MST lamenta o
assassinato de Dinho, militante da Unegro.
“A história de sua morte é terrivelmente absurda, pois
mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da
abordagem”.
24 de desemb. Na tarde deste último domingo (23), o locutor
da Rádio Cultural FM de Sorocaba e militante da União de Negros pela Igualdade
(Anegro), Milton Expedito do Nascimento, conhecido como Milton Dinho, foi
atingido por disparos de arma de fogo por supostamente não ter parado durante a
abordagem realizada pela Polícia Militar (PM).
Em nota, o MST no estado de São Paulo denuncia, repudia o
ocorrido e destaca: “A história de sua morte é terrivelmente absurda, pois
mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da
abordagem, de atirar primeiro e depois averiguar, de considerar que um negro é
sempre um "suspeito", mesmo quando a descrição de ‘procurado’ indica
cor de pele branca”.
Confira a nota na íntegra.
NOTA DO MST DE DOR E INDIGNAÇÃO PELO ASSASSINATO DE DINHO,
DA UNEGRO.
A proximidade do natal não impediu que a Polícia Militar
(PM) de Sorocaba - SP fizesse mais uma vítima. Desta vez foi Milton Expedito do
Nascimento, o companheiro Dinho, radialista comunitário, militante ativo do
movimento negro - UNEGRO e defensor das causas sociais do povo brasileiro.
A história de sua morte é terrivelmente absurda, pois
mistura racismo, violência e a prática naturalizada de execução antes da
abordagem, de atirar primeiro e depois averiguar, de considerar que um negro é
sempre um "suspeito", mesmo quando a descrição de "procurado"
indica cor de pele branca.
O tema “pena de morte” voltou a ser ventilado na mídia nessa
semana e logo foi afastado pelo capitão de plantão. Para ele não é necessário
debater algo que já funciona com rigor, entre os tantos 60 mil casos de homicídios
que o Brasil arrasta por ano. As autoridades brasileiras silenciam diante deste
cruel tribunal das ruas, no qual a força policial reúne ao mesmo tempo a função
de abordar, prender, julgar, condenar e submeter a pena, tudo em fração de
segundos, no apertar do gatilho.
O MST compartilha sua total indignação com este grave crime
ocorrido contra mais um militante popular e exige controle social sobre as
investigações.
Também prestamos toda nossa solidariedade aos amigos e
familiares que terão a dor de enterrar um filho querido em pleno dia de natal.
Roo de 2018 13h30
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