 são técnicos escolhidos como convidados. Fazem parte dos convidados representantes do Conass, Conasems, de segmentos do Poder Público, Autarquias, da Comunidade Científica e da própria sociedade, oriundos de instituições públicas e privadas, envolvidos de alguma forma, técnica e cientificamente com alguns dos eixos de discussão do plano de vacinação.

Vale destacar que os convidados especiais foram indicados Programa Nacional de Imunizações para participarem de debates, com cunho opinativo e sem qualquer poder de decisão na formalização do Plano de Imunização contra a Covid-19, conforme previsto na Portaria Gab 28, de 3 de setembro de 2020, que Institui a Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis.

O Plano de Imunização contra a Covid-19 traz as diretrizes básicas frente à pandemia que atinge o Brasil e o mundo e, de fato não apresenta data exata para vacinação, ante a inexistência no mercado nacional de um imunobiológico eficaz e seguro, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Ministério da Saúde informa que apresentar uma data, especificar um imunobiológico e apresentar informações sem a devida identificação de uma vacina aprovada pela Anvisa, não condiz com as práticas de segurança e eficiência do Programa Nacional de Imunizações da pasta, que não trabalha com fulcro em especulações desprovidas de confirmações técnicas e científicas.

Cabe esclarecer ainda, que todo plano de vacinação, não apenas da Covid-19, mas, de qualquer vacina que combata uma doença, elenca um grupo de pessoas mais vulneráveis. No caso da vacinação contra a Covid-19, o PNI contemplou como sendo grupo mais vulnerável na primeira fase de vacinação: os idosos de 75 anos e mais, profissionais de saúde, idosos de 60 ou mais institucionalizados e a população indígena; nas demais fases traz as pessoas de 69 a 74 anos, indivíduos com comorbidades, professores, trabalhadores das forças de segurança e salvamento e os funcionários do sistema prisional, o que totaliza aproximadamente 3.339.352 possíveis imunizados.

Todos os demais poderão ser imunizados após imunização dos grupos especificados como prioritários, que merecem maior atenção diante da maior vulnerabilidade à doença e suas consequências, inclusive de morte.

Vale lembrar que se trata de um plano de vacinação emergencial que necessariamente precisa acompanhar as especificações da vacina que venha a ser aprovada pela Anvisa, ainda não disponível no mercado nacional de imunobiológicos.

Contudo, o Plano de Imunização contra a Covid-19 foi formalizado pelo Programa Nacional de Imunizações, cuja credibilidade das ações desenvolvidas são reconhecidas em todo o mundo, muito respeitado pela sociedade brasileira e por autoridades científicas nacional e internacional, o que sem dúvida, é um esteio e segurança de que o ora apresentado é o mais eficaz e pertinente no atual momento de combate à Covid-19 no Brasil."

 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 

Alfredo Stroessner

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa

Alfredo Stroessner

Foto oficial de Alfredo Stroessner em 1983

Presidente do Paraguai

Período               15 de agosto de 1954

a 3 de fevereiro de 1989

Antecessor        Tomás Romero Pereira

Sucessor             Andrés Rodríguez Pedotti

Dados pessoais

Nome completo              Alfredo Stroessner Matiauda

Nascimento       3 de novembro de 1912

Encarnación, Itapúa, Paraguai

Morte   16 de agosto de 2006 (93 anos)

Brasília, Distrito Federal, Brasil

Nacionalidade   paraguaio

Alma mater        Academia Militar Francisco López

Cônjuge              Eligia Mora (1945–2006)

Filhos   

GustavoGracielaHugo AlfredoMaría Olivia

Partido Partido Colorado (1951–1989)

Religião                Católico romano

Profissão             Militar

Residência          Mburuvicha Róga

Serviço militar

Apelido(s)          "Coronel do Porta-Malas"

Lealdade             Paraguai

Serviço/ramo    Exército Paraguaio

Anos de serviço               1929–1989

Graduação         General de exército

General de divisão

Conflitos             Guerra do Chaco

Guerra Civil Paraguaia

Condecorações                Ordem do Condor dos Andes

Ordem de Isabel a Católica

Ordem de Carlos III

Ordem de Quetzal

Ordem da Boa Esperança

Alfredo Stroessner Matiauda OIC • OCIII (Encarnación, 3 de novembro de 1912 — Brasília, 16 de agosto de 2006) foi um militar, político e ditador como Presidente do Paraguai sob um governo autoritário desde 15 de agosto de 1954, até que uma insurreição militar o tirou em 3 de fevereiro de 1989. Sua ditadura, de quase trinta e cinco anos e recebendo a denominação histórica de El Stronato, foi o período mais longo em que uma única pessoa ocupou a sede do governo de um país sul-americano em modo contínuo, e a segunda maior da América Latina depois de Fidel Castro, em Cuba.[1]

Com uma notável carreira militar, tendo participado da Guerra do Chaco (1932-1935) e da Guerra Civil Paraguaia (1947) e membro do Partido Colorado, ele liderou um Golpe de Estado no Paraguai em 1954, que depôs o presidente Federico Chaves. Após uma breve presidência de facto de Tomás Romero Pereira, Stroessner foi eleito sem oposição para completar o período de Chaves.[2] Ele seria reeleito até sete vezes, primeiro sem oposição num regime de partido único e depois através de eleições consideradas meras fraudes.[3] Durante sua ditadura, foram cometidas violações maciças contra os direitos humanos, como prisões arbitrárias, tortura e desaparecimento forçado.[4] O próprio Stroessner também foi acusado de cometer abuso sexual infantil usando sua posição.[5] Seu regime colaborou com outras ditaduras latino-americanas do Plano Condor na década de 70, instigado pelos Estados Unidos no contexto da Guerra Fria, vendo isso documentado no Arquivo do Terror, descoberto em 1992.[4]

 

No final dos anos 80, Stroessner, com uma economia estagnada e enfrentando crescente oposição externa depois que todas as ditaduras vizinhas entraram em colapso, também começou a sofrer uma luta interna por sua sucessão. Em 3 de fevereiro de 1989, foi derrubado por um Golpe de Estado no Paraguai liderado pelo general Andrés Rodríguez Pedotti, até então seu sogro.[6] Após a expulsão do poder, ele foi para exílio no Brasil, onde morreu em 16 de agosto de 2006.[7]

 

 

Índice

1             Biografia

1.1          Juventude e carreira militar

1.2          Família

1.3          Ascensão ao poder

2             Presidente do Paraguai (1954-1989)

2.1          Consolidação de seu mandato

2.2          Direitos humanos e repressão

2.3          Política externa

2.4          Política econômica

2.5          Queda e fim do governo

3             Exílio

4             Morte e legado

5             Ver também

6             Referências

7             Ligações externas

8             Bibliografia

Biografia

Juventude e carreira militar

Alfredo Stroessner nasceu em 3 de novembro de 1912, em Encarnación, no sul do Paraguai, na fronteira com Posadas, Argentina.[8] Seu pai, Hugo Strössner, era um imigrante alemão natural de Hof (Baviera), que chegou ao Paraguai por volta de 1895 e trabalhava numa cervejaria. Sua mãe, Heriberta Matiauda, cresceu em uma família paraguaia de classe alta, descendente de espanhóis crioulos. Aos 17 anos, seu tio Vicente Matiauda o ajudou a entrar no Exército, onde alcançou o posto de tenente dois anos depois. Participou da Guerra do Chaco (1932-1935) contra a Bolívia.[8] Em 1948, aos 36 anos de idade, alcançou o posto de general de brigada, tornando-se o general mais jovem da América do Sul. Neste mesmo ano, em uma tentativa de golpe, Stroessner fugiu para a embaixada brasileira de Assunção no porta-malas de um carro, sendo humilhado pela escolha errada, sendo apelidado como "coronel do porta-malas".[9] Em 1951, ele ingressou no Partido Colorado e foi nomeado Comandante Chefe das Forças Armadas.[8]

 

Família

Alfredo Stroessner se casou com Eligia Mora, mais conhecida como Ligia Stroessner (26 de dezembro de 1910 - 3 de fevereiro de 2006). A data do casamento não é exata, mas ocorreu em meados de 1945. Eles tiveram três filhos: Gustavo, Hugo Alfredo e Graciela. Alfredo Domínguez Stroessner, filho de Graciela, era senador. O casal foi separado à força após o exílio. Ela fugiu para os EUA, enquanto ele recebia asilo no Brasil.[10] Embora eles mantivessem contato por telefone e ocasionalmente se encontrassem, eles não conseguiam morar juntos, e nem Stroessner e seu filho puderam retornar ao Paraguai para assistir ao funeral dela.[11] Stroessner também se envolveu em casos extraconjugais antes e durante sua presidência. Segundo muitas fontes, alguns de seus casos eram com adolescentes de até 13 anos, e ele pode ter tido mais de 30 filhos ilegítimos. Os casos foram divulgados após sua destituição, manchando ainda mais sua imagem.[12]

 

Ascensão ao poder

Ver artigo principal: Golpe de Estado no Paraguai em 1954

Stroessner serviu no exército paraguaio. Em 1947, ele participou da Revolução de Pynandí ("pés descalços" em guarani), uma guerra civil na qual a classe trabalhadora de Assunção foi massacrada, encerrando o governo liberal e colocando o Partido Colorado no poder.[13] Em 1954, foi promovido à divisão geral e, em maio do mesmo ano, liderou um golpe de estado que derrubou o presidente Federico Chaves de seu mesmo partido.[14] O Conselho de Administração do Partido Colorado o elegeu candidato a presidente. Em 11 de julho de 1954, foi eleito presidente sem oposição e, em 15 de agosto, assumiu a presidência do Paraguai.[15] Ele foi reeleito em oito legislaturas, nas quais também participaram candidatos do Partido Liberal, Partido Liberal Radical Autêntico e do Partido Revolucionário Febrerista.[16]

 

Presidente do Paraguai (1954-1989)

Consolidação de seu mandato

 

Alfredo Stroessner em seu gabinete presidencial

Já no poder, com o objetivo de acabar com 50 anos do que ele chamou de anarquia, mas que realmente era uma sucessão controversa de presidentes constitucionalistas, incluindo o próprio presidente Federico Chaves, democraticamente eleito pelo Partido Colorado, que ele destruiu através de sua ditadura para transformá-lo em um simples grupo de bajuladores, Stroessner imediatamente aboliu as garantias constitucionais, manteve as atividades dos partidos políticos sob controle e exerceu severa repressão. Ele governou com o apoio do Exército e do Partido Colorado. Neste último, ele realizou uma série de expurgos que facilitaram seu controle, com o objetivo de permanecer no poder. O partido do governo também se tornou uma rede dedicada à distribuição de favores. A corrupção se espalhou dessa maneira no que é lembrado como "a trilogia" das forças armadas do partido do governo.[15][17]

 

Seu regime era anticomunista e favorecia os interesses americanos, no entanto, as forças argentinas do Exército Revolucionário Popular infiltraram-se no país e Stroessner, através de duras intervenções, eliminou todas as tentativas de subversão. No entanto, o assassinato do ex-ditador nicaraguense Anastasio Somoza Debayle, a quem Stroessner se refugiou, cambaleou a frágil segurança em que o Paraguai vivia, mostrando que o homem forte da Ibero-América não era realmente esse.[18]

 

Para justificar a ação das equipes de segurança medíocres, um jornalista chileno foi falsamente acusado de ter assassinado o ex-ditador nicaragüense.[19] Esse jornalista chileno passou vários anos na prisão de forma injusta e só foi libertado por pressão do ditador chileno Augusto Pinochet, que colaborou após esse incidente na profissionalização das tarefas de inteligência e segurança.[19] Sua amizade com os Estados Unidos continuou por muitos anos, até o governo de Ronald Reagan começar a boicotar o regime e o país, devido ao fim da Guerra Fria, época em que a política dos EUA apoiava ditaduras militares anticomunistas na Ibero-América.[20][21] No entanto, o Paraguai continuou recebendo dinheiro desse país, o que aumentou já a grande dívida externa.[21]

 

Direitos humanos e repressão

 

Alfredo Stroessner com uniforme militar em uma estampa de 1000 guaranis

Embora Stroessner fosse um líder muito enérgico e autoritário, ao longo dos anos ele foi mais tolerante com os partidos da oposição, como o Partido Liberal Radical Autêntico. Ao todo, durante seu regime, 336 pessoas foram assassinadas, 9.862 foram presos de forma arbitrária, 18.772 foram torturadas e 3.470 foram forçados a se exilarem, devido às suas táticas pesadas contra a dissidência, especialmente os comunistas.[6] Para fazer isso, usou tortura, sequestro e assassinatos políticos.[15][22]

 

No aspecto religioso, e apesar de conservador, Stroessner não teve boas relações com a Igreja Católica e foi responsável por várias ações contra ela.[23] Destacam-se os conflitos de 1967, 1969 e 1988. Em 25 de agosto de 1967, Stroessner elaborou uma nova constituição, que permitiu uma reeleição única para o presidente, aplicável apenas a partir do mesmo ano mas, em 1977, ele o modificou para ser reeleito indefinidamente.[24]

 

Há também evidências e testemunhos de vítimas sexuais da era Stroessner. Em um depoimento em vídeo publicado pelo Ultima Hora Digital Newspaper, registrado no Museu Virtual Meves, uma dessas vítimas, Julia Ozorio, garantiu que o coronel Júlian Mier, então comandante do Regimento de Escolta Presidencial, mantinha um relacionamento com diversas meninas entre 10 e 15 anos e que "as melhores" eram levadas a Stroessner para serem estupradas.[25] Os depoimentos apontam para o fato de que havia várias casas onde as meninas sequestradas das áreas rurais eram trazidas e mantidas em haréns, à disposição do ditador e de vários líderes do stronismo.[3] De acordo com Julia, os militares sequestravam as meninas e as levavam embora de suas casas em troca de posições em instituições públicas para seus parentes.[3] Não havia piedade nos estupros, e eles não queriam alguém com mais de 15 anos por, na visão deles, já ter "ossos duros".[3] O assunto ainda merece melhor investigação das autoridades. Alguns depoimentos foram coletados na Comissão de Verdade e Justiça, mas as vítimas ainda expressam vergonha e medo de se expor.[25]

 

Política externa

 

Alfredo Stroessner com seu homólogo brasileiro Humberto de Alencar Castelo Branco, na inauguração da Ponte da Amizade em 27 de março de 1965.[26]

No exterior, Stroessner em 1960 rompeu relações com o regime de Fidel Castro em Cuba, que havia dirigido a Revolução Cubana no ano anterior.[27] Ele fez várias visitas de Estado, incluindo o imperador japonês, Hirohito, o presidente americano Lyndon B. Johnson, o presidente francês Charles de Gaulle e várias visitas à Alemanha Ocidental, já que ele era conhecido como pró-alemão, embora as relações com esse país estivessem se deteriorando ao longo dos anos.[28] Além disso, o Paraguai também desenvolveu relações bilaterais com a África do Sul nos anos 70.[29] Da mesma forma, ele foi o primeiro presidente estrangeiro a visitar o Chile após o golpe militar do general Augusto Pinochet em 1973. Dessa maneira, ele elogiou sua ditadura e se tornou seu amigo pessoal. Durante o governo de Stroessner, nenhuma nação socialista tinha relações diplomáticas com Paraguai, com uma única exceção da não-alinhada Iugoslávia.[30]

 

Stroessner mostrou grande simpatia pelos nazistas, vários dos quais garantiu asilo político no Paraguai, depois de terem sido derrotados na Segunda Guerra Mundial, entre os mais destacados estavam Josef Mengele e Eduard Roschmann.[31] Devido a essa política, ele foi fortemente criticado pela mídia internacional. Além disso, permitiu a entrada de ditadores derrubados de outros países, como o mencionado Anastasio Somoza Debayle.[18] O ataque mortal contra Somoza, ocorrido no Paraguai, levou Stroessner a cometer todo tipo de abuso em busca de possíveis culpados, como é o caso do jornalista chileno Rafael Mella Latorre.[19] Seu regime também é identificado como responsável pelas políticas genocidas contra o povo indígena Aché.[32] Além disso, permitiu o estabelecimento de grupos evangélicos americanos, como The New Tribes.[33]

Política econômica

Quando Stroessner chegou ao poder, ele encontrou uma grande crise social e econômica. Seu desafio como novo presidente era limpar a economia, mas sem implementar medidas de liberalização econômica. O crescimento começou a dar efeito no final dos anos 50.[34] Durante a década de 60, a economia apresentou crescimento positivo e cresceu em média 4,2% do PIB. O crescimento moderado continuou até meados da década de 70. De 1976 a 1981, ocorreu um boom na economia devido à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que permitiu um crescimento de 11% no PIB, ao mesmo tempo em que a corrupção e contrabando cresciam astronomicamente.[35][36]

Stroessner assinou um tratado com a Argentina, Brasil e Uruguai para permitir ao Paraguai exportar seus produtos. Este tratado foi renomeado como Tratado do Rio da Prata. A partir de 1982, a economia começou a se deteriorar à medida que o país era cada vez mais deixado fora da comunidade internacional pelas violações dos direitos humanos.[37] O crescimento se estabilizou a partir de 1986 e a economia cresceu entre 3 e 4% do PIB.[35]

Ele era respeitado por sua disciplina financeira de renegociar os empréstimos garantidos pelo Banco Mundial, o que lhe permitia manter uma moeda estável.[36][38] De acordo com a política econômica do caráter do general Stroessner, os serviços da CIA foram declarados de grande importância para garantir o investimento em desenvolvimento do Banco Mundial.[36] Algumas de suas tropas foram designadas para ações políticas para diversificar a base social do partido e, consequentemente, vários nacionalistas desapareceram após serem presos sob a acusação de incitação revolucionária, com o apoio de um "partido comunista" simbólico.[39]

Nas décadas de 60 e 70 na América do Sul, Alfredo Stroessner, juntamente com investidores, realizou várias obras de infraestrutura, como a construção da Usina de Itaipu, esta que inundou o Salto de Sete Quedas com o Brasil, que deu origem ao Lago de Itaipu, embora com quase todo o capital brasileiro (era então o maior do mundo), com o qual poderia aliviar a economia paraguaia.[40] Da mesma forma, obras de infraestrutura foram construídas, o que melhorou o sistema rodoviário, como a Transchaco. Stroessner apoiou um plano de entregar 20 hectares de terra arável a um preço normal a cada soldado que completasse o serviço militar, para ser usado em benefícios agrícolas, com um total de cerca de 10.000 soldados favorecidos. Outras obras públicas também se destacam, como estradas, escolas, universidades, prédios, pontes, hospitais, vilas e cidades, como Puerto Flor de Lis em 1957, mais tarde chamada Puerto Presidente Stroessner, e renomeada Ciudad del Este em 1989.[41] Quando ele participava de campanhas eleitorais para a reeleição, usava o slogan "Paz, Trabalho e Bem-Estar com Stroessner" e cada trabalho que ele carregava tinha seu nome.[42]

Queda e fim do governo

Ver artigo principal: Golpe de Estado no Paraguai em 1989

Durante os anos 80, Brasil, Argentina e Uruguai retornaram à democracia e o povo paraguaio aproveitou esse clima político para sair às ruas para se manifestar.[43] Tais manifestações foram lideradas pelo Acordo Nacional (PLRA, Febrerista) e pelos sindicatos, mas foram violentamente reprimidas, apesar de serem pacíficas.[44] Como resultado, Stroessner foi abandonado por seus ex-aliados, como os Estados Unidos, e a economia piorou. Em 1987, foi realizada a Convenção do Partido do Colorado e a facção stronista. Seu partido planejava escolher seu filho mais velho, Gustavo Stroessner, como candidato, devido a rumores de que o ditador já sofria de uma doença, mas eles o escolheram. Nas eleições fraudulentas de 1988 ele obteve 88,8% dos votos.[45] Nesse mesmo ano, ele recebeu o Papa João Paulo II no Paraguai.[46][47]

Devido à brutalidade de sua ditadura, a facção mais tradicionalista de seu partido, os militares e principalmente a Igreja Católica, começaram a demonstrar seu desconforto em relação ao regime.[48] Na manhã de 3 de fevereiro de 1989, seu sogro e até então o general Andrés Rodríguez Pedotti, com o apoio dos Estados Unidos, liderou um golpe de estado, resultando na queda e fim de seu governo.[49] Stroessner foi preso por alguns dias até ser exilado em Brasília, junto com sua filha Graciela, seu filho Gustavo e a esposa da última María Eugenia Heikel.[10][50]

Exílio

Em 1992, Martín Almada, opositor da ditadura, do diário Noticias, através dos jornalistas Christian Torres, Zulia Giménez, Alberto Ledesma, José Gregor e entre outros, descobriram os chamados Arquivos do Terror, documentos que revelavam que Stroessner havia participado da Operação Condor, um acordo militar anticomunista para a perseguição de exilados, com o apoio das ditaduras militares da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador e Uruguai, que levaram à tortura, sequestro e assassinato de milhares de paraguaios e cidadãos dos países mencionados.[15][51]

Morte e legado

Frases de repúdio ao ditador em um muro de Assunção em 2006

Em 16 de julho de 2006, Stroessner foi submetido a uma operação em duas hérnias inguinais no Hospital Santa Lúcia de Brasília, com resultados satisfatórios nos primeiros dias, mas logo começou a sofrer uma complicação pulmonar que resultou em pneumonia e manteve o estado crítico até 16 de agosto de 2006, quando ele morreu por pneumonia, causadas por estas complicações.[52][53] Ele foi sepultado em 17 de agosto de 2006 no Cemitério Campo da Paz de Brasília, em uma cerimônia privada, onde apenas os seus familiares e amigos íntimos compareceram. Era planejado mudar os seus restos mortais ao Paraguai dentro de alguns meses, mas o governo paraguaio, liderado por Nicanor Duarte Frutos, anunciou que não iria receber o corpo de Stroessner com honras militares.[54]

Devido aos abusos eleitorais de Stroessner, a atual constituição do Paraguai limita o presidente a um único mandato de cinco anos, sem possibilidade de reeleição, mesmo que sem sucesso. A proibição de qualquer tipo de reeleição se tornou tão discutida na política paraguaia que, em 2017, quando um legislador debateu uma emenda que permitiria o então presidente Horacio Cartes concorrer à reeleição, protestos em massa obrigaram os colorados a abandonar esses planos.[55] As violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura levaram em outubro de 2003, a promulgação da lei n° 2.225, que levou à criação da Comissão da Verdade do Paraguai, para investigar o paradeiro de pessoas desaparecidas e as violações dos direitos humanos.[56] A má distribuição da terra faz que 5% dos proprietários possuem 80% da terra agrícola no Paraguai, um grande reflexo deixado pelo regime de Stroessner.[57] Seu legado na sociedade paraguaia é controverso, com vários políticos elogiando seu trabalho pelo desenvolvimento do país, incluindo Mario Abdo Benítez e Jair Bolsonaro, ambos presidentes do Paraguai e Brasil,[58][59] mas também inúmeras críticas da oposição, organizações não governamentais, a Igreja Católica e defensores dos direitos humanos.[60]«Historia - La hegemonía del Partido Colorado en la historia de Paraguay». France 24. 15 de agosto de 2018. Consultado em 19 de setembro de 2019

 «Paraguay Elects President». The New York Times (em inglês). 12 de julho de 1954. ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de junho de 2020

 Centamori, Vanessa (16 de março de 2020). «Aventuras na História · 10 fatos sobre o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner». Consultado em 23 de abril de 2020

 «Lo que dejó el stronismo y no hay que olvidar». La Nación (em espanhol). Consultado em 19 de setembro de 2019

 «Acusan a Stroessner de violar a niñas esclavas». La Capital. Consultado em 19 de setembro de 2019

 «Fin de la dictadura: Recuerdan la gesta del 2 y 3 de febrero de 1989» (em espanhol)

 Schemo, Diana Jean (16 de agosto de 2006). «Stroessner, Paraguay's Enduring Dictator, Dies». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 22 de abril de 2020

 «Alfredo Strossner». Algo Sobre. Consultado em 24 de abril de 2020

 «Alfredo Stroessner - Biografia - UOL Educação». Consultado em 23 de abril de 2020

 «El cambio inconcluso a 31 años de caída de Stroessner - Política - ABC Color» (em espanhol). 3 de fevereiro de 2020. Consultado em 8 de abril de 2020

 «Enterraron a la ex primera dama Eligia de Stroessner - Política - ABC Color» (em espanhol). 5 de fevereiro de 2006. Consultado em 22 de abril de 2020

 «Stroessner: Las amantes y su otra familia oculta» (em espanhol). 8 de setembro de 2016. Consultado em 22 de abril de 2020

 «Quem é Stroessner, o ditador paraguaio elogiado por Bolsonaro?». Brasil de Fato. 2019. Consultado em 24 de abril de 2020

 «El golpe que llevó al poder al dictador paraguayo Stroessner cumple 60 años» (em espanhol). 3 de maio de 2014. Consultado em 8 de abril de 2020

 «Stroessner en Paraguay: la dictadura más larga de América del Sur» (em espanhol). 12 de maio de 2019. Consultado em 8 de abril de 2020

 «Alfredo Stroessner - Terrorismo made in U.S.A. en las Américas». 20 de março de 2011

 «General Alfredo Stroessner» (em inglês). 16 de agosto de 2006. ISSN 0307-1235. Consultado em 21 de abril de 2020

 Gorney, Cynthia (18 de setembro de 1980). «Somoza Is Assassinated in Ambush in Paraguay». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 22 de abril de 2020

 «Jornalista chileno que passou oito anos preso depõe como vítima de tortura da ditadura paraguaia»

 Riding, Alan; Times, Special To the New York (24 de março de 1987). «Paraguay Regime Vilifies U.s. Envoy». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 8 de abril de 2020

 coha (25 de setembro de 2006). «Paraguay-U.S. Post-Stroessner Relations» (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2020

 «Alfredo Stroessner | Encyclopedia.com». Consultado em 23 de abril de 2020

 ''Paraguay: A Country Study'', "Interest Groups: The Roman Catholic Church". Lcweb2.loc.gov. Retrieved on August 21, 2014.

 «Paraguay - Government and society» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 28 de abril de 2020

 «Meninas de 10 a 15 anos eram estupradas: o relato de uma sobrevivente de Stroessner». 28 de fevereiro de 2019. Consultado em 8 de abril de 2020

 «Fechada, Ponte da Amizade completa 55 anos». aquiagora.net. 27 de março de 2020. Consultado em 24 de abril de 2020

 Fariña, Cristina; Ibarra, Guzmán. «A Consolidação do Regime de Strossner e a Guerra Fria». Revistas UFG. Consultado em 24 de abril de 2020

 Times, Special to the New York (8 de junho de 1985). «West Germans Seem Relieved Paraguayan Postponed Visit». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de junho de 2020

 Howard J. Wiarda; Harvey F. Kline (2013). Latin American Politics and Development. [S.l.]: Westview Press. 268 páginas. ISBN 978-0-8133-4904-6

 ''Paraguay: A Country Study'', "Foreign Relations". Lcweb2.loc.gov. Consultado em 21 de abril de 2020.

 Ex-Paraguayan dictator Stroessner dies at 93. NBC News. Publicado em 16 de agosto de 2006. Consultado em 21 de abril de 2020.

 Arens, Richard, ed. (1976). Genocide in Paraguay. [S.l.]: Temple University Press. ISBN 978-0877220886

 Cooper, Allan D. The Geography of Genocide (em inglês). 2009: University Press of America

 Times, Juan de Onisspecial To the New York (16 de agosto de 1958). «Stroessner Takes Oath in Paraguay; Reports Advance in Nation's Economy». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de junho de 2020

 «Paraguay GDP Growth Rate 1961-2020». Consultado em 8 de abril de 2020

 «Alfredo Stroessner». The Economist. ISSN 0013-0613. Consultado em 21 de abril de 2020

 «AROUND THE WORLD; Study Says Paraguay Regresses on Rights». The New York Times (em inglês). 29 de junho de 1982. ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de junho de 2020

 «Memória e resistência». USP. Consultado em 24 de abril de 2020

 Uchôa, Graziano (2014). «Resistência armada no Paraguai» (PDF). Cedema. pp. 105–111. Consultado em 24 de abril de 2020

 «O bastidor do choque diplomático em torno de Itaipu». 22 de agosto de 2019. Consultado em 8 de abril de 2020

 «Nasceu flor, virou nome de ditador e hoje é Ciudad del Este, a 2ª maior do Paraguai». 2 de fevereiro de 2020. Consultado em 8 de abril de 2020

 «La historia sobre el régimen de Stroessner, disponible en la web - Paraguay.com». 26 de julho de 2011. Consultado em 22 de abril de 2020

 «A redemocratização na América Latina - Apresentação | ANPHLAC». Consultado em 23 de abril de 2020

 «Alfredo Stroessner Biography - life, children, wife, school, mother, son, old, born, college - Newsmakers Cumulation». Consultado em 21 de abril de 2020

 Country profile: Paraguay. Library of Congress Federal Research Division (outubro de 2005).  Este artigo incorpora texto desta fonte, que está no domínio público.

 Suro, Roberto; Times, Special To the New York (19 de maio de 1988). «Pope, Ending Trip, Urges Justice in Paraguay». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 25 de abril de 2020

 August 17, The Daily Telegraph |; 2006 (17 de agosto de 2006). «Alfredo Stroessner, 93, Old-Style Military Dictator of Paraguay». Consultado em 21 de abril de 2020

 Gimlette, p. 29

 «Stroessner, depuesto por su consuegro en un golpe que costó cientos de vidas». Madrid. El País (em espanhol). 3 de fevereiro de 1989. ISSN 1134-6582. Consultado em 22 de abril de 2020

 «Stroessner's family arrives in Miami» (em inglês). 17 de fevereiro de 1989. Consultado em 21 de abril de 2020

 «Operation Condor: Deciphering the U.S. Role». Julho de 2001. Consultado em 21 de abril de 2020

 «Exdictador Stroessner sigue grave». La Nación, Grupo Nación (em espanhol). Consultado em 19 de setembro de 2019

 «Stroessner morre de parada cardiorrespiratória, segundo amigo da família - 16/08/2006 - UOL Últimas Notícias». 16 de agosto de 2006. Consultado em 8 de abril de 2020

 

 University of No

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

 

Minério de ferro tem maior valorização mensal desde maio na ChinaMineração,Minério de Ferro

O minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian da China encerrou as negociações com alta de 1,1%, a 911,50 iuanes (138,36 dólares) a tonelada (Imagem: Pixabay)

Os contratos futuros do minério de ferro ampliaram os ganhos nesta segunda-feira, com o contrato de referência de Dalian registrando sua maior alta mensal desde maio, já que os indicadores econômicos otimistas da China, maior produtora de aço, ajudaram a sustentar o impulso de compra do ingrediente siderúrgico.

A atividade fabril da China se expandiu no ritmo mais rápido em mais de três anos em novembro, mantendo a segunda maior economia do mundo no caminho para se recuperar totalmente da crise do coronavírus.

O minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian da China encerrou as negociações com alta de 1,1%, a 911,50 iuanes (138,36 dólares) a tonelada, após atingir uma máxima de 919 iuanes no início da sessão. O contrato ganhou 15,3% neste mês.

Após assalto e tiroteio, grupo deixa Criciúma em comboio: 'cena surreal', diz prefeito

 


Prefeito de Criciúma fala sobre noite de violência na cidade
00:00/09:02

Prefeito de Criciúma fala sobre noite de violência na cidade

O prefeito de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, Clésio Salvaro (PSDB), se manifestou sobre o ataque a um banco na madrugada desta terça-feira (1º). Em entrevista à Globonews, ele afirmou que o grupo que invadiu uma agência na cidade fugiu em comboio após intenso tiroteio.

“Ele saíram da cidade em forma de comboio. Não sei se são oito ou dez veículos em direção ao Sul do estado”, afirmou o prefeito.

Segundo Salvaro, reforços policiais de outras cidades foram acionados para procurar pelos assaltantes. Na ação, um policial militar foi atingido por um disparo. Um vigilante que trabalhava no momento do assalto também ficou ferido.

Agora, que eles foram embora, a polícia toda do Estado de Santa Catarina, está mobilizada. A inteligência toda da Polícia Militar e da Polícia Civil, todos estão mobilizados para capturar esses marginais que trouxeram esse medo, esse terror para nossa cidade de um povo que sabe mesmo é trabalhar. Agora, nos colocou todos em pânico. Uma cena surreal”, disse.


Fonte: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/12/01/apos-sequencia-de-assaltos-e-tiroteio-grupo-deixa-criciuma-em-comboio-cena-surreal-diz-prefeito.ghtml