Parlamentares visitam barragem da Hydro Alunorte em
Barcarena, no Pará
Comissão Externa da Câmara Federal de Brumadinho e Comissão
Externa de Barragens da Alepa estiveram Deputados e representantes da Comissão
Externa da Câmara Federal de Brumadinho e da Comissão Externa de Barragens da Assembleia
Legislativa do Pará (Alepa) visitaram na manhã deste sábado (30)
as instalações da Hydro Alunorte, localizada em Barcarena, no nordeste do Pará.
O objetivo é fiscalizar e vistoriar as barragens e reservatórios no estado.
A deputada estadual Marinor Brito, presidente da Comissão
Externa da Alepa, acompanhada de outros parlamentares, estiveram nas
dependências da Hydro Alunorte, que contêm dois depósitos de resíduos sólidos.
Na ocasião, foi apresentado o sistema de segurança dos depósitos de resíduos
sólidos da companhia.
Uma das bacias da Hydro, a DRS2 (que não está em atividade
neste momento em virtude de embargo
judicial), preocupa o geólogo Marcelo Moreno, professor da Universidade
Federal Rural da Amazônia (Ufra). Ele considera essa barragem como uma das mais
perigosas. Primeiro pelo material contido, que é altamente tóxico: soda
cáustica e arsênio. Segundo, pelo tamanho- superior a 100 hectares- que em caso
de rompimento, poderia afetar uma área de grande extensão.
Por sua vez, a Hydro afirma que a empresa utiliza a mais
moderna tecnologia mundial para armazenamento de resíduos: o uso de oito
filtros prensa que tornam o resíduo com 78% de teor sólido, permitindo o
empilhamento a seco do resíduo para compactação nos seus dois depósitos de
resíduos sólidos (DRS1 e DRS2). O processo reduz a concentração de soda
cáustica.
A empresa diz ainda que diferentes tipos de inspeções são realizados
nos depósitos de resíduos sólidos da Alunorte e que os resíduos dispostos nos
DRS caracterizam-se de forma geral como resíduo de bauxita/areia do processo e
outros materiais previstos na licença ambiental do empreendimento.
A Comissão da Alepa também visitou as barragens de Água Fria
e A1, em Oriximiná, oeste do Pará. A Comissão da Câmara Federal acompanha as
vistorias, destinadas à análise e fiscalização das barragens existentes no
Brasil. Em especial, as investigações relacionadas ao rompimento de Brumadinho
(MG).
Nas instalações da empvazamento
Nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2018, resíduos de bauxita
contaminada vazaram da Hidro Alunorte para o meio ambiente após fortes chuvas
em Barcarena. Após uma vistoria com a presença da procuradoria do Ministério
Público, foi identificado uma tubulação clandestina que saía da refinaria e
despejava rejeitos que contaminaram o solo da floresta e rios das localidades
próximas. Ainda foram encontradas outras duas tubulações ilegais que tinham a
mesma finalidade.
Desde então, Ministério Público, OAB, Ministério do Meio
Ambiente, deputados federais e Governo do Estado destacaram equipes para apurar
os danos do acidente e dar suporte às comunidades atingidas.
Em nota, a Hidro afirmou que várias inspeções de
autoridades, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas), Defesa Civil e Secretaria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Econômico de Barcarena (Semade) confirmaram que não houve
vazamentos ou transbordo dos depósitos de resíduos de bauxita da refinaria.
Este fato teria sido confirmado também por análises realizadas pela força-tarefa
interna da empresa e por consultores ambientais independentes.
Hydro Alunorte
A Alunorte é a maior refinaria de alumina do mundo, fora da
China. O produto é a principal matéria-prima do alumínio e é produzido a partir
da bauxita, que é fornecida pela Mineração Paragominas via mineroduto e pela
Mineração Rio do Norte (MRN), pelo porto de Vila do Conde. Parte da alumina é
exportada e a outra é direcionada para a Albras, produtora de lingotes de
alumínio.
Resa na manhã deste sábado (30).
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